• 21/01/2015
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O IMPÉRIO DA MENTIRA

A jornalista Rosane de Oliveira, em seu blog em ZH (20/01/2015), sob o título "O discurso de Dilma virou pó", lista uma série de ações adotadas pelo governo da presidente, nessa segunda versão. E pede aos leitores que imaginem Dilma anunciando tais medidas durante a campanha eleitoral. A pergunta que não quer calar, diante dessa sequência de contradições absolutas, é esta: teria Dilma vencido a eleição? A jornalista, com razão conclui que se tivesse anunciado a metade delas, não teria sido eleita.

Concluo eu: nossas instituições não põem freios à mentira. Poderia a mentira fazer parte da liberdade de expressão no campo da política? Outros países não pensam assim.

A partir daqui, são observações da jornalista.

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"Imagine-se a candidata Dilma no debate decisivo da TV Globo dizendo as seguintes frases:

“Como o governo gastou demais, teremos de adotar medidas impopulares para recolocar a economia nos eixos e reconquistar a confiança do mercado.”

“Vou convidar um executivo do Bradesco para o lugar de Guido Mantega, porque as contas estão deterioradas e precisamos aumentar a arrecadação em pelo menos R$ 20 bilhões.”

“Vamos ressuscitar a Cide, aquela contribuição sobre os combustíveis, que existia e foi zerada no meu governo para evitar o aumento do preço na bomba. O aumento será de 22 centavos por 

litro de gasolina e de 15 centavos por litro de diesel, na refinaria. Ainda não sabemos quanto isso vai significar na bomba.”

“Infelizmente, a Caixa Econômica Federal terá de aumentar os juros da casa própria. Mas vamos preservar os imóveis do Minha Casa, minha vida e os financiados com recursos do FGTS.”

“O IOF dos empréstimos bancários vai dobrar. Subirá de 1,5% para 3%. É preciso conter o crédito para controlar a inflação.”
“O PIS-Cofins dos importados vai aumentar de 9,25% para 11,75%. Você tem de entender que é preciso equilibrar nossas contas externas.”

“A conta de energia terá um aumento significativo, porque teremos de retirar o subsídio dado ás empresas do setor elétrico. Assim, fica mais transparente: em vez do contribuinte pagar essa conta com o dinheiro dos impostos, o consumidor paga direto na conta de luz.”

“Vamos adotar o sistema de bandeiras, para ficar claro que estamos cobrando mais quando a falta de chuva nos obriga a acionar as usinas térmicas.”

“O aumento do preço da energia elétrica não evitará apagões se o verão for rigoroso e o consumo aumentar demais. ”

“Precisamos rever as regras de concessão do seguro desemprego e das pensões do INSS.”

“Estamos pensando em propor a volta da CPMF, para aumentar os investimentos na saúde.”