• Percival Puggina
  • 05/03/2022
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PUTIN, FACHIN E CENSURA

 

Percival Puggina

Em matéria com o título “Entre censura, fake news e propaganda, Rússia acirra controle do discurso sobre a guerra na Ucrânia”, UOL Notícias informa que a guerra de comunicação alcançou novo patamar na Rússia (*). No Brasil, digo eu, há quem veja como guerra a comunicação social num ano eleitoral.

No dia 4, o parlamento russo aprovou penas de prisão, censura de sites jornalísticos e multa para quem publicar “notícias falsas sobre seu exército”. Aqui no Brasil, digo eu, esse tipo de matéria já é notícia velha.

O simples desejo de controlar a informação não chega a ser pecado mortal. Afinal, quem não quer exercer o poder num ambiente de concordância geral da imprensa, como o que Fidel Castro e seus sucessores, por exemplo, dispõem em Cuba há 63 anos? É bom demais para não ser cobiçado. O pecado se torna mortal à democracia quando medidas de controle passam, efetivamente, a ser aplicadas pelo Estado com o intuito de limitar a circulação de fatos e opiniões e o faz unilateralmente: ao coral da velha imprensa, todos os elogios; às redes sociais, todas as ameaças.

Esse é, também, o problema da fala do ministro Fachin, novo presidente do TSE, quando expressou, e não explicou, seu compromisso com a tal “sociedade da informação adequada”. Espero que essa sociedade não seja secreta como secreto ficou o conceito. Sabe-se, apenas, que tem muito a ver com o futuro da comunicação da sociedade através das redes sociais durante a campanha eleitoral deste ano.

* https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2022/03/04/entre-censura-fake-news-e-propaganda-russia-acirra-controle-do-discurso-sobre-a-guerra-na-ucrania.htm