Percival Puggina

         Lula tem um problema com comprar passagens aéreas e com aviação comercial. Ademais, faz restrições a saguão de aeroporto e cabine de passageiros.  O filho de dona Eurídice não veio ao mundo para esse tipo de chinelagem.

Poderia ser tarefa de gincana mostrar foto de Lula como passageiro de empresa aérea em voo regular. Convidado, na pessoa física, para ir à COP no Egito, levou comitiva e viajou no jato Gulfstream 600 da Qualicorp, empresa de José Seripieri Júnior, amigo que há quase uma década presta periódicos favores a Lula. Inclusive tem ou teve negócios com a G4, empresa de Lulinha e, como tem sido lembrado, apanhado na Lava Jato, devolveu muito dinheiro para se safar.

Esse é o Lula que o brasileiro honestamente informado conhece. Esse é o Lula ao qual corresponde o perfil que foi apagado em manobras sucessivas pelo STF e pelo TSE. Esse é o Lula que não sabia quanto ganhava e nem lembra mais quando pagou alguma despesa, conta ou boleto. Por quê? Porque alguém paga. Ele é um tesouro político sem fundo, para o qual sempre existe patrocínio.

Os patrocinadores, é claro, fazem fila para oferecer préstimos que uma consciência bem formada deveria rejeitar com indignação. Um lhe reforma o sítio, outro lhe arruma a cozinha, outro lhe paga o aluguel, outro o hotel, outro a viagem e assim, todos ganham, como se dinheiro simplesmente aparecesse trazido pelo vento da fortuna. E sempre há quem o defenda, quem acolha essa defesa e quem mande apagar tudo de seu prontuário.

  • Percival Puggina
  • 16 Novembro 2022

 

Darcio Bracarense Filgueiras

          Nós, "trouxas", vamos pagar e Marina ainda esfrega na nossa cara.

O Brasil já vinha sendo reconhecido como um dos grandes. Lideramos o G20 na criação de empregos e nossa resposta econômica ante a pandemia vinha sendo admirada pela comunidade internacional.

Na "conferência das partes" passada (COP26) saímos gigantes. Não nos posicionamos contra os pequenos e nem subservientes aos grandes. O Brasil firmou acordos importantes e nem a nossa imprensa conseguiu bater. Diplomacia ambiental perfeita!

A COP tem a figura dos SIDS (small island developing States) que desejam impor aos podutores de petróleo (como nós) e países desenvolvidos um IMPOSTO para compensar e mitigar os efeitos das mudanças climáticas (loss and damage). Quando um desses países diz que "não estão mais sozinhos", significa que agora voltaram a ter um grande que deseja sacrificar o seu povo em benefício (de alguns bilhõe$) dos povos deles.

Não tenho certeza se somos culpados pelas perdas desses países, mas tenho certeza que Marina está muito feliz de assumir essa culpa. Barbados agradece!

O resumo é o seguinte: Toda conferência diplomática é agradável e cheia de "ofertas". É possível que Lula e todos esses ignorantes que o cercam saiam de lá muito felizes e orgulhosos por terem consentido uma exploração muito "diplomática e respeitável" do povo brasileiro.

Tanto é verdade que ela POSTOU toda feliz e contente.

*        Transcrito da página do autor no Facebook.

  • Darcio Bracarense Filgueiras
  • 15 Novembro 2022

 

Percival Puggina

         Em 2009, Lula cumpria o penúltimo ano de seu segundo mandato. Os anteriores foram de euforia. Moeda estável, commodities em alta, receita pública em rota ascendente. Meio bilhão de chineses haviam entrado no mercado mundial consumindo o que houvesse para comprar. O PIB sorria e o mundo não espirrava nem arquejava. A revista The Economist publicou a famosa capa em que o Cristo Redentor foi representado como um foguete cuspindo fogo e decolando do Corcovado. Sobre a cena, a manchete de capa: “Brazil takes off!”.

Oito anos depois, a mesma revista estamparia idêntico cenário, mas o Redentor era um foguete em queda livre, sob o título inverso: “Brazil blown it”.

