Percival Puggina

Leio no Diário do Poder

A Câmara aprovou na noite desta quarta-feira (14), em votação-relâmpago, projeto da deputada Dani Cunha (União-RJ), filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, cujo relator Cláudio Cajado (PP-BA) conseguiu piorar ainda mais, que criminaliza ou “discrimina” políticos ladrões.

O projeto, aprovado por 252×163 votos estabelece penas para “crimes” resultantes da “discriminação” contra pessoas em razão de sua condição de “politicamente exposta”.

Desse modo, será considerado criminoso quem criticar ou “ofender” pessoa que esteja respondendo a investigação preliminar, termo circunstanciado, inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu o projeto de caráter intimidador. Para ele, se o projeto não fosse votado, a Câmara iria “continuar permitindo que parlamentares sejam agredidos em aviões, nos hotéis, nas festas”.

Para xingar políticos e autoridades, o autor da crítica precisa saber antes se a pessoa, ainda que tenha sido condenado, ainda possa recorrer da sentença.

Comento

O que torna patético esse projeto é ter sido aprovado por ampla maioria de parlamentares que tratam de se proteger quando em exposição pública ao se dedicarem a tarefas publicamente expostas...

É o mesmo que ocupar o palco e não querer ter a presença registrada, não ser notado, nem vaiado, nem aplaudido.

Impossível!

O país está vendo o governo comprando votos mediante liberação de emendas parlamentares. E reclamando quando os partidos não lhes dão votos na proporção dos cargos que lhes entrega.

Inúmeros parlamentares usam a palavra “business” para descrever a atividade a que se dedicam muitos de seus pares.

Fazer negócio às ocultas, que não possam ser mencionados, envolvendo interesse público e desempenho de mandato parlamentar, é praticamente uma confissão de culpa que dispensa trânsito em julgado.

Contagem dos votos, por partido

PL: 37 Sim x 44 Não
PT: 43 Sim x 11 Não
PSD: 23 Sim x 11 Não
União Brasil: 35 Sim x 16 Não
Republicanos: 27 Sim x 7 Não
MDB: 24 Sim x 10 Não
PP: 23 Sim x 13 Não
PDT: 10 Sim x 4 Não
Podemos: 8 Sim x 3 Não
PSOL: 0 Sim x 10 Não
PCdoB: 0 Sim x 7 Não
Novo: 0 Sim x 3 Não
Cidadania: 0 Sim x 2 Não
Rede: 0 Sim x 1 Não
Patriotas: 1 Sim x 2 Não
PSC: 3 Sim x 0 Não
Solidariedade: 1 Sim x 2 Não
PSB: 5 Sim x 5 Não
Avante: 3 Sim x 3 Não
PSDB: 6 Sim x 6 Não
PV: 3 Sim x 3 Não

  • 15 Junho 2023

 

Percival Puggina

        A deputada federal Dani Cunha (União RJ) é filha de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados. O pai tem biografia conhecida, cujo resumo dá um livro que não cabe nas pretensões deste texto. Basta dizer, no entanto, que era dado a negócios que redundaram em processos e que sua casa caiu quando concedeu tramitação ao processo de impeachment de Dilma Rousseff. Teve seu mandato cassado por mentir à CPI da Petrobras. Foi condenado duas vezes na Lava Jato. Preso preventivamente, a Covid proporcionou-lhe prisão domiciliar. No mês passado, o STF decidiu anular uma de suas condenações a 15 anos e 11 meses de prisão por considerar que o processo deveria ter corrido na Justiça Eleitoral e não na Justiça Federal de Curitiba. O velho erro de endereço...

Ouvi certa vez de um amigo desembargador que a nulidade processual é o grande pulo do gato dos culpados quando não conseguem se descolar de suas ações. Os advogados que o digam.

Feita essa digressão, vamos ao fato. A filha de Eduardo Cunha apresentou um projeto para criminalizar com penas severíssimas quem criticar figuras “politicamente expostas”. Pelo projeto da deputada Dani Cunha, o sujeito que fizer isso está ferrado, sem acesso às suas contas, sem possibilidade de obter empréstimo e por aí vai.  Ela queria, seguindo a moda, que a matéria fosse votada em regime de urgência, ou seja, indo direto ao plenário sem passar pelo crivo das comissões permanentes. Quase conseguiu!

O projeto, no entanto, está lá, no aquecimento, expressando o desejo de transformar o Brasil no paraíso da politicagem, da corrupção, do Estado protegido e da sociedade ao abandono.

