• 25/02/2022
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O OCIDENTE SE DESPREZA E ... É DESPREZADO.

 

Percival Puggina

 

         Lembro da admirável luta do povo ucraniano pela democracia em 2014, tão bem retratada no filme Winter of Fire. Para quem, há décadas, como eu e uns poucos mais, denuncia a deterioração do Ocidente e seus valores, não há qualquer surpresa na atual atitude da Rússia em relação àquela nação independente e autônoma.

A Ucrânia está sendo vítima do desprezo do Ocidente por si mesmo, desprezo programado em laboratórios e com agendas em curso. A Ucrânia acreditou que encontraria força no lado de cá, mas a debilidade do lado de cá está muito bem descrita pelo amigo Rodrigo Constantino em recente artigo do qual reproduzo este pequeno trecho:

"No momento após a invasão russa, as prefeituras de Berlim e Paris iluminaram monumentos com as cores da Ucrânia. Talvez não exista símbolo melhor para ilustrar a fraqueza ocidental. É como achar que cantar "Imagine" e soltar bolas de sabão em favelas levará a paz ao local. Essa gente vive no eterno jardim de infância, com uma visão estética e romântica da vida, desconectada da realidade como ela é. Deveriam assistir "O Deus da Carnificina", de Polanski, para entender melhor que o mundo não é o Central Park de Nova York."

"Podemos até imaginar a nota que a OTAN gostaria de soltar numa hora dessas: "Nosses soldades estão prontes e com moral elevade para ajudar a Ucrânia". Enquanto isso, Putin sorri aquele sorriso de Mona Lisa, de quem sabe mais. Será que as feministas ucranianas já sentem falta da "masculinidade tóxica" ou ainda esperam que homens como o imitador de focas e Justin Trudeau ofereçam proteção contra os russos? A emasculação no Ocidente vem cobrar seu preço.

Isso sem falar das estranhas prioridades. Podemos vislumbrar a reação das lideranças ocidentais diante de Putin: "Mas que absurdo! O Exército russo tem pouca minoria, nenhum trans, negro ou mulher, sua artilharia não é ecologicamente correta e, pasmem, há soldados não vacinados e sem máscaras nos pelotões. Onde já se viu isso?!" A ironia aqui serve como válvula de escape para o desespero de quem enxerga essa tendência faz tempo, mas se sente impotente diante dela." 

É um resumo do Ocidente para o qual um ditador como Putin está se lixando, mantendo seu plano expansionista e imperialista, em parceria com Xi Jinping que faz o mesmo e é cortejado como generoso Midas por suas cobiçosas e cândidas vítimas ocidentais.