Percival Puggina
Quase meio século depois, revertida decisão de 1973, os Estados norte-americanos podem votar leis restritivas ao “direito” de abortar. Espera-se que pelo menos 24 Estados adotem legislação nesse sentido.
Já em 1973 a questão dividia a opinião pública. De lá para cá, num verdadeiro genocídio, a cada ano, mais de um milhão de fetos foram dispensados como lixo humano nos EUA.
Enquanto isso, aqui no Brasil, uma menina de 11 anos abortou um bebê de 24 semanas, apesar de determinação em contrário da juíza do caso, com base no precipitado atendimento de uma recomendação do Ministério Público Federal.
Aqui como lá, a mídia tutora da opinião pública defende o aborto e reprova a juíza brasileira e os justices da Suprema Corte. Aqui como lá, os defensores do aborto confundem motivos pessoais com razões da razão sem perceber que motivos pessoais podem ser atenuantes ou agravantes de um homicídio, mas não são autorizações para matar. Nem criam para o Estado a obrigação de cometer o ato criminoso conveniente aos motivos da mãe.
Grupos humanos, em condições selvagens e primitivas de vida, têm o hábito cultural de matar seus bebês do sexo feminino ou portadores de anomalias. Veem essas condições como motivos para matar bebês, mas parece difícil encontrar em ambiente civilizado quem se disponha a “militar” em favor da preservação desse “direito”.
“Vivendo e aprendendo”, afirma antigo chavão. Vivendo, a gente aprende o quanto o interesse próprio é determinante de “argumentos” que não se sustentam perante princípios como o do direito à vida, ou à liberdade, ou à propriedade, que sequer seriam contestados em ausência do interesse próprio...
O presidente Biden qualificou a decisão da Suprema Corte como “erro terrível”, o que, por consequência, transforma um amontoado de fetos humanos, depositados em lata de descarte hospitalar, num esplêndido acerto.
Olhe um berçário de maternidade e uma lata dessas e me diga onde há algo muito errado.
Fernão Lara Mesquita, em O Vespeiro
O Brasil discute apaixonadamente a insegurança das urnas e tem boas razões para isso. Ninguém recheia pacientemente um supremo tribunal com militantes, anula irreversivelmente as três instâncias do Poder Judiciário abaixo dele resgatando um criminoso condenado para enfia-lo diretamente na eleição e mata a pau o Poder Legislativo inteiro ao derrubar três votações democráticas maciças dos representantes eleitos do povo mandando imprimir um comprovante do voto alegando razões futeis porque esteja bem intencionado. Tirar da eleição o caráter de argumento indiscutível da pacificação nacional que a transparência da contagem dos votos lhe confere em todas as democracias do mundo certamente não vale os caraminguás que se quer "economizar" negando ao eleitorado brasileiro um comprovante do voto que ele possa ler.
Mesmo assim, na merda em que estamos a questão da urna chove no encharcado!
A "fraude", quando "aparece", verdadeira ou "falsa", consiste na pessoa votar num nome e seu voto ser transferido para outro pela máquina. Mas o fato é que o otário do eleitor brasileiro vota numa pessoa e elege outra sem o concurso de qualquer hacker. No sistema do voto proporcional essa transferência fraudulenta já é operada PELA LEI. Só 15 a 20% da fauna que habita os legislativos brasileiros, conforme lembrou artigo publicado ontem por José Serra em O Estado de S. Paulo, foi eleita por votos em sua pessoa. 80 a 85% dela ganhou o poder de ditar-nos leis "de carona".
Hoje essa fraude sistematizada está delimitada ao interior de cada "partido político" criado e sustentado pelo Estado. Até 2020 rolava até entre partidos diferentes, desde que estivessem mancomunados numa mesma "coligação".
O resultado é esse que está aí. O eleitor não sabe quem elegeu e o eleito não deve lealdade a ninguém senão ao "dono" do partido em que se homiziou. E sua única missão na vida passa a ser a de defender o sistema sem o qual jamais se elegeria e reelegeria, os menos ruins para ter privilégios vitalícios e hereditários às custas do favelão nacional, os mais iguais à média para assaltá-lo impunemente.
E enquanto rasga-se assim, já não digo a nossa constituição drogada e prostituída, coitada, mas até a própria Declaração Universal dos Direitos Humanos, a imprensa nacional das redações franqueadas aos "jornalistas" formados no "sistema educacional" criado pela fauna dos 15 a 85%, dança em frenesi a dança do "estado democrático de direito" em torno da fogueira da ignorância (e não só da ignorância) como um bando de anacrônicos pajés de uma tribo institucionalmente primitiva.
