ATUALIZAÇÃO DO QUADRO DA ESQUERDA LATINO AMERICANA
Rodrigo da Silva, editor do Spotniks


Daniel Ortega, o ex-guerrilheiro socialista da Frente Sandinista de Libertação Nacional, acaba de dar um golpe no Parlamento da Nicarágua, concentrando todo poder para si. Há agora um único partido oficial no país e todos os deputados que foram eleitos em 2011 pelo principal partido de oposição, o Partido Liberal Independente (PLI), foram destituídos dos seus cargos. Daniel Ortega é amigo pessoal de Lula (foi na Nicarágua, no primeiro aniversário da revolução sandinista, que Lula conheceu Fidel) e denunciou há poucos meses um golpe no Brasil.

 

Nicolás Maduro, o líder socialista venezuelano, passou os últimos meses ameaçando dissolver o Congresso. Seu poder é absoluto. Maduro acaba de assinar um decreto que dermina que qualquer empregado pode ser obrigado a trabalhar em tarefas de agricultura como forma de combater a crise alimentícia no país. A Anistia International denunciou a medida, traçando paralelos inevitáveis com a escravidão. Nos últimos anos, diversos líderes de oposição do país são presos ou forçados ao exílio. Maduro foi eleito com apoio do PT e do PSOL. Há poucos meses, ele denunciou um golpe no Brasil.

 

Fidel Casto, o líder socialista cubano, completa amanhã dez anos longe do poder, após declarar sua renúncia por motivos de saúde. Fidel entregou à presidência do país ao seu irmão, Raul. Há 57 anos, Cuba é governada pela mesma família. Não há partidos de oposição no país. De acordo com a Human Rights Watch, o governo cubano reprime todas as formas de dissidência política. Segundo a Repórteres sem Fronteira, o país representa o pior caso de liberdade de imprensa em todo continente e está entre os doze piores no mundo (Cuba tem o segundo maior número de jornalistas presos no planeta; só perde para a China, que politicamente também é controlada por um partido comunista). Fidel apoiou a eleição de Lula e Dilma e há poucos meses também denunciou um golpe contra a democracia no Brasil.

 

Evo Morales, o líder socialista boliviano, viu em fevereiro a população de seu país rejeitar através de um referendo sua tentativa de concorrer pela terceira vez à presidência da Bolívia. É a sua grande derrota política até aqui. Na última eleição, em 2014, organizações sociais, indígenas e sindicais ameaçaram chicotear quem não votasse no Movimento para o Socialismo, o seu partido. Evo, aliás, ameaçou atacar o Brasil com as forças armadas caso Dilma fosse destituída do cargo. Ele diz que há um golpe por aqui.

 

Cristina Kirchner, a última presidente de esquerda da Argentina, viu seu partido perder as eleições presidenciais para a oposição e é agora suspeita de ter ligações com o assassinato do promotor Alberto Nisman. No dia 19 de janeiro de 2015, Nisman iria ao Congresso realizar uma denúncia contra Cristina. Um dia antes, no entanto, foi encontrado morto com um tiro na cabeça, em seu apartamento, em Buenos Aires. Cristina defende Lula e Dilma e diz que há um golpe no Brasil.

 

Michelle Bachelet, a líder do Partido Socialista do Chile, está envolvida numa onda de escândalos de corrupção que também alcança seu filho mais velho, Sebastian Davalos, e sua nora, Natalia Compagnon. Em maio, denúncias apontavam para o envolvimento do ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, em um esquema de doação ilegal a campanhas eleitorais. O esquema é bem parecido com o que ocorreu no Brasil. Bachelet amarga a maior rejeição da história de seu país: 72% dos chilenos a rejeitam. Em abril, ela disse que Dilma era uma "mulher honesta e responsável" e uma "ótima presidenta".
 

  • 04 Agosto 2016

MORO SOLTOU A MULHER DE JOÃO SANTANA


Percival Puggina

 


 Muita gente se aborreceu com a notícia. Afinal, a dupla trabalhou para o PT com o nosso dinheiro. Foi regiamente remunerada para impingir ao Brasil esse governo, e agora, mediante delação premiada se desenha para ambos um futuro longe das barras e cadeados da prisão que fizeram por merecer.


 É o que muitos pensam e é o que tenho lido por aí. No entanto, delação premiada é assim mesmo. Quem tem a informação ou a prova que falta para acertar no andar de cima, é recompensado pela revelação que seu conhecimento proporciona.


A delação premiada não é como água morro abaixo. É como fogo, morro acima.
 

