• 23/04/2015
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COMO PATOS, NAS MÃOS DO CAPETA
Percival Puggina


 Que vergonha, sen. Romero Jucá! Que vergonha, presidente Dilma! O senador Romero Jucá é desses tipos finórios, que se perpetuam como ocupantes da cena política nacional. Conhecem os becos e as avenidas do poder. Influenciam seu mundo e seu submundo. Alguns, vão buscar mandatos longe de casa, nos pequenos colégios eleitorais dos antigos territórios, onde se consegue uma cadeira de senador com poucas centenas de milhares de votos. Romero Jucá é pernambucano, mas sua cadeira sai por Roraima.

 Ele foi o autor da emenda ao orçamento da União que triplicou para as proximidades do bilhão de reais os recursos destinados aos partidos políticos. Faz sentido. Fechadas as torneiras de águas turvas, foi necessário ir atrás do suor do nosso rosto, do produto do nosso trabalho, sequestrado pelo governo mediante o aparelho tributário federal.

Haja dinheiro para sustentar quase três dúzias de partidos que só existem e continuam se multiplicando porque o STF considera que cada um é importante para a representação das minorias! E assim deliberaram, embora nenhum dos magistrados da suprema corte saiba dizer que raio de minoria representa cada partido brasileiro. A essas alturas todos são minoritários e não existe maioria natural. O PMDB com a bancada mais numerosa, tem apenas 12% das cadeiras da Câmara dos Deputados. Mas com um bilhão de reais em fichas, disponíveis na mesa, não faltarão novos interessados em juntar letrinhas, inventar uma sigla, colher as assinaturas necessárias e entrar nesse cassino eleitoral.

Com o país em meio a atual crise, produzida sem outro motivo que não fosse a necessidade de "fazer o diabo" para vencer a eleição, nossa presidente sanciona o orçamento com essa dinheirama para o Fundo Partidário! Por quê? Porque, agora, é preciso fazer o diabo para preservar sua titubeante base de apoio e manter o poder. Os recursos do Fundo se converterão em moeda de troca para as indispensáveis transações. A nação é prisioneira da versão petista da tragédia de Fausto. Caímos, como patos, nas mãos do capeta.