• Percival Puggina
  • 16/05/2015
  • Compartilhe:

FRAUDULENTA HOMENAGEM A UM GENOCIDA

 

 Há poucos dias recebi carta de um senhor, comunista de usar foice e martelo na lapela, tecendo críticas a parlamentares do PP denunciados na operação Lava Jato. Esclareço a quem lê estas linhas que me desfiliei do PP em 2013, desde que passei a me dedicar exclusivamente à comunicação. No começo da mensagem, o autor me repreendia por meu combate ao governo Dilma e, em seguida, tentava jogar no meu colo o problema de alguns parlamentares do Partido Progressista. Logo em mim, que jamais defendi quem houvesse praticado crimes, fosse de que partido fosse. Logo em mim, que jamais chamei ladrão algum de "herói do povo brasileiro".

Engraçado. O sujeito é filiado a um partido da base do governo Dilma. Defende a administração petista, que ensejou os crimes investigados na operação Lava Jato e em tantos outros setores da esfera federal. Seu partido vota com o governo e boicota toda tentativa de se criar CPI para investigar a corrupção em órgãos do governo. Defende o regime mais genocida da história, responsável pela morte de 100 milhões de seres humanos. Junto com senso de proporção foi-se, também, o senso moral. E mesmo assim, com esse peso sobre os ombros de suas opções ideológicas, resolveu me cornetear...

Mas deixemos para lá. Escrevo estas linhas motivado pela notícia de que os comunistas do Rio de Janeiro, ao ensejo do Dia da Vitória, em 8 deste mês, resolveram homenagear Joseph Stálin, cujo nome teria sido esquecido nas comemorações. Para promover sua celebração particular, colocaram um adesivo com o nome do líder soviético sobre a placa da rua Santa Luzia, na esquina da Avenida Presidente Antônio Carlos, centro do Rio. O assunto e a imagem foi para a capa dos jornais. Surpreendentemente, nada li sobre o que representou, na história do século 20, o genocida cuja triste memória foi reverenciada na fraudulenta homenagem.