O resto da tragédia nacional é mera consequência.
Leia o restante do artigo aqui: https://vespeiro.com/2022/06/24/eleicoes-democraticas-x-eleicoes-brasileiras-2/
Percival Puggina
Durante as quase duas décadas em que trabalhei numa grande empresa nacional de engenharia de projetos, tive oportunidade de admitir muitos estagiários, através do excelente serviço prestado pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE-RS), instituição privada, sem fins lucrativos, altamente benéfica para o treinamento de estudantes em suas áreas de formação, junto às empresas. De lá para cá, a instituição cresceu e ampliou, em muito, suas atividades.
Os procedimentos eram simples. Aberta vaga para estágio, a empresa solicitava envio de currículos dos pretendentes já inscritos no sistema e, posteriormente os entrevistava. Os jovens admitidos eram incorporados e recebiam atenção especial supervisores dada a natureza pedagógica implícita em sua participação nas atividades da empresa.
Por isso, foi com pesar que li hoje (20/06) em ZH, matéria sobre uma pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) que escrutinou o desempenho de 59.776 concorrentes a vagas, concluindo que “83,5% foram reprovados por apresentarem conhecimento gramatical insuficiente”.
No entanto, sublinho eu, ainda há quem diga que isso não é importante, que não se pode confrontar o aluno com o ambiente cultural de onde procede e que cada um se comunica como quer e pode – o que são verdades em inúmeras circunstâncias e condições de vida – mas não tem validade para outras em que dificulta o acesso ao trabalho e a remuneração.
Não surpreendem os dados da tabela que ilustra a matéria e está reproduzida acima. Os piores resultados foram constatados entre estudantes de Pedagogia. Insistentemente tenho apontado, com a concordância de bons mestres, expandir-se aí uma das raízes do problema. Há questões teóricas e ideológicas mal elaboradas nos cursos ligados à Educação! E há, também, problemas sociais pendentes de solução através dos séculos em nosso país, problemas que só a Educação poderá resolver. Nossa maior riqueza, cujas potencialidades são superiores a qualquer dos fatores de produção, está no conjunto daquilo que os indivíduos podem, consciente e dedicadamente, com educação de qualidade, desenvolver em si mesmos.
Já é daí que, embora insuficiente, vem muito do que somos. Contudo, só sentaremos orgulhosamente entre as grandes nações da terra, só alcançaremos um bom nível de bem estar social quando a formação da nossa gente estiver elevada a um bom padrão de suficiência. Em outras palavras: quando estudantes estudarem, professores ensinarem e as comunidades, com suas elites políticas, sociais e econômicas se preocuparem e se ocuparem disso.
Então, a prosperidade e o bem estar social advirão de modo irresistível, como irresistíveis são as forças da natureza. Esse é o ignorado ensinamento de tantos povos!
Luis Dufaur
“Toda a história humana é a história da arte de enganar”, instruiu o general Alexander Vladimirov apresentando seu livro 'Teoria Geral da Guerra' numa escola de cadetes em Moscou. (Russian International Affaires Council. Moscou 15-04-2014)
Ele é vice-presidente do Colégio de Especialistas Militares da Rússia e um mestre na técnica de iludir no noticiário e nas ações da guerra.
Em russo é a “maskirovka”, ou “pequeno baile de máscaras”, em Ocidente se usa “guerra psicológica”, de “guerra da informação”, e os mais modernos “fake news” e “guerra híbrida”.
A Crimeia foi invadida por “pequenos homens verdes” desarmados e sem insígnias trazidos em caminhões militares sem identificação.
A evidência era de soldados russos, mas a mídia ocidental insistia em não saber de onde vinham.
Putin disse em conferência de imprensa que eram “patriotas voluntários” de férias, mas, cinco semanas depois, glorificou o operativo das tropas russas, não se incomodando com a contradição.
A mentira deu retorno e foi das maiores vitórias da “maskirovka”.
“A estratégia russa, fora e dentro do país, é dizer que a verdade não existe”, explicou à BBC
Peter Pomerantsev, que trabalhou anos na TV russa. “É um tipo de cinismo que tem muito eco no Ocidente, ... e os russos confiam nesse cinismo e o usam num contexto militar”, explicou.
A Rússia aprimorou o uso da mentira até a perfeição, registrou a jornalista Lucy Ash da BBC.
