• Francisco Ferraz
  • 23/12/2020
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FATOS E PERSONAGENS DA HISTÓRIA POLÍTICA

Francisco Ferraz

 

Nota do editor do site

Este e-book interessa pelo  autor, temário, conteúdo e capa.

O professor Francisco Ferraz, ex-reitor da UFRGS e nacionalmente conhecido cientista político, criador e diretor do site Política para Políticos, acaba de lançar pela Amazon um e-book sobre fatos e personagens da História Política.

São palavras do qualificado autor, como introdução e apresentação de sua mais recente obra:

Este livro é composto de artigos sobre temas políticos diversos que possuem em comum sua singularidade, sua  importância e relativo desconhecimento.

Os temas abordados são os mais variados. Desde uma revisão dos sistemas totalitários – fascismo, nazismo e comunismo – expondo os limites doentios de declarações e frases com que Mussolini, Hitler e Stalin pronunciavam sobre seus povos, bem como as expressões de culto à personalidade à outrance ditadas pelo pavor, pelo medo da perseguição, mas também por uma admiração devota ou por um amor sentido ou teatralizado.

Também há capítulos que contêm a narrativa de alguns filmes que ilustram episódios de origem histórica como Os fantasmas de Goya  (inquisição espanhola); e a Carga da Brigada Ligeira - que narra a última ocasião em que a famosa Brigada Ligeira foi usada (Guerra da Criméia).

A brigada ligeira era a elite da cavalaria. Somente os mais hábeis cavaleiros e os mais rápidos cavalos dela faziam parte. Sua missão era atacar canhões com espadas e armas de fogo leves e captura-los como símbolo de vitória. Era uma batalha entre canhões e espadas; peças fixas e cavaleiros em alta mobilidade; munição pesada que destroçava animais e guerreiros e  animais em extrema velocidade que avançavam em direção à artilharia. Canhões eram lentos para recarregar e eram úteis quando atiravam à distância. A carga da brigada ligeira era suicida para a maioria dos cavaleiros que eram destroçados pelos canhões e para os seus artilheiros quando a cavalaria chegava próxima deles com a espada desembainhada.

Os canhões procuravam atingir o máximo de cavaleiros à distância, enquanto podiam atirar seus projéteis; os cavaleiros precisavam com o máximo de velocidade chegar próximo aos canhões que perdiam sua função num combate corpo a corpo, onde a espada tornava-se a arma letal.

O capítulo sobre, A que depois de morta foi rainha se refere à expressão tão usada em Portugal e no Brasil sobre Inês de Castro: “Agora é  tarde, Inês é morta”. É a história de um amor que termina não na morte de Inês, e sim na remoção de seu cadáver, no trono em que foi posta, no traje de rainha que a vestiu, na coroa a que tinha direito e na macabra cena dos nobres ajoelhando-se e beijando a mão da morta, imposta pelo rei seu viuvo como gesto de submissão à rainha...como se estivesse viva.

No capítulo sobre os Intermináveis aplausos a Stalin, é descrita a situação tragicômica dos aplausos a Stalin que nenhum membro do público atrevia-se a parar de aplaudir. Presente ou ausente Stalin era o alvo do aplauso que, uma vez iniciado ninguém se atrevia a parar de aplaudir (sempre haveria alguém para denuncia-lo!). Usando a ardorosa narrativa de personagens russos - entre eles  Solzhenitsyn e Pasternak - esta situação de frequente ocorrência na União Soviética é descrita até o seu desenlace.

Tinha-se como certo que o mais longo aplauso(6 minutos) fora dado a Pavarotti. Descobriu-se mais tarde  que foi Stalin quem recebeu o mais longo aplauso (11 minutos). O texto traz também o endereço no YouTube para você acompanhar a gravação deste aplauso que durou 11 minutos.

Outra situação peculiar é a Orquestra Fabril. No auge do entusiasmo revolucionário na União Soviética (1917/1918) surgiu um movimento para substituir a música clássica por uma outra de origem e características proletárias. Não mais Mozart, Beethoven, Bach, Tchaikovsky a revolução exigia a música proletária. Mas não com os instrumentos burgueses como violinos, piano, cello, flautas, fagotes.

Os novos instrumentos musicais tinham que ser aqueles usados pelos proletários para trabalhar: martelos, apitos, gemidos de máquinas, sirenas de fábricas; também não cabia fazer toda esta mudança e pôr um maestro de fraque a rege-la. O regente então ficava no teto do mais alto prédio das redondezas e, com duas bandeiras (uma em cada mão) regia a melodiosa composição.

Não durou muito este lance de criação revolucionária.

Também o livro contém dois capítulos mais longos. A narrativa do período de terror anarquista que se espalha na Europa no início do século XX, antes da I Guerra Mundial –Anarquismo a propaganda pelo ato e, a Caça às Bruxas, como arquétipo de manipulação do poder totalitário nas ditaduras e autoritarismos.

A análise mostra a similaridade da tecnica medieval de caça às bruxas e seus métodos com a polícia política e o poder judiciário em governos totalitários.

Por fim, num momento em que tanto se discute a universidade no Brasil, o discurso de Unamuno em defesa da universidade de Salamanca (em que era reitor)  e da Espanha, enfrentando o General Millan-Astray, franquista, fascista extremado, brutal e sádico cujo lema era Viva la Muerte.

Uma última observação. É óbvio que uma variedade de temas como esta resulta de escolhas individuais do autor. Espero que a sua leitura agrade seus leitores.

ÍNDICE
1.    ENTENDER O SEU TEMPO: CHAVE DO SUCESSO POLÍTICO  
2.    OS  FANTASMAS  DE  GOYA-                          
3.    FASCISMO E NAZISMO: DUAS TRAGÉDIAS ANUNCIADAS
4.    OS INTERMINÁVEIS APLAUSOS A STALIN                            
5.    SINFONIA FABRIL NA RUSSIA DE 1917                                
6.    O  GRANDE  INQUISIDOR FIODOR DOSTOIEVSKI                
7.    CRIMEIA: O EPISÓDIO DA CARGA DA CAVALARIA LIGEIRA              
8.    “AGORA É TARDE, INÊS É MORTA”                                    
9.    A RESISTÊNCIA ITALIANA NA II GUERRA MUNDIAL E SEU HINO BELLA         CIAO                  
10.    A TRADIÇÃO COMO A SABEDORIA POLÍTICA INGLESA      
11.    O ANARQUISMO: A PROPAGANDA DO ATO                        
12.    A “CAÇA ÀS BRUXAS”, A TRAJETÓRIA DE DESTRUIÇÃO DA DEMOCRACIA                                                                         
13.    UNAMUNO DISCURSO EM DEFESA DA UNIVERSIDADE
14.    A DESTRUIÇÃO DA CATEDRAL DE CRISTO SALVADOR EM MOSCOU                                                                                  
15.    UMA CIDADE AO MAR