• Percival Puggina
  • 28/01/2021
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A IMPORTANTE ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

 

Percival Puggina  

           A analogia que há poucos dias fiz entre a eleição presidencial de 2022 e um jogo de xadrez se aplica, também, à escolha dos novos presidentes das casas do Congresso.  Abordarei aqui alguns aspectos do cenário para eleição da Câmara dos Deputados. Às 18 horas desta quinta-feira, o site do Estadão anunciava haver 219 votos definidos para governista Arthur Lira e 129 votos para Baleia Rossi, candidato das oposições que tem – pasmem! – em  Rodrigo Maia, seu principal articulador. O vencedor tem que fazer 257 votos. É pouco provável que alguém alcance esse total na primeira rodada de votação.

         Maia, para reforçar sua própria base no DEM e transferir a totalidade dos votos da bancada para Rossi, apresentou-se recentemente como candidato à presidência da República em 2022. Uau! Junto com o STF, impediu o presidente de governar durante inteiros dois anos. Enquanto fazia isso, exibia-se na armadura pretoriana de defensor das reformas... Estas, porém, dormiam nas gavetas e roncavam nas sessões virtuais. Agora,  o deputado carioca quer eleger alguém para continuar atrapalhando o governo e, supostamente, ajudar suas próprias pretensões eleitorais.

         Não por acaso, estão com Baleia Rossi, o candidato de Maia, as bancadas do PSDB e do PT e a ala canhota da Casa. E não há hoje, no Brasil, em bolsa de apostas, quem ponha fé e dinheiro grosso na possibilidade de o governador paulista chegar à partida final sentado na cadeira oposicionista. Assim, no resumo dessa bufonaria, temos o DEM trabalhando em desfavor das reformas, contra o programa vencedor da eleição de 2018 e prestando obséquio à candidatura de esquerda no pleito de 2022.

         Se o candidato do governo perder, estará selada sua paralisia. E eu não consigo saber em que sentido isso possa servir ao bem do país, ao desenvolvimento econômico, aos segmentos sociais mais carentes de atenção, aos desempregados, aos governadores e prefeitos.