Na rua Savushkina nº 55 de São Petersburgo Putin mantinha uma central de “guerra da informação” que espalha na Internet palavras de ordem com milhares de pseudônimos.
O nome oficial é Internet Research Agency e é chamada 'fábrica de trolls'.
“O termo deriva da expressão trolling for suckers (enganando os trouxas)”.
Os trolls (enganadores) todo dia recebem uma instrução técnica como esta do 28 de fevereiro: “Ideia central: criar a opinião de que oficiais ucranianos estavam envolvidos na morte do oposicionista russo”.
Os comentários não devem ser identificáveis ideologicamente e devem parecer bem documentados para viralizar em artigos, comentários e tuites pró-russos.
Outra jornalista, a finlandesa Jessikka Aro entrou entre “os propagandistas pro Kremlin nas redes sociais” e ficou estarrecida: eles faziam uma guerra invisível para assediar, desalentar, intimidar e caluniar.
O general Valeri Gerassimov, atual chefe do Estado Maior russo (morto em combate segundo Kiev, ou vítima de expurgo em Moscou), explicou no semanário Military-Industrial Courier:
“as guerras não são mais declaradas, mas simplesmente começam e prosseguem por vias que não são familiares. O uso escancarado das forças militares é só para a fase final do conflito”.
“A nova forma de guerra não pode ser caracterizada como campanha militar”, diz o Centro de Pesquisas para a Segurança e a Estratégia da Letônia.
E Dmitry Kiselyov, tido como “o chefe propagandista do Kremlin” sublinha que hoje a “guerra de informação” é “a forma primordial de guerra”.
Outro favorito de Putin e filosofo ocultista Alexander Dugin prega uma “revolução conservadora” enquanto “oligarcas” putinianos transmitem atraentes promessas para os movimentos conservadores do mundo.
Nem sempre Putin as cumpre, o importante é enganar, por interesse estratégico, sem moral.
O referido general Gerassimov, insistiu na Academia Militar de Moscou: “as fronteiras entre a guerra e a paz se apagaram no século XXI”.
Hoje a ofensiva visa submergir o inimigo no caos mental espalhando fakes que apagam os limites entre o real objetivo e a ficção pré-fabricada.
“El Mundo” de Madri observa que muitos direitistas acreditam mais no líder russo do que nos nacionais.
“Die Zeit” vê muitos alemães acreditar mais em Putin do que no próprio chanceler; agentes da FSB (ex- KGB) infiltraram a campanha eleitoral de Trump.
Jeanne Smits ex-diretora do jornal “Présent” de Le Pen espantou-se com “tradicionalistas” católicos invertendo a mensagem de Fátima em favor da Rússia contra o Ocidente, e defendendo até que o Espírito Santo saiu de Roma após o Concílio Vaticano II e se instalou em Moscou.
Essa ofensiva bate na tecla de que a “nova Rússia” é o baluarte da moral tradicional cristã diante de ideologias do tipo LGBT, da ideologia de gênero, anti-vida, anti-família, etc., subprodutos da Nova Ordem Mundial com que hiper-capitalistas afogariam Ocidente, omitindo que esses males existem em grau exacerbado na própria Rússia.
Jeanne Smits registrou até o exagero de apresentar Putin investido da “missão providencial” de salvar o cristianismo.
Como fazer desaparecer a Igreja Católica dizendo ao mesmo tempo que está sendo salva por quem a extingue?
Smits fornece exemplos. Um “próximo entre os próximos” de Vladimir Putin, o multibilionário Konstantin Malofeev sustenta o think-tank Katehon do citado ideólogo gnóstico Alexander Dugin onde o “tradicionalista” Charles Upton defende que a “nova-Rússia” e o Patriarcado de Moscou vão salvar a Igreja de Ocidente, extinguindo os Papas de Roma.
Smits conclui que se ela fosse da KGB não agiria de outro modo para espalhar que a Igreja Católica fracassou.
A professora Cécile Vaissié, da Universidade de Rennes 2, especializada em Estudos Soviéticos e Pós-Soviéticos e autora do livro Les réseaux du Kremlin en France (As redes do Kremlin na França), mostra que as redes de propaganda sub-reptícia da URSS, outrora centradas no “pacifismo” nos últimos anos assumiram bandeiras “conservadoras” e de “extrema direita”.
Na realidade, diz ela, essas são práticas da velha KGB que fazem as pessoas perder o senso e impedem que entendam o que está acontecendo.
