• Percival Puggina, com conteúdo da Fundação Palmares
  • 14/12/2021
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FUNDAÇÃO PALMARES MUDA SEU LOGOTIPO E SUA LOGOMARCA

Sai o Machado de Xangô e entra a integração.

Leio no site da Fundação

Na segunda-feira, 13 de dezembro de 2021, a Fundação Cultural Palmares apresenta aos cidadãos Brasileiros o novo logotipo e logomarca da instituição, trazendo em sua criação a transformação, a modernidade e a nacionalidade em seus traços.

Foi a partir desses três conceitos-pilares que o novo logotipo nasceu, sobretudo por seu significado de abrangência, concatenando anseios e preservação de valores culturais. O antigo logotipo era retratado pelo Machado de Xangô. Hoje, finalmente, a Palmares tem um símbolo que representa a todos os brasileiros.

Segundo o Diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira (DEP), Marcos Petrucielli, faltava incluir no novo logotipo da Palmares as cores que representam o povo como todo, sem distinção de classe, credo ou cor.

“Para representar a Palmares, nada melhor que o verde e amarelo que estampam nossa bandeira. Foi com esse pensamento, uma inspiração determinante na busca pela harmonia entre o preto, o branco, o miscigenado, que criamos nosso novo logo e, portanto, nossa identidade visual. Uma identidade que traduz o multicolorido de nosso povo, condensada e sintetizada às cores do nosso país, cuja população tem orgulho de sua nacionalidade. Orgulho de ser brasileiro!”, disse Petrucelli.

A função do logotipo e logomarca é identificar, ou seja, criar a identidade de uma empresa, um produto, um serviço ou uma instituição, de forma única e exclusiva.

“É objetivo a ser alcançado — portanto, tarefa árdua — que ele deva traduzir a personalidade da marca e a essência de uma missão, que no caso da Fundação Cultural Palmares, se dá no âmbito institucional”, completou Petrucelli, idealizador do logotipo.

(...) Em sequência, o texto fornece informações sobre procedimentos formais da escolha.

Comento

Se dividir a população brasileira pela cor da pele já é, por si só, um absurdo, esse absurdo adquire proporções gigantescas quando se sabe que menos da metade (42,9%) da população brasileira se declarou branca no PNAD 2019 e que, no mesmo levantamento, 56,2% se disse  parda e preta (46,8% e 9,4%).

Segundo o censo de 2010, as religiões de origem africana, para as quais o antigo símbolo da Fundação Palmares – o Machado de Xangô – faz sentido, são praticadas por apenas 0,3% da população brasileira. Tratava-se, como se vê, de mais uma supervalorização da minoria em detrimento da imensa maioria e em desfavor da desejada integração, conceito que marca o novo visual da Fundação.  

Construir a dignidade das extensas parcelas desprotegidas da sociedade brasileira é unânime pauta nacional. Portanto, a politização, a ideologização, a partidarização, a radicalização e a deliberada construção de antagonismos se contrapõem a esse grande objetivo comum.