Há poucos dias, bem poucos dias, em 28 de outubro, o Senado Federal votou o projeto de lei Nº 499 de 2013 que define e tipifica, penalmente, o crime de terrorismo. Foram quatro horas de discussão, com o projeto encontrando forte resistência das bancadas de esquerda, especialmente dos senadores petistas. O motivo da rejeição: o projeto define o terrorismo de uma forma que o torna aplicável às ações violentas e predadoras dos Black Blocs e movimentos sociais apadrinhados pelo PT, como o MST e o MTST. Este último, recentemente, decidiu investir contra a pacífica manifestação pelo Impeachment acampada diante do Congresso Nacional. Pessoas que tomam a violência como argumento precisam ser mantidas longe do poder.

 O projeto que viera da Câmara dos Deputados concedia salvo-conduto para os crimes praticados coletivamente, ou seja, violência e o terrorismo praticados em grupo e com alegadas justificativas "sociais". A proposta do Senado volta à Câmara e foi aprovada por 38 a 18.
 

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ÀS NOSSAS CUSTAS

Percival Puggina

11/11/2015

 

Enquanto apenas para o Brasil real a situação se desenhava feia, o governo se lixava. O importante era manter a euforia para vencer as eleições. Agora que a situação ficou feia, também, para o lado do governo, o que faz Planalto? Vai atrás das agências de publicidade para agirem como institutos de beleza, na esperança de tornar belo o que é disforme. E a conta vem cara. Num pacote de nove anúncios, segundo noticiado pelos principais veículos do país, serão gastos R$ 56 milhões.

A primeira dessas campanhas, que durará 15 dias, focará os Jogos Olímpicos do ano que vem e custará R$ 12 milhões (alguém aí sabe qual é a urgência e a necessidade dessa campanha agora?). A ideia, diz o Planalto, é promover o evento com o slogan "Somos todos Brasil". Ou seja, lendo além das linhas, a publicidade se apoia nos Jogos, mas seu objetivo é reverter o mirrado apoio social ao governo mediante frases como esta: "Mesmo sendo um povo tão diferente, tão misturado, com tantas cores, raças, pensamentos, religiões, somos um povo único, somos todos brasileiros".

Quem haveria de dizer? O PT despolitizando a vida nacional! E por aí seguirão as outras oito campanhas que falarão em "superação das dificuldades" e em "união do país". Tudo às nossas custas, claro.

 

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DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS NO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Percival Puggina (com matéria de O Globo)

10/11/2015


Informa o jornal O Globo de hoje, 10/11

"O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) aplique multas e, se necessário, use a força para desobstruir rodovias bloqueadas por caminhoneiros do Comando Nacional do Transporte, entidade criada no ano passado à revelia dos tradicionais sindicatos da categoria. Relatório divulgado pela PRF às 11h nesta terça-feira aponta bloqueios parciais em 30 trechos de 17 rodovias federais em oito estados — Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.

O ministério considera baixa a adesão às manifestações, mas entende que não pode tolerar bloqueios e arruaças. Os protestos teriam como objetivo provocar desabastecimento de alguns produtos em determinadas regiões e, com isso, desestabilizar o governo. O item número um da pauta dos manifestantes é a deposição da presidente Dilma Rousseff.
A Advocacia-Geral da União (AGU) estuda a possibilidade de ajuizar ação, ainda nesta terça-feira, contra caminhoneiros que estão participando do bloqueio de estradas federais em pelo menos sete estados. Advogados da AGU já estão em contato com representantes do Ministério da Justiça e da PRF para definir uma linha de atuação no caso. A ideia é repetir a estratégia do ano passado quando, a pedido da AGU, a Justiça Federal determinou o desbloqueio das rodovias e estabeleceu pesadas multas em caso de desobediência à ordem."

COMENTO

Também sou contra bloqueios de vias públicas. No entanto, o senhor ministro nunca agiu contra invasões do MST nem contra bloqueios promovidos por indígenas. Bastou que alguns caminhoneiros expressassem o nacional desejo de ver o governo Dilma pelas costas, para que o ministro elevasse o tom e engrossasse a voz.
 

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BURROS DE CARGA DE UM ESTADO INÚTIL

Dados do Banco Mundial

05/11/2015

Os dez paises onde MENOS se trabalhou em um ano para pagar impostos em 2013:

1. Maldivas: 0 horas
2. Emirados Árabes Unidos: 12 horas
3. Bahrein: 36 horas
4. Qatar: 36 horas
5. Bahamas: 58 horas
6. Luxemburgo: 59 horas
7. Omã: 62 horas
8. Suíça: 63 horas
9. Irlanda: 76 horas
10.Seicheles: 76 horas