  • 11 Junho 2023

 

Percival Puggina

         O sempre atento e competente jornalista Cláudio Humberto, em sua coluna no Diário do Poder, chama a atenção para o incidente envolvendo a jornalista Delis Ortiz, que acabou levando soco de um guarda costa do famigerado presidente venezuelano. Escreve Cláudio Humberto:

Uma semana depois do soco covarde de um capanga do ditador Nicolás Maduro na jornalista Delis Ortiz, na terça (30), a cúpula petista não foi capaz sequer de balbuciar solidariedade à vítima. Nem o presidente Lula, tampouco sua mulher ativista ou a ministra da Mulher, a presidente do PT, qualquer das parlamentares petistas e nem as ONGs de defesa da mulher ou dos direitos humanos, todas aparelhadas pelo partido de Lula. Devem estar tentando achar uma “narrativa” que substitua o fato.

O Itamaraty disse que providências serão tomadas e que responsabilidades serão apuradas. Eu lhe recomendo, leitor, que busque um sofá bem confortável desde o qual possa esperar sentado.

Do mesmo modo, há um desconfortável silêncio desse feminismo seletivo instalado no país, para o qual, mulher, mulher mesmo, corresponde à descrição de um gênero muito especial que exige definição ideológica.

Mulher, se não for de esquerda, é homem e não merece atenção nem proteção porque perde a condição humana, sujeita de direitos.

  • 06 Junho 2023

 

Percival Puggina

            Como se sabe, o governo Lula morre de saudade dos maus tempos em que a corrupção correu solta. Apesar de disporem de todo o tempo domundo 14 anos consecutivos é muito tempo para uma linha de governo, conseguiram proporcionar uma raridade: serem derrotados por um candidato de direita.

Ao retornar ao poder, do modo como se viu, o petismo tratou de imediato d4e retornar ao status quo anterior, retomar as velhas pautas e narrativas. Entre elas o programa Mais Médicos, enrolação para dar um fôlego à miserável economia comunista de Cuba.

A medida provisória foi votada e, muito oportunamente, o deputado Gustavo Gayer apresentou e aprovou uma emenda para que os médicos sejam pagos como pessoas físicas, em bancos brasileiros. Pronto! Complicou a transferência de dinheiro brasileiro para a ditadura cubana e extinguiu a servidão a que foram submetidos os profissionais da Ilha quando por aqui estiveram na anterior gestão petista. Na época (governo Dilma), eles perdiam 75% do que ganhavam para seu patrão estatal comunista e não podiam trazer suas famílias.

A OEA realizou uma conferência tendo por tema “A realidade sombria das missões cubanas”, com audiência de médicos traumatizados pelo que passaram no decorrer dessas missões.

Parabéns ao deputado Gustavo Gayer pelo acerto do preceito cuja aprovação viabilizou.

  • 04 Junho 2023

Leio no Portal Guiame

      De acordo com o Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2022 do Departamento de Estado dos EUA, um menino de dois anos e sua família foram condenados à prisão perpétua pela posse de uma Bíblia.

O caso de grande repercussão na mídia ilustra a repressão do regime comunista norte-coreano contra indivíduos com crenças religiosas.

Segundo o relatório, estima-se que cerca de 70.000 pessoas, incluindo cristãos e indivíduos de outras religiões, estão detidos na Coreia do Norte devido à perseguição religiosa.

“O direito à liberdade de pensamento, consciência e religião [na RPDC] também continua a ser negado, sem sistemas de crença alternativos tolerados pelas autoridades”, afirmou António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), descrevendo as atrocidades que a Coreia do Norte comete contra a liberdade religiosa nos últimos anos.

De acordo com a ONU, as restrições de viagens impostas devido à pandemia de Covid-19 reduziram as informações sobre a perseguição religiosa, o que piorou a verificação de detalhes sobre os casos de abuso.

No entanto, o Departamento de Estado americano afirmou ter finalmente confirmado os detalhes do relatório com base em informações de organizações não governamentais (ONGs), grupos de direitos humanos e a própria ONU.

De acordo com o relatório, algumas instituições registradas, como igrejas, existem especialmente na capital coreana, Pyongyang. No entanto, os visitantes relataram que a igreja "operava sob rígido controle do estado e funcionava em grande parte como uma vitrine para estrangeiros".

O Departamento de Estado também afirmou que é difícil quantificar o alcance e o número de igrejas subterrâneas ou secretas devido o governo proibir atividades religiosas privadas.

Segundo informações de desertores, o governo norte-coreano encoraja os cidadãos a denunciarem qualquer pessoa envolvida em atividades religiosas não autorizadas ou que possua materiais religiosos, como a Bíblia.

Eles relataram que cristãos frequentemente escondem suas atividades religiosas de familiares, vizinhos, colegas de trabalho e outros, por medo de serem rotulados como desleais ao governo norte-coreano e denunciados às autoridades.

