• Ana Paula Henkel
  • 10/12/2022
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Ana Paula Henkel faz a radiografia de Tite

Ana Paula faz a radiografia de Tite

           Não há nada mais comum no esporte do que as derrotas e as dores, lágrimas e lições que elas trazem. Derrotas fazem parte do próprio contexto do êxtase que existe nas glórias.

Para mim, com mais de 20 anos dedicados ao esporte, o que não é aceitável é a suprema covardia de quem abandona seus comandados, de quem, em um rompante narcisista e egoísta, abandona seus soldados em campo depois de uma batalha perdida.

O que Tite, técnico da seleção brasileira de futebol fez hoje depois da eliminação para a Croácia na Copa Mundo, é o degrau mais baixo que um técnico ou dirigente pode cruzar: o abandono de campo com seu batalhão ainda preso na trincheira pelas lágrimas, frustração e tristeza diante da derrota.

Eu poderia tentar elucidar de maneira mais elegante e não tão direta o que penso sobre o abandono de campo - e de seus jogadores ainda em campo - de Tite, mas não vou dourar pílula alguma: Tite é um covarde e o Brasil, apesar de brilhantes jogadores, perdeu para um técnico arrogante e covarde.

O esporte, assim como a vida e, por isso, profundas lições aprendidas ali são carregadas por onde você caminha, não premia covardes porque a covardia é repugnante, abjeta e inesquecível. E é exatamente nas derrotas que os covardes mais aparecem.

Tite deveria aprender com o técnico da seleção japonesa, também eliminada pela Croácia nos pênaltis. Após a frustrante e dolorosa eliminação, ele foi até a torcida, agradeceu com o tradicional gesto japonês, voltou ao meio do campo, falou com o grupo que estava unido em um círculo e depois cumprimentou cada um dos jogadores com lágrimas e gratidão nos olhos.

No esporte, há uma GIGANTESCA diferença entre ser um técnico ou um comandante e ser um LÍDER. Líderes deixam lições e memórias que você carregará para a eternidade.

Lições de companheirismo, lealdade, princípios, ética.