Alexeï Komov, representante do Patriarcado de Moscou nos Congressos Mundiais da Família, defende que a Revolução Bolchevista de 1917 nada teve de russa.
Ora, essa Revolução instalou o comunismo, proclamou o amor livre, legalizou o divórcio e instalou o aborto sem limites.
Mas Komov, “convertido” pelo Patriarcado de Moscou em defensor da família, escapuliu-se da contradição alegando haver um “milagre” na Rússia que faz renascer os valores tradicionais da família e da tradição e que o regime de Stalin “acabou mais favorável à família” .
A estratégia falseia conceitos e posições para ludibriar as vítimas e Dugin comemora:
“Nós os embaralhamos passando do direitismo ao esquerdismo e vice-versa. Seduzimos ao mesmo tempo a extrema-direita e a extrema-esquerda” (Dugin).
* Publicado originalmente em https://flagelorusso.blogspot.com/ em 29/05/2022.
Percival Puggina
Nestes dias que antecedem o início da campanha eleitoral presidencial, os marqueteiros dos candidatos, especialmente os de Bolsonaro e Lula, estão selecionando suas armas de guerra e suas estratégias para a campanha eleitoral. Todo esse material será convertido em peças publicitárias e serão disparadas desde as respectivas trincheiras, tanto para fragilizar o adversário diretamente quanto para suprir munição aos próprios eleitores e candidatos apoiadores nas eleições proporcionais.
A posição de Ciro Gomes, candidato mais forte fora da dupla, já parece bem definida. Conhecido como homem de esquerda, por não medir palavras e por seu gênio explosivo, Ciro sabe que precisa reconstruir sua imagem e tirar muitos votos de alguém para somar ao que tem como eleitorado próprio e chegar ao segundo turno. Isso significa que até o dia 2 de outubro (1º turno), seu adversário é Lula. Ciro precisa conquistar os votos do eleitor de esquerda que perdeu a confiança no ex-presidiário e está fazendo o seu trabalho, dando trancos em Lula ciente de que isso será lido como elogio a Bolsonaro nas comparações que faz.
Ao mesmo tempo, transformou-se num gentleman, num “Cirinho paz e amor” empenhado em “pacificar e unir o país”. Há um prêmio disponível a quem conseguir imaginar Ciro Gomes pacificando algum ambiente conflituoso. Mas é por essa trilha que ele pretende ocupar o lugar de Lula no 2º turno da eleição presidencial.
Já em relação a ele, a estratégia dos candidatos que ponteiam a corrida não inclui embate frontal. Em outubro, precisarão buscar esses eleitores, não convindo, então, confrontá-lo desnecessariamente. Vida mansa para suas estratégias de campanha nos próximos meses.
Na minha perspectiva, porém, o Brasil que eu quero de volta não virá com um retorno à esquerda, seja pelas mãos de quem for. Tanto para a nação brasileira quanto para o importante papel que o país precisa desempenhar na geopolítica destes tempos desarvorados, isso seria desastroso.
Jair Bolsonaro
10/06/2022
Nota do editor: Este pronunciamento do presidente deveria ser lido por todos. É longo, sim, porque os assuntos são importantíssimos e as evidências que traz são indiscutíveis. Reitero: em algum momento do dia, pare e leia, para o bem do Brasil.
Senhoras e senhores, boa tarde.
Eu vou falar do tema, mas queria perguntar para vocês: o que é indignação? Quando é que você fica indignado? Quando você vê um brutal ato de injustiça. E não interessa contra quem seja esse ato de injustiça. Nós temos que nos indignar. Nós temos que demonstrar o nosso sentimento. Nós temos que tentar mostrar que o outro lado está errado. Bem, tem um jurista aqui na frente, nosso ministro Humberto. Nós somos autoridade para agir em flagrante delito. Não é isso mesmo? Nós podemos deter uma pessoa que tenha cometido um delito grave, de forma flagrante. Eu pergunto: eu poderia aqui, agora, deter alguém por ter espancado um marciano? Poderia? Acredito que não. Não existe nada na lei que fale: se você espancar marciano, maltratar ou matar, você vem a detê-lo. Eu pergunto a vocês: pode alguém ser punido por fake news? "Olha, ele está espalhando o fake news". E se esse fake news não for fake news, for uma verdade, pior ainda. Enquanto aqui a gente está num evento voltado para a fraternidade, amizade, amor, compaixão, aqui, do outro lado da Praça dos Três Poderes, uma turma do Supremo Tribunal Federal, por 3 a 2, mantém a cassação de um deputado acusado em 2018 de espalhar fake news. Esse deputado não espalhou fake news. Porque, o que ele falou na live, eu também falei para todo mundo: que estava havendo fraude nas eleições 2018. Ia se apertar o número, quando se apertava o número 1, já aparecia o 13 na tela e concluía a votação. Foram dezenas de vídeos. Dezenas de pessoas ligaram para mim, ao longo de toda noite daquela primeira votação do 1° turno, de 2018. Isso é uma verdade.
