• Percival Puggina
  • 22/10/2020
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SIM, SIM, DIAGNÓSTICO PERFEITO, MAS O QUE FAZER?

 

Leitora me envia gentilíssima mensagem perguntando como agir nas atuais circunstâncias históricas. Ela concorda com os diagnósticos, mas vive a ansiedade de querer que a realidade nacional seja submetida a uma correção mais rápida de seus rumos. Ela tem pressa.

Justifica-se plenamente a preocupação da leitora. Todos percebemos que, de modo absurdo, a nação é antagonizada por suas próprias instituições. O texto que segue transcreve a minha resposta a esta indagação: o que fazer? Ela se dirige a leitores que, em muito majoritariamente são liberais e conservadores e corresponde a uma parte muito peculiar, muito especial da sociedade brasileira. Orgulho-me desses meus leitores. Não são uma régua boa para aferir a nação neste momento da história.

Somos conservadores e queremos viver em liberdade, segurança e prosperidade numa democracia constitucional. É preciso, então, renunciar às soluções vapt vupt, pois elas são próprias dos movimentos revolucionários. Se duas décadas de governos militares não conseguiram curar na sociedade brasileira o populismo, o corporativismo e o patrimonialismo, não será um bate volta que o fará. Por isso, precisamos cumprir o trabalho de base, de apresentação realista da situação social, política e econômica do país. Sem enfeites nem rodeios, à exaustão, fazendo aquilo que, nas circunstâncias totalmente adversas de seu tempo, a esquerda fez para se tornar hegemônica no país.

Por outro lado – e aí somos pouquíssimos os que tratamos disso – precisamos entender que nosso sistema de governo é incompatível com uma gestão honesta dos negócios públicos. Delfim Neto dizia que a política é aética. Não! Ela se torna aética quando todo o processo político e cada pequena parte dele pode e deve servir a algum interesse e ser qualquer coisa menos uma parcela do bem comum.