• 05/10/2014
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ÀS URNAS, BRASIL
Percival Puggina


 Quanto piores as instituições de um país, e as nossas são péssimas, melhores têm que ser as lideranças recrutadas para o desempenho das funções de Estado. O somatório de más instituições com más lideranças afasta o país dos rumos democráticos buscados pela sociedade. De um lado, as más instituições permitem a usurpação do Estado pelo partido governante, turbinando o poder dos que governam. De outro, o acúmulo de poder exerce uma irresistível atração sobre os mal intencionados e sobre os aproveitadores de todos os feitios.

 A simultaneidade das eleições, conforme ditado pelo nosso ordenamento legal, para governantes e parlamentos acaba minimizando o interesse pelas eleições parlamentares. O foco da mídia recai exclusivamente sobre a eleição presidencial e a eleição dos governadores. No entanto, o coração da democracia está nos parlamentos! É para ali que deveria convergir especial atenção, até mesmo porque a quantidade de candidatos aumenta as possibilidades de escolha. Onde a oferta é grande, torna-se possível escolher melhor.

 Levar os melhores aos parlamentos significa aprimorar a qualidade da nossa democracia, a fiscalização sobre os governos, e conferir maior idoneidade moral às funções públicas e às práticas políticas como um todo. Sempre, é bom lembrar, a despeito da má concepção do nosso modelo institucional.