E esse deputado foi cassado. Primeiro ele foi absolvido por 7 a 0 no TRE do Paraná, depois por 6 a 1 foi condenado no Tribunal Superior Eleitoral, cujo objetivo era criar jurisprudência para perseguir os outros que, porventura, não gostassem do seu comportamento. Deputados que estão aqui que, porventura, estejam vendo, vai chegar a sua hora, se você não se indignar. Não existe tipificação penal para fake news. Se for para punir fake news com a derrubada de páginas, fecha a imprensa brasileira, que é uma fábrica de fake news. Em especial, O Globo, Folha. Outro caso hipotético, vamos supor, um caso hipotético, que o João assassinou a esposa, Maria, e ele foi condenado. Algum tempo depois, descobriu-se que o João não era casado com a Maria. Eles viviam em união estável. Solte-se o João. Volte o processo às origens. Assim foi a absolvição do Lula. Patrocinada por quem? Edson Fachin? Ele que botou o Lula em liberdade. Baseado no quê? No CEP, Código de Endereçamento Postal. Ele não podia ser julgado em Curitiba. Tinha que ser julgado em São Paulo ou Brasília. E anulou-se na época que já se prescrevia todas as acusações contra ele. Que Brasil é esse? Que justiça é essa, me desculpem os demais magistrados aqui presentes? Onde está o nosso TSE, quando convida as Forças Armadas, via portaria assinada pelo ministro Barroso, a participar de uma Comissão de Transparência Eleitoral? As Forças Armadas descobrem centenas de vulnerabilidades. Apresentam nove sugestões. Não gostaram. "Eleição é coisa para forças desarmadas." Convidá-los para quê, ora bolas? Para fazer o papel do quê? Eu sou o chefe das Forças Armadas. Nós não vamos fazer o papel de idiotas. Eu tenho a obrigação de agir.
Tenho jogado dentro das quatro linhas. Não acham uma só palavra minha, um só gesto, um só ato fora da Constituição. Será que 3 do Supremo Tribunal Federal, que podem muito, pode continuar achando que podem tudo? Eu não vou viver como um rato. Tem que haver uma reação. E se a população achar que não deve ser dessa maneira, preparem-se para ser prisioneiros sem algemas. O ministro que solta o Lula é o mesmo que está à frente do Tribunal Supremo Eleitoral, dando as cartas como dono da verdade. O que ele fez essa semana que passou? A política externa é minha e do ministro França, do Itamaraty. Ele convida, então, 70 embaixadores, e eles vão lá para dentro do TSE, e ele, de forma indireta, ataca a Presidência da República, como "o homem que não respeita a Constituição, que não respeita o processo eleitoral, que pensa em dar um golpe". E conclui de forma indireta: "acabou as eleições, imediatamente seu Chefe de Estado deve reconhecer o ganhador das eleições, para que não haja qualquer questionamento junto à Justiça." O que é isso, senão arbítrio? Um estupro à democracia brasileira? Para mim, é muito mais fácil eu estar do outro lado, muito mais fácil. Otoni de Paula, Carla Zambelli, é muito mais fácil.
Tenho a família toda perseguida, até a esposa processada. Canalhas. Processar minha esposa? Vem pra cima de mim, se são homens. Eu sou suspeito para falar de parentes ao meu lado. A minha esposa, pelo que eu vejo, pelo que eu sei, é uma pessoa discreta, que trabalha pelos menos favorecidos, por pessoas com deficiência, aprendeu libras, dá exemplo. Porque participa ao lado da ministra da Mulher no Dia das Mães, no horário das 20h30 da noite, ela é processada. O que querem com isso? Essa questão, julgada agora há pouco por 3 a 2, o ministro Alexandre de Moraes falou: "Temos jurisprudência em cima do Francischini para cassar registro e prender candidatos que, porventura, duvidem do sistema eleitoral."
A dúvida, o debate, faz parte da democracia. Onde não há debate, há ditadura. Nós confiamos nas máquinas, e eu confio nas máquinas. Não confio em quem está atrás das máquinas.