  • 01 Agosto 2016

 

CPI DA FUNAI: QUADRILHA IDEOLÓGICA E CONSPIRAÇÃO
Percival Puggina



 No dia 19 de julho, o presidente do STF, pessoalmente, talvez com pouca coisa para fazer, acatou liminar da Associação Brasileira de Antropologia para impedir a quebra de seus sigilos bancário e fiscal, que fora aprovada pela CPI da FUNAI e do INCRA. Outros organismos sobre os quais se acumularam seriíssimas evidências durante os trabalhos da CPI também ingressaram com mandados de segurança em vista do mesmo fim: querem evitar que a Comissão tenha acesso às suas contas.


Segundo o site "Sem medo da Verdade", o presidente da CPI, deputado Alceu Moreira, afirmou existirem "40 laudas de documentos que mostram a necessidade de quebra de sigilo porque há recurso público sendo destinado a essas ONGs sem nenhum tipo de averiguação e, que não chegam aos índios".


Segundo o parlamentar, "a Comissão irá buscar junto ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a prorrogação do prazo da investigação, que havia sido encurtado pelo então presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA). "Parece que querem enrolar o processo para que no último dia da CPI, 17 de agosto, não se viabilize a divulgação desse grande escândalo nacional", adicionou o deputado.


O simples desejo de ocultar à CPI e ao conhecimento público informações sobre o uso que fazem dos recursos oficiais já deveria ser motivo para o STF negar atenção aos apelos dos investigados. Por que não franquear as informações? Há muito tempo se sabe que os organismos referidos atuam em favor de uma causa política e ideológica. E há muito tempo pesam sobre eles as graves suspeitas que levaram à abertura da CPI e ao achado dos indícios que levaram a CPI a determinar a quebra do sigilo e a busca de provas.


É importante que se entenda, igualmente, que uma CPI federal tem amparo legal para determinar a quebra, "individualizado o investigado e o objeto da investigação, mantido o sigilo em relação às pessoas estranhas à causa e limitada a utilização de dados obtidos somente para a investigação que lhe deu causa" (jusbrasilcom.br). Obviamente também em relação a esse ato parlamentar cabe recurso ao STF, conforme solicitado pelos atingidos.
O que não deveria caber era o provimento do recurso. Concedido por quem concedeu, fica tudo muito parecido com um esquema de proteção à quadrilha ideológica que aparelhou completamente o Estado brasileiro e, não satisfeita, produziu a constelação de ONGs que nele e dele se beneficiam enquanto operam pela causa comum.
 

  • 29 Julho 2016

CONTINÊNCIA DOS ATLETAS BRASILEIROS À BANDEIRA ENLOUQUECE A ESQUERDALHA
Percival Puggina

 

 Penso ter sido nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (2015) que, pela primeira vez, atletas brasileiros militares adotaram a reverente atitude de prestar continência à bandeira do Brasil quando erguida em solenidade de entrega de medalhas. À época, o respeitoso gesto suscitou uma celeuma que, agora, ressurge com a proximidade dos Jogos Olímpicos. Onde ressurge? Por parte de quem?

 

 Será necessário responder? Quem tem calafrios de horror diante de manifestações patrióticas? Quem entra em dispneia ante as cores verde e amarela? Quem se tapa de vermelho nas manifestações de rua? Pois é.

 

 Há poucos dias, o prefeito Fernando Haddad proibiu a FIESP de iluminar externamente seu prédio na Avenida Paulista com aquela linda imagem da bandeira nacional. Para petistas e demais esquerdistas moldados nas várias bigornas ideológicas é perfeitamente natural a apropriação partidária do Estado. Consideram absolutamente adequado que um professor use o salário que a sociedade lhe paga para trabalhar em sala de aula a favor do seu partido. Nenhum inconveniente percebem quando "enfeitam" um canteiro do Palácio da Alvorada com a bandeira do PT, ou quando usam as provas do ENEM para exigir de todos os estudantes brasileiros respostas que coincidam com seus conceitos e versões político- ideológicos. O partido sequer se constrange com a prisão, pela operação Lava Jato, de boa parte de seu comando e de três sucessivos tesoureiros, por haverem feito uso partidário e privado dos recursos nacionais. Mas ai de quem erguer o braço direito para emocionada continência ao símbolo de seu país numa solenidade de entrega de medalhas! Punho esquerdo cerrado e erguido certamente receberia aplausos. Mas todo repúdio à mão direita em reverente saudação à nossa bandeira.

 

 Para o senador Lindbergh Faria, a continência seria um ato político. Quem confunde amor ao Brasil com política certamente faz política com desamor ao Brasil e obtém, como resultado, isso que seu partido apresentou ao país.
 

