• Jacy de Souza Mendonça
  • 05/07/2015
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PETROBRAS FESTEJA A QUEDA DO PREÇO DO PETRÓLEO!


Jacy de Souza Mendonça - trecho de um artigo intitulado "Petrobras".

(...) Soou estranho, entretanto, escutar o Presidente da Petrobras declarar que estava sendo beneficiado pela queda do preço internacional do petróleo... Linguagem típica de importador do produto, para um povo habituado às fanfarronices de administradores políticos vendendo a imagem de termos conquistado a autonomia e de nos incluirmos até entre os grandes exportadores do produto. Se o que eles diziam tivesse um pingo de veracidade, deveríamos agora lamentar e não festejar a queda do preço; deveríamos até ambicionar sua alta.

Outra coisa que deu para sentir na séria singeleza dos planos foi a ausência de mãos políticas sujas de óleo e conspurcadas pela descarada e gigantesca roubalheira.

Oxalá esse banho de honestidade permita-nos vencer os hipnóticos refrãos de que o petróleo é nosso e de que só uma empresa estatal pode tocá-lo. Oxalá, em futuro próximo, possamos registrar a presença de muitas empresas petrolíferas internacionais extraindo o óleo de nosso subsolo, refinando-o, vendendo-o e, destarte, gerando empregos para os brasileiros, recolhendo tributos e aumentando nosso PIB e o saldo de nossa balança no comércio internacional. Temos tantas empresas com capital e administração estrangeiros operando entre nós há décadas, em vários setores da economia, com extraordinário sucesso, por que não podemos ter mais algumas, exatamente nessa área tão fundamental para o País e tão mal servida? Só porque os políticos embeberam esse segmento econômico de ideologias políticas? A competição da estatal com outras empresas só serviria como estímulo para que ela cresça e beneficiados seriam todos os brasileiros, não apenas os políticos. A realização desse sonho precisa ser para breve, porque a tecnologia mundial caminha em direção à substituição do petróleo como combustível e quando isso ocorrer teremos nosso subsolo encharcado por um óleo inútil.

A Petrobrás é, a propósito, uma das duas únicas empresas estatais de petróleo que existem no mundo para importar... a outra é da Argentina (que, depois de privatizada, foi reestatizada, vive hoje as mesmas deficiências da nossa e não nos dá inveja) as demais têm como objetivo exportar. (...)