Se me permitem avançar, a minha segunda live do ano passado, onde eu peguei o inquérito da Polícia Federal, que foi aberto no início de novembro. Por que foi aberto? Porque um hacker fez uma denúncia e a ministra Rosa Weber, que não sabia de nada, fez com que a Polícia Federal, determinou, que instaurasse o inquérito. O que vou falar aqui está dentro do inquérito, que não tinha qualquer classificação sigilosa até aquele momento. E lá está escrito, dentro do inquérito, porque o delegado encarregado do inquérito pediu ao TSE informações. O TSE informou que os hackers ficaram por oito meses dentro do TSE, com a senha do ministro Banhos. Está escrito isso, e essa imprensa não enxerga isso? Vai falar amanhã que eu estou atacando as urnas eletrônicas. Vocês serão os primeiros a ser perseguidos no futuro, podem ter certeza disso. Os hackers tiveram oito meses com a senha do ministro Banhos. Nos primeiros dias, o delegado encarregado do inquérito pediu os logs. Sete meses depois, o TSE informou. Está no processo que os logs foram apagados por uma firma terceirizada que fazia manutenção dos computadores. Os logs são entregues no mesmo dia, no dia seguinte, é como um backup. Por que há sete meses? Ficaram arrumando o quê dentro do TSE? Porque só sobra margem para desconfiança.
Será que o Datafolha está perfeitamente alinhado com o que está previsto no resultado do TSE? Nós não podemos viver sob suspeição. Até num casal, tem que sentar e conversar. Por que é que os técnicos do TSE não conversam com os técnicos das Forças Armadas que foram convidados a participar do critério? Queriam a participação das Forças Armadas como uma moldura de uma fotografia, para dar ares de credibilidade? Esqueceram que eu sou o chefe das Forças Armadas? O que queremos pro nosso Brasil? Ganhe quem ganhar as eleições, eu entrego a faixa numas eleições limpas, democráticas e auditáveis. O que aconteceu no dia de ontem, depois do show com os embaixadores? O ministro Fachin, presidente do TSE, convida lideranças religiosas. E o título do convite era Paz e Tolerância. Olhe só, o Ministro Fachin fala Paz e Tolerância. O que o Ministro Fachin fez no ano passado? Tentou, de todas as formas, no TSE, criar uma jurisprudência ao tentar cassar uma vereadora evangélica, de Luziânia, Goiás, que pediu votos numa pequena igreja para meia dúzia de pessoas. "Vote em mim". Com essa cena, o ministro Edson Fachin tentou criar a jurisprudência para cassar registro de cristãos, evangélicos e espíritas sobre abuso do poder religioso.
Qual é a coerência desse ministro? Um convite falando sobre tolerância, ele sendo um intolerante com uma pobre de uma coitada de uma vereadora eleita em Luziânia. Qual a isenção que tem esse ministro para conduzir as eleições? Qual terá Alexandre de Moraes para, 40 dias, assumir aquele posto? O que podemos pensar que essas pessoas… o que eles querem? Querem uma ruptura? Por que atacam a democracia o tempo todo? Aqui não tem ninguém mais homem do que outro. Mas nós não podemos nos curvar. Eu não sou dono da verdade nem dono do Brasil. Eu não sou a pessoa mais poderosa. Eu não sou a pessoa perfeita. E assim, ninguém o é. Ou nós nos indignamos, acordamos para o que está acontecendo, ou marcharemos no caminho da Venezuela.
O outro lado fala de aborto, isso de forma escancarada. Ataca os valores familiares o tempo todo, como o decreto 2009 do PNDH3, cujo capítulo mais importante é a desconstrução da heteronormatividade. O outro lado diz que vai valorizar o MST, que nós acalmamos, titulando os mesmos. Diz que vai voltar a fazer empréstimos para outros países, que isso é investimento. Nós já pagamos 4 bilhões, nós, no FAT, para o BNDES, dinheiro emprestado para a Venezuela. Mineiro, se tem algum aqui: Belo Horizonte não tem metrô, mas Caracas tem. Com dinheiro nosso. Esse outro lado fala em desarmar a população. Não deu certo a política de desarmamento. O Chile está sendo desarmado agora. Todas as ditaduras precederam de movimentos desarmamentistas. Povo armado jamais será escravizado. Ninguém desarma o povo americano. Não adianta aparecer por lá alguém com espírito de ditador, que não vai dar certo. O Brasil tem que criar esse espírito também. Tenho falado para todos os meus ministros: em 64, tentaram tomar o poder pelas armas; agora, as armas que usam são as armas da democracia.
