O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, aproveitou a reunião bilateral com a presidente Dilma Rousseff para pedir apoio econômico a seu país. Além de uma crise que já se arrasta há mais de um ano, a queda no preço do petróleo deixou a Venezuela em uma situação ainda mais difícil. (folhapolítica.jusbrasil.com.br)
COMENTO:
Durante anos debati com petistas e comunistas sobre os danos do chavismo à economia e à política da Venezuela. Mas era tudo inútil. Chávez representava o casamento da utopia com a grana. Jogava dinheiro para cima e desfrutava daquele poder de atração que o Tesouro abarrotado exerce. Com 96% de suas exportações provindo do petróleo, sempre falando grosso, o novo Kaiser sul-americano foi estatizando tudo que podia, acabando com o empreendedorismo privado. Afinal, na condição de membro da OPEP e maior produtor mundial fora do Oriente Médio, a Venezuela podia dar-se a todos os luxos, inclusive ao luxo de armar-se até os dentes. Com a morte de Chávez, Maduro o sucedeu na mesmíssima toada.
De repente, na contramão das expectativas, as reservas mundiais ampliam-se constantemente, o preço do barril de petróleo desaba de US$ 100 para US$ 48, e se instala o caos nas contas venezuelanas. A produção da indústria nacional despencou e falta dinheiro para as importações. A popularidade do governo caiu abaixo de 30% e a violência institucional contra a oposição segue, cada vez mais de perto, a receita do castrismo. Cadeia, cacetete e bala para todo o mundo.
Qual a saída para Maduro? Vir correndo atrás dos parceiros ideológicos que importaram os balaqueiros neocomunistas para o Mercosul, que inventaram a Unasul e que criaram o Foro de São Paulo. Falo de Lula e, agora, de Dilma. E o que anteontem nossa presidente? Prometeu apoio a Maduro para o desenvolvimento do setor industrial venezuelano. Ou seja: vai aí mais dinheiro do BNDES para sustentar a parceira petista com a rafuagem da política continental.
Quando a presidente anunciou que em seu segundo mandato o Brasil seria o lema "Pátria Educadora", primeiro pensei nos péssimos exemplos que o PT e seus aliados têm protagonizado nos últimos 12 anos. Maus exemplos deseducam. Depois, olhei a lista dos novos ministros buscando pelo nome do novo titular da pasta da Educação. Ali estava Cid Gomes. Cid Gomes, para quem não lembra é aquele ex-governador do Ceará que certa feita, ante pressão dos professor cearenses por aumento de salário disse que quem trabalha no setor público o faz por vocação, não por salário.
A matéria a seguir é do site www.brasil247
Ceará 247 - O ex-governador Cid Gomes, que assumiu o Ministério da Educação, é o primeiro alvo da artilharia da imprensa conservadora. Nesta sexta-feira, ele foi alvo das colunas de Dora Kramer, no Estado de S. Paulo, e Merval Pereira, no Globo. Ambos parecem dispostos a desconstruir o slogan 'pátria educadora', com o qual a presidente Dilma Rousseff pretende marcar o seu segundo mandato.
"A desconexão entre as palavras e os fatos é uma constante nos pronunciamentos da presidente Dilma Rousseff. Raramente surpreende nesse quesito, mas, ontem, no discurso de posse no Congresso Nacional, ela superou-se em vários momentos", disse Dora Kramer. "Em especial quando anunciou em tom solene o lema do segundo mandato: "Brasil, pátria educadora", significando que o governo dará à educação total prioridade nos próximos quatro anos. Fosse real, essa primazia deveria necessariamente corresponder à escolha de alguém de reconhecido saber na área para comandar o ministério da Educação. A realidade, no entanto, faz daquele emblema um mero slogan: o ministro é o ex-governador do Ceará, Cid Gomes, nomeado para contemplar o PROS (11 votos na Câmara) e recompensá-lo pela saída do PSB quando o partido deixou a base do governo."
Merval Pereira seguiu a mesma linha.“'Brasil, Pátria Educadora' seria um bom mote para um governo renovador, se não fosse apenas um achado propagandístico, e refletisse um verdadeiro objetivo prioritário, desmentido logo de cara com a escolha do ex-governador Cid Gomes para o ministério da Educação, sem o menor contato com a área e sem projeto educacional digno de nome", disse ele. "O improviso da escolha do ministro, que chegou a recusar o cargo, indicando o quanto lhe importa a 'pátria educadora', mostra bem que o projeto que a presidente Dilma anunciou ontem é oco de conteúdo, e entra na lista de mais um dos muitos passes de mágica com que a presidente se acostumou a ganhar eleições e a governar da boca para fora."