Infelizmente, nada do que fora positivo podia ser creditado ao estadista de Garanhuns. Ele e os seus se haviam oposto ao Plano Real de onde vinham as virtudes da estabilidade monetária e da credibilidade. O acelerador da prosperidade interna fora pisado off shore, pelo mercado externo. Exatamente quando tudo ia bem com as receitas em alta, se revelou a irresponsabilidade e a incompetência da gestão petista. As despesas fixas acompanharam essa ascensão anunciando o déficit por vir. E ele veio. Veio com a Copa, com os Jogos Olímpicos, com as obras mal planejadas que não terminariam, com as novas estatais (41 para ser exato!); veio com a corrupção, com os empréstimos a Cuba mediante garantia em charutos e a outros mais do que duvidosos devedores (a maioria dos quais membros da fraternidade comunista do Foro de São Paulo).

Agora, enquanto o dólar sobe e a Bolsa cai, impulsionados ambos pelas declarações de Lula firmando compromisso com a irresponsabilidade fiscal e querendo gastar R$ 200 bi que nao existem, seu homem de então no Banco Central, Henrique Meirelles, disse que Lula “sinalizou uma direção à Dilma” e desejou sorte aos financistas que o escutavam. Li, tambpem, que Pérsio Arida estaria repensando sua participação na equipe de transição.

Aí, vêm à mente aquelas palavras de Luiz Inácio, na Etapa São Paulo do 6º Congresso do PT (1917), quando, após uma enxurrada de promessas que incluíam a regulação da mídia, afirmou que assim agiria não por ter ficado mais radical, mas por estar mais “Maduro” evocando o tirano da Venezuela (assista aqui). De lá pra cá, “amadureceu” ainda mais, se me faço entender.

  • Percival Puggina
  • 13 Novembro 2022

 

Percival Puggina

         Quem não é bobo ou mal intencionado entende a decisão da nobre Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados que aprovou a concessão de prêmio ao ministro Alexandre de Moraes. É a mesma coisa que o atropelado entregar medalha de honra ao mérito a quem o atropelou. Sim, porque a dupla dinâmica TSE/STF tem atropelado o Congresso Nacional sem que se registre B.O. e sem – nem mesmo isto! – que o jornalismo brasileiro relate os fatos.

Só há um motivo para que o proponente, deputado Áureo Ribeiro, tenha praticado algo tão ridículo. Mesmo pelos obstruídos canais por onde transitam as notícias sobre os acontecimentos, o pouco que circula, circula. Nem todo o jornalismo internacional está deteriorado como o nosso; só nos países sob ditaduras o poder judiciário pratica ou carimba a censura; nas democracias, ela não recebe os aplausos que recolhe aqui. O excessivo ativismo do TSE, como era inevitável, chegou ao conhecimento internacional.

Era preciso, portanto, fazer um upgrade na reputação do processo eleitoral brasileiro diante das condições assimétricas e nada isonômicas em que se travou a campanha eleitoral. A entrega do prêmio “Transparência e Fiscalização Pública”, portanto, deve ter algo a ver com censura, com patrulhas digitais e com aplicação de sela, estribo, cabresto e rédea nas plataformas das redes sociais. O prêmio, com aprovação simbólica e apenas quatro votos contra, quer ser percebido como uma legitimação parlamentar de tudo isso.

Contestado pelos deputados gaúchos Marcel e Sanderson, o presidente da comissão e proponente da homenagem, na falta do que dizer, elogiou a “transparência” – valha-me Deus! – e a celeridade do processo de apuração. Que diabos isso teve a ver com os motes oficiais da premiação? Maravilha da tecnologia brasileira: contam-se de modo "transparente" 120 milhões de votos em três horas e seguem-se 11 dias de povo nas ruas.

A concessão do prêmio vale por uma confissão: para o lulismo, o serviço prestado foi tão valioso que mereceu reconhecimento; para a turma com processos no STF, a reverência preserva a pacata harmonia do ambiente.

 

 

 

  • Percival Puggina
  • 10 Novembro 2022

 

Percival Puggina

         Comentários de leitores são uma fonte inesgotável de reflexões. A gente aprende com eles e (espera-se!) vice-versa. Este, me escreve longo comentário, na verdade um manifesto, exaltando o contingente de 32,2 milhões de “eleitores-cidadãos-contribuintes-consumidores” que se recusam terminantemente a sair de casa para se submeter ao voto obrigatório. Com justa razão critica o voto obrigatório, o sistema eleitoral, o sistema de governo, o Congresso e a dupla STF/TSE. Defende o parlamentarismo, o voto distrital e o recall. Diz que Lula perdeu longe para a soma dos votos de Bolsonaro aos dos que se abstiveram de votar; que pouco importa quem venceu.