"Eu quero, eu não quero, eu puno, eu caço, eu prendo um deputado por oito meses, eu faço com que a jornalista seja exilado, outros sejam presos." Oras, bolas, se as urnas são inexpugnáveis, por que temos o hacker preso há quase um ano em Minas Gerais? São inexpugnáveis. O que se espera de um país que age dessa maneira?
Eu não estou dizendo que há fraude, mas há suspeita. Temos que dissipar essa nuvem da suspeição. Não podemos viver dessa maneira. Metade do meu tempo eu tomo para me defender de acusações do outro lado da Praça dos Três Poderes. Como agora, uma ministra me dá 10 dias para explicar como anda a população de rua do Brasil. Agora, Alexandre de Moraes, novamente: "Qual é o seu plano para defender os yanomâmis?" Se eu perguntar para ele qual o tamanho da área Yanomami, duvido que ele saiba. Olha, se foi demarcado, é porque não podemos estar lá dentro.
É o tempo todo aceitando ações propostas por partidos que não têm mais que meia dúzia de representantes. As coisas mais absurdas acontecem, como, por exemplo, começamos a fazer um contorno numa reserva indígena de 190 km, aqui em Mato Grosso, onde que, passando pela reserva, seriam 110. E pela reserva pode passar, mas não pode asfaltar a estrada, é uma estrada intransitável grande parte do tempo, tendo em vista os atoleiros. Vamos fazer um contorno de mais 80 km. Cada safra, 2.000 caminhões bi-trens passam por essa rodovia, que agora vão andar mais 80 para ir e mais 80 para voltar, com o preço do diesel que está aí nas alturas. Mas a Justiça diz: "Não pode asfaltar a reserva indígena." E agora, para concluir, que eu gostaria de falar 1 hora com os senhores, desde que os senhores não fossem embora, obviamente, está o Supremo discutindo marco temporal. O que é isso?
Já temos no Brasil uma área do tamanho da região Sudeste demarcada como terra indígena. Uma nova interpretação querem dar a um artigo da Constituição. E quem quer dar essa nova interpretação? Ministro Fachin, marxista-leninista, advogado do MST, votou depois o Cássio Nunes, 1 a 1. Agora está com o ministro Alexandre de Moraes. E eu tenho falado: se o novo Marco Temporal for aprovado, além de uma área do tamanho da região Sudeste, já demarcada como terra indígena, teremos outra área do tamanho da região Sul; que, pela localização geográfica dessas centenas de terras indígenas, teremos uma outra área, também, do tamanho do estado de São Paulo, como terra indígena. Acabou a economia brasileira do agronegócio, acabou a nossa garantia alimentar, acabou o Brasil. O que eu faço se aprovar o marco temporal? Tenho duas opções: entrego a chave para o ministro supremo ou digo "não vou cumprir".
Eu fui do tempo em que decisão do Supremo não se discute, se cumpre. Eu fui desse tempo, não sou mais. Certas medidas saltam aos olhos dos leigos. É inacreditável o que fazem. Querem prejudicar a mim e prejudicam o Brasil. Para onde vai a nossa Pátria? Como está o Brasil pós pandemia? E mesmo com essa guerra, estamos bem, levando-se em conta a maioria dos outros países do mundo. Para onde queremos ir? Por que essas decisões? Não têm um diálogo, não tem um convite para nada. É só pancada, pancada, pancada o tempo todo.
Querem a volta daquele cara que roubou o país, o cara responsável pelo maior lote de corrupção da Via Láctea. Quer isso de volta? Já loteou todo o futuro ministério, o outro lado. Inclusive as duas vagas para o Supremo Tribunal Federal. Cristiane, quando se fala em aborto, que nós somos contra. Primeiro, eu conheço o Parlamento. Não vão aprovar uma proposta nesse sentido lá. Se aprovarem, tem o poder de veto aqui. Mas quem aprovou aborto na Colômbia foi a Suprema Corte colombiana. Vocês acham que, aquele cara voltando, botando o advogado do PT lá, o Zanin, e outro indicado por esse que está fazendo a miséria do TSE, vai botar que perfil de gente lá? Não adianta o André Mendonça pedir vista, porque ele é um evangélico. Vão passar o trator em cima dele. O que vão fazer com a nossa pátria?