O texto a seguir transcreve matéria de http://noticias.gospelprime.com.br
Entre os muitos projetos que tramitam no Congresso, um tem chamado atenção de parlamentares religiosos. O Projeto de Lei 1780/2011 propõe incluir no currículo oficial da rede de ensino “a obrigatoriedade da temática “cultura árabe e tradição islâmica”. Seu teor completo pode ser conhecido no site do Congresso (aqui).
Originalmente, foi uma proposta do deputado Miguel Côrrea (PT-MG), recebendo apoio de Carlos Alberto (PMN-RJ), Jean Willys (PSOL-RJ), Luiz Tibé (PT do B-MG), Edson Santos (PT-RJ) e Reginaldo Lopes (PT-MG).
Causa estranheza a presença da assinatura do deputado Jean Willys, que tantas vezes apregoou a manutenção do Estado laico e classificou os ensinos do cristianismo de “homofóbicos”. De modo especial, por que sendo um defensor da população LGBT, parece esquecer que na maioria dos Estados islâmicos os gays ainda são mortos em consonância com a sharia (lei religiosa islâmica). Alguns nos atrás, quando Mahmoud Ahmadinejad, então presidente do Irã esteve no Brasil, deixou isso bem claro.
Ensinar sobre o islamismo nas escolas de ensino primário e médio no Brasil parece fazes parte de uma tendência de pluralismo na sala de aula. O artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, determina que o estudo religioso nas escolas públicas seja parte integrante da formação básica do cidadão, podendo ser disciplina regular nos horários normais do ensino fundamental.
Em 2003, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assinou a Lei nº 10.639 que alterava a LDB, introduzindo a obrigatoriedade de se ensinar “História e Cultura Afro-brasileira” no ensino básico público e privado.
Não está bem claro por que ao invés de procurarem o Ministério da Educação e proporem nova alteração na LDB, os deputados optaram pela elaboração de uma lei federal para introduzirem o ensino da “tradição islâmica” nas escolas. Em especial por que é impossível desassociá-la da religião islâmica. Afinal, a cultura árabe é bem extensa, mas aparentemente ignora-se que, embora minoria, existem milhares de árabes cristãos.
Concluo eu.
Seria bom que nobre parlamentar do PSOL, assistisse este vídeo.
27/12/2014
Percival Puggina
A presidente Dilma, no dia 22 de dezembro, sancionou a Lei Nº 13.060 que regula condutas policiais no território nacional. O teor da nova lei restringe o uso de armamento pesado, prioriza o de menor poder ofensivo e proíbe o uso de armas contra fugitivos a pé ou motorizados, exceto quando significarem risco à integridade dos policiais ou de terceiros. E por aí vai.
Na leitura mentalmente enferma do marxismo, a pobreza é causada pela riqueza e a criminalidade é produto do conflito entre as classes sociais. No momento em que o mal do marxismo se instala na mente humana, o portador da enfermidade começa a delirar, a afirmar que o bandido é vítima e a bradar que, no fundo, a vítima é o verdadeiro agressor. O ato criminoso se torna, assim, incontornável feito justiceiro e evidência das contradições do “sistema”. Não há mais o mal nem o bem em si mesmos. Tudo se torna relativo, a depender do lado onde se esteja. O único absoluto é a luta de classes, critério de juízo e chave de leitura de quaisquer acontecimentos, do estupro ao petrolão, passando pelo roubo de cargas e pelo refino de cocaína.
A moral evidentemente desaba e, com ela, a ordem pública. Aos criminosos são disponibilizadas mais atenções e garantias do que às suas vítimas. As prerrogativas e a proteção do criminoso, do assaltante, do estuprador, do motorista que atropela muitos, fere vários e mata um, vêm em primeiro lugar (como aconteceu recentemente no RS). Por isso, deve o policial trabalhar com estilingue enquanto o bandido usa armamento pesado. Por isso, a perseguição motorizada a um bando em fuga só terminará quando algum dos veículos se acidentar ou ficar sem combustível. É o que o decreto não diz.
22/12/2014
Percival Puggina
O escritor Luiz Fernando Veríssimo, competente quando faz humor e engraçadíssimo quando escreve sério, furou o teto da falta de noção no texto publicado hoje, 22 de dezembro, em Zero Hora. Ao longo da coluna, para justificar a terrível violência institucional do totalitarismo chinês e cubano, LFV foi argumentando com base em omeletes e ovos. Meios e fins. Quebrar ovos para fazer omeletes. Deixou de lado o totalitarismo soviético porque, pelo jeito, não serviu à tese. Mais valem dois argumentos na mão do que uma tese voando.