 

         É a mais eloquente defesa da abstenção que já li. Sinteticamente respondo-lhe a seguir.

***

        Você é responsável, sim, meu caro. Inclusive por aquilo que condena. Ao se abster de votar, você deixa sem representação parlamentar suas pautas corretas e importantes sobre nossas jabuticabas institucionais e, de lambuja, entrega ao país à decisão dos 120 milhões que foram às urnas.

Você fala de uma verdadeira multidão (32,2 milhões é muita gente) que corresponde à quase totalidade dos eleitores do estado de São Paulo (34 milhões). Essa multidão, rigorosamente, não fez coisa alguma em favor do que pensa, do que quer, de si mesmo ou do Brasil. Zero! Nada! Voto facultativo é uma prerrogativa de quem não qualquer motivação cívica. Você tem!

Sua reação, contudo, é tão sem sentido, desculpe-me por dizer, que precisa de um e-mail personalizado para tentar explicar. Quando eu receber 32,2 milhões de mensagens explicando os motivos da omissão de cada um dos remetentes eu estarei convencido de ser verdadeiro, embora estéril, o protesto que, nome de todos, você afirma.  

No Chile e na Colômbia o voto é facultativo. Em ambos os países, no segundo turno, os dois candidatos perderam para a abstenção. E daí? O que isso quer dizer? Qual o valor disso? Qual a contribuição dos eleitores ausentes ao bem de seus conterrâneos?

No Chile e na Colômbia o voto é facultativo. Em ambos os países, no segundo turno, os dois candidatos perderam para a abstenção. E daí? O que isso quer dizer? Qual o valor disso? Qual a contribuição dos eleitores ausentes ao bem de seus conterrâneos?

Pense nisso urgentemente. Em 2024 haverá eleições municipais. Não posso, por fim, deixar de ponderar que o Brasil será entregue a um pilantra, a Globo e os presídios festejam vitória, Alexandre de Moraes, se tudo ficar como está, sai consagrado por sua tenacidade em levar o pleito para onde quis e por ter conseguido realizar a proeza. E a nação? Bem, essa está ferrada por quatro anos.  

Abraço

  • Percival Puggina
  • 04 Novembro 2022

 

Percival Puggina, com conteúdo do Diário do Poder.

Leio no Diário do Poder (íntegra aqui)

           Sempre lenta, reintegração de posse agora será submetida a "comissões".

Apesar de haver rejeitado a prorrogação da suspensão de ordens de remoção e despejos em áreas coletivas habitadas antes do início da pandemia de covid-19, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso tomou uma decisão que, na prática, dificulta a reintegração de posse de áreas invadidas, relativizando o direito constitucional à propriedade.

O ministro determinou que os tribunais responsáveis pelo julgamento de casos de reintegração de posse instalem comissões para mediar os despejos, antes do cumprimento de decisão judicial que determine a retirada de pessoas de áreas privadas. Especialistas afirmam que essa providência irá retardar ainda mais a conclusão de processos em que legítimos donos de áreas invadidas recuperem o que lhes pertencem.

Comento

           Desnecessário dizer o quanto essa relativização está ligada a interesses ideológicos da esquerda. A razão é simples. Desde o século IV, pelo menos, circulou ao longo da história a ideia de que a propriedade privada é um erro estrutural das sociedades. A frase segundo a qual a propriedade e um roubo, atribuído ao Anarquista Proudhon (sec. XIX) caiu no inteiro gosto dos comunistas. O irônico na apropriação dessa ideia é o fato de ser ela valiosa para a implantação do comunismo porque excita a cobiça de uns sobre os bens de outros. E a revolução ganha seu combustível para a luta de classes.

Todo o blábláblá sobre o Brasil não ter sido descoberto e integrar, por direito, o “paraíso perdido” dos índios tem esta única razão: deslegitimar toda posse privada de bens imobiliários. O fato de a posse “pública”, estatal ou coletiva dos meios de produção haver redundado inevitavelmente em miséria, improdutividade, incompetência e opressão parece ser insuficiente ao entendimento de muitos.

E continuarão tentando.

  • Percival Puggina, com conteúdo do Diário do Poder
  • 03 Novembro 2022