• Alex Pipkin, PhD
  • 12/03/2021
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O PRIMEIRO CANCELAMENTO A GENTE NUNCA ESQUECE


Alex Pipkin, PhD

Ontem o Facebook fez-me perder a virgindade, na plataforma.

Postei uma mensagem sobre a gravidade das novas variantes do coronavírus, mas ao mesmo tempo, embasado em informações científicas, apontei à ineficácia do fechamento da economia.

Muitos leram, curtiram e compartilharam.

No entanto, aproximadamente duas horas depois da postagem, uma amiga enviou-me mensagem, perguntando se eu tinha apagado o post - porque estava excelente -, ou se o Facebook havia o apagado.

Bem, depois de quase uma década no Facebook - e praticamente só o utilizo, já que sou ainda "meio analógico" -, pela primeira vez fui "cancelado".

Com todo esse panorama viral, já sentia no osso o que significa perder a liberdade individual, porém, o evento de ontem, fez-me pensar ainda mais sobre o protagonismo de nossa liberdade individual. Sentimos mais na falta!

Será que na democracia do Facebook não existe liberdade de pensamento e de expressão, responsável?

Tomara que eu esteja enganado. O fato é que fiquei incrédulo; honestamente não sei quais foram os termos de uso do Facebook que eventualmente violei.

O que tenho convicção e firmeza, é de que não espalhei notícias falsas tampouco fiz discurso de ódio.

Será que foi por eu dizer simplesmente aquilo que penso, embasado em estudo e em dados científicos? Qual seria o eventual temor que dispõem para cancelar meu singelo post? Não sei.

O que sei bem, é que à liberdade de pensamento e de expressão são uns dos mandamentos mais virtuosos que possuímos.

A primeira vez a gente nunca esquece! Surpreendente. Foi uma loucura!

Nunca pensei seriamente que alguém desta plataforma pudesse apontar o dedo na minha cara, afirmando que não sou racional o suficiente para escrever aquilo que penso e que, portanto, não possuo discernimento e responsabilidade para expressar-me.

E isso pode ser muito mais do que tragicômico, pode ser censura.
Não sou perfeito - ainda bem -, contudo, considero-me um homem, branco, hétero, íntegro e responsável, sempre buscando opinar sobre os fatos com embasamento teórico, com ideias e com argumentos que me deixam deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo; não tenho nada a temer.

Sinto que o Facebook tem se transformado numa espécie de STF virtual, ou seja, um árbitro da "verdade", daquilo que pode ou não ser escrito.

Evidente que como uma empresa privada pode fazer o que quiser, entretanto, com base no meu caso pontual, posso atestar que os critérios utilizados para meu "cancelamento", parecem-me, no mínimo, arbitrários.

Se eu estiver certo, a porta do Facebook encontra-se escancarada para a entrada da indesejada seletividade.

Foi a primeira vez, não foi bom; veremos o que seguirá.

Mas para o bem da sagrada liberdade, espero que nenhuma das plataformas das redes sociais se transformem na orwelliana "Polícia do Pensamento"!