A paixão ideológica tem razões que a razão desconhece. Os leitores sabem distinguir um ovo de uma pessoa humana, não há necessidade de contra-arrazoar. Vou ao que conheço mais, que é a publicidade comunista em torno do IDH cubano. Atribuir confiabilidade a dados sociais fornecidos por qualquer governo comunista é uma enorme ingenuidade. É o mesmo que acreditar em Fidel Castro. Ou em Lula. Ou em Dilma. Dou um exemplo que serve ao caso. Fidel, no dia 8 de janeiro de 1959, no discurso que fez ao entrar em Havana, logo após a sua revolução (Che Guevara chegara antes), falou assim às mães cubanas: "Hoy yo quiero advertir al pueblo, y yo quiero advertir a las madres cubanas, que yo haré siempre cuanto esté a nuestro alcance por resolver todos los problemas sin derramar una gota de sangre. Yo quiero decirles a las madres cubanas que jamás, por culpa nuestra, aquí volverá a dispararse un solo tiro" (íntegra). As mães cubanas aplaudiram. E ele, ato contínuo, começou a quebrar ovos no paredón. Bem como conviria à omelete de LFV.
Mentira, agitação e propaganda são a alma do sistema. A exemplo de qualquer país comunista, Cuba não permite que instituições externas monitorem seus dados. Por outro lado, o governo considera que, como fornece alguns itens de alimentação a preço altamente subsidiado, e proporciona estudo e atenção de saúde gratuitos à população, os ínfimos salários que paga aos trabalhadores não são representativos do que eles realmente ganham. Com isso, infla a variável renda agregando a ela os investimentos do governo. Se todos os países fizerem a mesma coisa!... É o que se chama IDH de granja, onde os frangos têm casa, comida e veterinário para cuidar de sua saúde, mas não têm liberdade, nem propriedade, nem dignidade (os estrangeiros têm direitos vedados aos próprios cubanos); não podem decidir sobre o que ler. Não há onde nem como buscar a própria felicidade.
Ah, sim, pois é, tem a Educação. Já no início dos anos 50, os padrões educacionais de Cuba se alinhavam entre os mais elevados do mundo. O que o regime fez, a par, certamente, de uma ampliação do sistema, foi transformar o ensino em "doutrinação para o comunismo", como todo regime comunista faz com vistas à própria estabilidade. Essa é uma obrigação constitucionalmente imposta ao Estado e às famílias. Ora, educar para o comunismo é quase o mesmo que não educar absolutamente, porque resulta em cerceamento da liberdade, junto com a qual, vão-se o interesse próprio, a criatividade, a inovação, a iniciativa pessoal e a recompensa do mérito.
É muito ovo quebrado para pouca omelete.
A BBC Brasil, em matéria de hoje, comenta o desabastecimento causado na Venezuela pela queda dos preços do petróleo no mercado internacional. Menos dinheiro das importações, menos dinheiro para as importações.
Acontece que a "economia socialista" é uma contradição em termos. É algo que "non exsite", como diria o padre Quevedo. Chavez, e agora Maduro, acreditavam haver criado o paraíso. Esqueceram-se de que quando Chavez chegou ao poder, o preço do Barril de petróleo estava em US$ 10 e decuplicou, mantendo-se ao redor dos US$ durante muito tempo. Os venezuelanos nunca tinha visto tanto dinheiro e os comunistas do governo acharam que tal riqueza era obra deles.
Armaram-se até os dentes, investiram contra as empresas privadas, desestimularam a produção, adotaram Cuba para manter a ditadura dos Castro, e acabaram com o próprio país. Relata a matéria da BBC que "faltam produtos básicos, como fralda e leite, sumiram e pessoas fazem filas para tentar comprá-los. Eugenia Martinez disse ter acordado às 3h para comprar dois pacotes de fraldas para a filha".
Prossegue a matéria da BBC: "Em nenhum lugar em Caracas você consegue encontrar fraldas", diz a dona de casa. "Então quando alguém me avisa sobre onde encontrá-las, tenho que ir". Assim, filas para itens simples têm se espalhado pelo país. Mesmo tão cedo, Eugenia conta ter enfrentado um metrô lotado, antes de se juntar a mais uma fila. Achadas as fraldas, o desafio agora é encontrar leite. Enfim, sai-se de uma fila para entrar noutra, fila do leite, fila das fraldas.
É o resultado do desvario ideológico misturado com a imprudência e a ignorância. Simples como isto: se 96 % das exportações cubanas vêm do petróleo, uma queda de 50% nos preços dessa commodity, corre o pano sobre o teatro socialista e começam as vaias.