• 14/10/2014
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LEMBRANÇAS DE 2002

Percival Puggina

 O texto a seguir é parte de um artigo que escrevi em fins de 2002 para o site do antigo PPB, quando se encerrava o governo Olívio Dutra no Rio Grande do Sul e Lula ponteava a disputa presidencial contra José Serra. O Lula do ABC havia perdido as três eleições anteriores. Naquela quarta campanha presidencial, porém, ingressara um novo Lula, que eu chamei de Lula do Duda.

 

 "Seria infindável a lista de eventos ocorridos no Rio Grande do Sul nos últimos quatro anos, a evidenciar o que representa um governo petista. Sou um observador atento desses fatos porque intuí, desde antes do pleito de 1998, aquilo que poderia acontecer. E aconteceu, além do que eu previra. O PT levou suas possibilidades de subverter a ordem pública, em favor de seu ideário, para bem adiante dos limites constitucionais.

 "Por isso, quando o Lula do Duda ultrapassou em mais de 10 pontos percentuais o Lula do PT, e muita gente por aí afora começou a gritar “Senta que o leão é manso!”, eu senti necessidade de alertar ao país para o fato de que, passado o pleito, desapareceria o Duda e ficaria o PT. Os governos petistas são governos partidários e são as instâncias do partido que determinam a ação dos seus governantes. Isso seria suficiente para compor um quadro alarmante. Mas é impossível desconhecer algo pior: o PT cuidará, com zelos de relojoeiro, de montar sua máquina nos escalões da Administração, nas Forças Armadas, no Banco Central, nas estatais, na publicidade oficial, estruturando mecanismos de arrecadação e organização que irão favorecer sua sonhada hegemonia, comprometendo a democracia e as liberdades públicas.

"Eis como vejo o que poderá acontecer neste país se uma vitória petista ampliar ao âmbito da União aquilo que acontece no Rio Grande do Sul. "

Parece que não me enganei...