Os 10 países onde MAIS se trabalhou em um ano para pagar impostos em 2013:
1. Brasil: 2.600 horas ( é mais que o dobro do 2º colocado! )
2. Bolívia: 1.080 horas
3. Vietnã: 941 horas
4. Nigéria: 938 horas
5. Venezuela: 864 horas
6. Bielorrússia: 798 horas
7. Chade: 732 horas
8. Mauritânia: 696 horas
9. Senegal: 666 horas
10.Ucrânia: 657 horas


Fonte: Banco Mundial
 

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GOVERNO DISTRIBUI CARGOS DE SEGUNDO ESCALÃO A LEIGOS E PARTIDOS (Folha)

João Pedro Pitombo, de Salvador; Gustavo Uribe, de Brasília

03/11/2015

 

Um turismólogo vai comandar a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) na Bahia. Um corretor de imóveis irá gerir a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) na Paraíba. Um engenheiro sem experiência no setor portuário assumiu a Companhia Docas no Rio Grande do Norte.

Sem especialização, apadrinhados de congressistas estão sendo abrigados em cargos estratégicos do governo. O sentido é o mesmo da recente reforma ministerial, que ampliou o espaço do PMDB na esplanada: pacificar a base da presidente Dilma Rousseff, concluir o ajuste fiscal e afastar o risco de impeachment.

Alguns casos motivaram protestos. Como o do novo superintendente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) na Bahia, Fernando Ornelas, que por indicação do deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), substitui Carlos Amorim, com mais de 30 anos de experiência.

O Instituto dos Arquitetos do Brasil repudiou a nomeação de um gestor "sem qualquer experiência ou qualificação na área de preservação do patrimônio cultural", indicado "exclusivamente por questões político-partidárias".
Na Paraíba, o corretor de imóveis Paulo Barreto virou superintendente da CBTU por indicação do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP). Barreto foi gestor da autarquia do governo da Paraíba que fiscaliza jogos de azar e assessor no ministério das Cidades.

A diretoria da Funasa na Bahia será chefiada pelo ex-presidente da Embratur Vicente Neto, turismólogo por formação, sem experiência na saúde. Atende a um pleito do PC do B, numa indicação da deputada Alice Portugal (BA).

A distribuição de cargos também envolveu parentes. No Rio Grande do Norte, o novo diretor financeiro da Companhia Docas é Emiliano Rosado, indicado pelo primo deputado, Beto Rosado (PP-RN). Engenheiro civil, Emiliano trabalhou em empreiteiras, mas não possui experiência no setor portuário.

COMENTO:

Ao fundir numa mesma entidade política, a presidência da República, as funções de Estado, governo e administração, o Brasil (a as republiquetas em seu entorno) proporcionam esse tipo de jogo político com todas as suas danosas consequências.
 

 

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 No último dia 26 subiu alguns tons o repúdio à violência contra a mulher. O novo protagonismo foi assumido por alunas do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Pelotas. Faz sentido. Concebido e produzido no ambiente acadêmico, era de se esperar algo que servisse como paradigma para futuras manifestações. Maior ainda a expectativa quando as acadêmicas são alunas de um curso de humanidades. O que aconteceu na UFPel, como se verá a seguir, fará o respeito à dignidade humana erguer-se a "alturas" jamais atingidas antes.

 O repertório das manifestantes incluiu alcoolismo, maconha, seios à mostra, nudez total, atos libidinosos, masturbação no interior do prédio e na calçada do estabelecimento acadêmico.

No mesmo dia 26 recebi várias imagens do ocorrido. No entanto, diante do silêncio da imprensa estadual e da falta de qualquer referência em sites de pesquisa e redes sociais, prudentemente me abstive de escrever sobre o assunto. Era tudo demasiadamente inconcebível. Escrevo agora porque o site G1 (1) finalmente, ontem, rompeu a barreira do silêncio atrás da qual, parece, se pretendeu evitar a repercussão que os fatos exigem. Segundo a matéria, redigida com a esterilidade de um par de luvas hospitalares, a farra dionisíaca se estendeu durante a tarde inteira, levando a universidade a suspender as aulas. Não foi, portanto, um simples momento de incontinência e lascívia cidadã das moçoilas humanistas. Estava bom demais para terminar logo.

Não é paradoxal? Exigem respeito, mas não se respeitam. São contra a violência, no que estão certas, e a praticam contra si mesmas, contra a própria imagem, contra a instituição universitária, contra o direito dos colegas a assistir suas aulas e contra a sociedade, que não pode ser obrigada a presenciar cenas públicas de degradação.

Essas mocinhas votam! E até o mais alienado cidadão é capaz de intuir em quais partidos e candidatos votam. Declararam, através de cartazes, que seu ato era "político". Algumas serão professoras de nossas crianças e adolescentes! E o que mais deve preocupar a comunidade: ninguém nasce assim. O veneno que as domina lhes foi ministrado gradualmente por gente de péssimo juízo e ainda pior leitura, como venho alertando há bom tempo.


[http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/10/protesto-com-estudantes-nuas-provoca-polemica-na-ufpel-no-rs.html]

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* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.

 

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