Olha o que está sendo feito, via Assembleia Constituinte no Chile, um país que estava redondinho na economia, que crescia no mínimo, cinco 5%, próximo disso, todos os anos. Olha para onde foi. E olha que lá o voto é no papel. O outro lado ganhou porque o pessoal resolveu se acomodar. "Eu sou isentão, eu sou limpinho, uso talco pompom". E não foi votar. Agora estão fazendo movimento de rua: "Fora, Presidente do Chile".
E aqui, as andanças minhas pelo Brasil. Não é no local onde eu vou, que tem 1.000, 2.000, 5.000, 10.000 pessoas, que aí podem falar: "essa gente é simpático a ele". Mesmo sem ter um ônibus parado na periferia. Mas, ao longo do percurso, como povo nos trata, a mim e aos meus meninos. O outro lado não consegue sair às ruas. Não sai de casa. Agora diz que está com Covid. Dez dias que não vai sair de casa mesmo. Que eleições são essas? Eu sou do tempo em que, eleições, ganhava quem tinha o voto nas urnas. Agora, parece que é quem tem amigo no TSE. E lá tem uma sala cofre que ninguém entra. A apuração é um ato público. Qualquer um de vocês tem que entender como são feitas as apurações. Não interessa se conheça ou não de tecnologia. E como é feito? Ninguém sabe. Pode ser que seja feito corretamente? Pode, mas não podemos ter a suspeição. Não podemos terminar umas eleições onde um lado não vai se satisfazer com o resultado. E olha que eu sou o chefe do Executivo. O que é normal seria o chefe do Executivo estar conspirando para permanecer no poder. Jamais farei isso. Entrego para qualquer um a faixa, mas tem que ganhar no voto transparente. Alguns falam: "Ah, o Bolsonaro, está fazendo isso porque está criando um clima, que vai perder."
Meu Deus do céu, se o Lula tem 45%, vamos dar transparência para ele ganhar no primeiro turno. Isso não é um desabafo, é um alerta à nação brasileira. Podia ter ficado quieto, como quase todos os meus ministros, me aconselham: "fique quieto, fique na tua, calma". Olha o que aconteceu agora, o 3 a 2. O que nós estamos vendo no dia-a-dia? É para ficar calmo? Vamos esperar acabar o jogo para pedir o VAR? Aqui tem gente que vai votar na esquerda, tenho certeza disso. É um direito teu, parabéns. Mas quem tem que ganhar a eleição é quem tem mais voto. E outra, se houver, se por acaso houver, vai haver só para presidente, ou não vai haver para outros cargos? Por que é que o TSE não fala o seguinte: "Presidente, deixa os técnicos das Forças Armadas virem aqui para dentro do TSE, conversar com o nosso pessoal, debater, e fazer com que não tenhamos quaisquer dúvidas no pleito eleitoral"?. Nada mais justo do que isso. Por que vivemos na incerteza? É um milagre eu estar aqui. Sobrevivi a uma facada. Um milagre minha eleição. Quem eu era? Eu não era nada dentro do Parlamento. Era mais um deputado do baixo clero que discursava para as paredes, como tantos outros discursam lá dentro. Resolvi vir candidato porque, me desculpe, deputado, eu cansei do Parlamento. Eu quero cuidar da minha vida. E falava durante a campanha: Eu tenho duas alternativas, praia ou Planalto. Me dei mal. Vim para o Planalto.
Mas eu entendo, aqui, Otoni, a gente que não podemos medir a fé. Não temos como ter uma fita métrica para isso. A fé está dentro de você. Ou você tem, ou você não tem. Eu aprendi uma coisa ao longo da minha vida. Sou católico, já li a Bíblia quando estava na fronteira. Naquele tempo, não tinha energia elétrica, não tinha celular. Então tinha mais tempo para a família, para ler a Bíblia. E o que eu aprendi? O que for possível fazer, que você faça. O que for impossível, bote nas mãos de Deus. Eu entendo que é dessa forma que devemos agir, e concluo mais uma vez: Não sou mais homem que nenhum dos homens que estão aqui. Somos iguais. Quando tiver um ponto final para cada um de nós, o nosso destino é o mesmo. Se ninguém enterrar, o urubu vai comer. Nada temeis, nem mesmo a morte, a não ser a morte eterna.
Parabéns a todos da secretaria pelo brilhante trabalho que fazem. Não queremos que pessoas, que está viva na memória de nós, voltem a ocupar o lugar que já ocupou a Damares e que ocupa atualmente a Cristiane.
Muito obrigado a todos vocês.