  • 25 Julho 2016

A MENTIRA É O OXIGÊNIO DO COMUNISMO
Percival Puggina

 

 Na última quarta-feira (20/7), reuniu-se no Rio de Janeiro um grupo de juristas escolhidos a dedo para compor um certo "Tribunal Internacional pela Democracia no Brasil". O nome da inaudita corte confessa um perfeito enquadramento: trata-se de promover a defesa da democracia "no Brasil". Venezuela, Cuba e outros são situações especiais. (Se observarmos bem a imagem veremos uma bandeirinha da Venezuela sobre a mesa dos trabalhos...)

 A decisão final afirma que o processo jurídico e político em curso no Brasil "viola a Constituição brasileira, a Convenção Americana de Direitos Humanos e o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, constituindo um verdadeiro golpe de Estado”.

O evento, que transcorreu no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro, foi uma promoção conjunta da Via Campesina Internacional, Frente Brasil Popular e Frente Brasil Juristas pela Democracia, com apoio de diversas organizações sociais, entre elas a CUT. O bicho, como se vê, tem couro de jacaré, rabo de jacaré, anda como jacaré e não vai para o céu porque tem boca grande e só fala mentiras. Mas as mentiras, bem sabemos, adquirem consistência pela repetição. Mais ainda se proferidas por supostas autoridades. Ninguém prestaria atenção numa mentira da Via Campesina, nem de certos juristas brasileiros que são conhecidos porta-estandartes nos desfiles da Unidos pela Estrela. No entanto, um grupo de pessoas com nomes estranhos e estrangeiros, como as senhoras Azadeh N. Shahshahani, Almudema Barnabeu e Lawrence Cohen, chama atenção. Esse processo está muito bem descrito e fartamente exemplificado no livro Disinformation, do general dissidente Ion Mihai Pacepa. Os russos da KGB, hoje FSB, eram mestres nesses estratagemas.

O site Brasil 247, entre outros, abriu manchete: "Tribunal Internacional conclui que impeachment de Dilma é golpe de Estado". Tribunal Internacional com qual legitimidade, caras-pálidas? Quem proporcionou a essa trupe homogênea autoridade superior à Constituição do Brasil, às duas casas do Congresso Nacional e ao longo e ponderado rito em curso, que já leva meses, conforme definido e acompanhado pelo Supremo Tribunal Federal?

Quanta razão tinha o grande escritor russo Alexander Soljenitzin, Nobel de literatura e autor do Arquipélago Gulag: "O pior do comunismo não é a opressão, mas a mentira!".
 

  • 22 Julho 2016

MORO DIZ QUE CÂMARA JÁ DESPERTOU PARA O PACOTE DE COMBATE À CORRUPÇÃO

Jailton de Carvalho - O Globo

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, disse que a decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de votar todos os projetos do pacote de medidas contra a corrupção lançado pela força-tarefa da Lava-Jato deve ser vista como um “despertar” da instituição contra desvios de dinheiro público. Para o juiz, considerado um dos principais responsáveis pelos resultados operação até o momento, o acordo entre Maia e deputados da Comissão Especial para apreciar logo os projetos contra a corrupção põe a Câmara em sintonia com a sociedade.

— A notícia do compromisso da Câmara em deliberar sobre as propostas de enfrentamento da corrupção apresentadas em projeto popular pelo Ministério Público Federal é muito positiva e representa um despertar da instituição para o problema da corrupção sistêmica e uma resposta esperada pela sociedade brasileira — disse Moro ao Globo.

As propostas contra a corrupção surgiram de uma iniciativa do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público em Curitiba, e de outros procuradores responsáveis pelas investigações sobre corrupção na Petrobras e outras áreas da administração pública. A ideia teve imediato apoio de Moro e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para eles, não basta punir os envolvidos em corrupção na Petrobras. Isso resolveria apenas um problema imediato.

SANGRIA AOS COFRES – Moro e os procuradores entendem que são necessárias medidas estruturais para garantir transparência e controle na movimentação de dinheiro público. Consideram também essenciais medidas que facilitem a punição de pessoas ou até mesmo instituições comprovadamente corruptas e a devolução aos cofres públicos de dinheiro desviado. A Lava-Jato quebrou o tabu da impunidade de políticos e empresários influentes. Provou também que é possível recuperar somas expressivas.

Mas, para os investigadores, nada disso é suficiente para estancar, de fato, a sangria dos cofres públicos sem a aprovação do pacote anticorrupção. Entre as propostas do pacote estão a tipificação do crime de caixa dois e do enriquecimento em causa plausível. O pacote também prevê mudanças nos prazos de prescrição de pena. Classifica corrupção como crime hediondo e prevê penas rigorosas, inclusive o fechamento de partidos envolvidos de forma sistêmica com malversação de dinheiro público.
 

  • 20 Julho 2016