Abusos da liberdade religiosa

A Korea Future divulgou, em 2021, um relatório com base em entrevistas feitas com 244 vítimas de abusos da liberdade religiosa.

Entre as vítimas estão 150 pessoas que aderiram ao Xamanismo, 91 ao Cristianismo, uma ao Cheondoísmo e outra pessoa ligada a outras crenças. Essas pessoas tinham entre dois e mais de 80 anos. Mulheres e meninas representaram mais de 70% das vítimas documentadas.

Conforme relatado, o governo acusou indivíduos de envolvimento em práticas religiosas, realização de atividades religiosas na China, posse de itens religiosos, contato com pessoas religiosas e compartilhamento de crenças religiosas.

Esses indivíduos foram submetidos a prisões, detenções, trabalhos forçados, tortura, negação de um julgamento justo, execuções públicas e violência sexual, de acordo com o relatório.

Crianças também são vítimas

Um dos incidentes destacados no relatório foi a prisão de uma família em 2009 devido às suas práticas religiosas e posse de uma Bíblia.

Como resultado, toda a família, incluindo uma criança de dois anos, foi condenada à prisão perpétua em campos de prisioneiros.

Outro incidente relatado pela ONG Korea Future descreve um caso chocante em que um homem foi espancado quase até a morte por guardas ao ser descoberto orando.

Além disso, foi registrado um incidente envolvendo um membro do Partido dos Trabalhadores Coreanos que foi encontrado com uma Bíblia. Ele foi levado pelas autoridades para um aeródromo e executado publicamente diante de milhares de pessoas.

Segundo relatam os cristãos, as terríveis condições dos campos de prisioneiros norte-coreanos, incluem desnutrição extrema, alimentação forçada com comida contaminada, abuso verbal e físico e execução.

A Open Doors USA (ODUSA) informou que, para os cristãos na Coreia do Norte, a vida é um "caldeirão de pressão constante" e "a captura ou a morte estão a apenas um erro de distância".

Segundo a ODUSA, os cristãos são considerados os mais baixos da sociedade e estão constantemente "vulneráveis ??e em perigo".

Comento

Terrível, não é mesmo? Pois mais ou menos assim é a história de vida de dezenas de milhões de pessoas cujas opções não foram compatíveis com o “direito” imposto por alguém, ou por algum partido político. No comunismo, os gulags eram campos de prisioneiros e, ao mesmo tempo, parte do mercado de mão de obra escrava entre repartições do Estado, sempre carentes de recursos humanos para atender às crescentes metas de produção fixadas por Stalin.

Há alguns anos, li um livro que recomendo enfaticamente – Fuga do Campo 14. Ele conta a história do jovem Shin Dong-hyuk que nasceu num campo de concentração da Coreia do Norte. Ali viveu sem conhecer sentimentos humanos uma vida de submissão absoluta e em total desconhecimento sobre o que havia fora do Campo. Atualmente, ele vive na Coreia do Sul, faz ativismo político contra a tirania que oprime seus irmãos do Norte e persiste como o único norte-coreano que conseguiu fugir de um campo de concentração naquele país.

Coisas assim podem acontecer e acontecem quando as tiranias se instalam. Por isso, denúncia, anúncio e resistência são condutas de prudência. No Brasil, a linha da liberdade já foi recuada e está sob ameaça.

Na capa do meu livro “Pombas e gaviões”, publicado pela AGE em 2010, incluí uma frase que retoma, nestes dias sua inteira validade: “Os ingênuos estão na cadeia alimentar dos mal-intencionados”.

  • 30 Maio 2023

Marco Frenette

 O sempre interessante Marco Frenette escreve, em sua página no Facebook:

Você não vai entender a mentalidade dos nossos desgovernantes lendo livros profundos e complexos sobre os mistérios das catacumbas globalistas e dos labirintos das estratégias gramscistas.

Para entender a mentalidade dos stalinistas que estão destruindo o Brasil, atenha-se, primeiro, ao básico. Leia o "Manifesto Comunista". Se já leu, leia de novo, mas, dessa vez, com muita atenção.

Todos os principais ministros e líderes do atual desgoverno são comunistas fanáticos e declarados, e tentam aplicar no Brasil o que Marx e Engels escreveram em 1848.

Todas as taras que os nossos stalinistas exibem hoje ao povo brasileiro (se apoderar do Banco Central; roubar heranças; financiar ditaduras; impostos pornográficos; estado inchado e onipresente; perseguição aos adversários; censura; destruição da família e da propriedade privada) estão presentes naquele manual de instrução.

Em 1998, o nosso atual ministro da fazenda publicou o livro "Em Defesa do Socialismo" (remetendo ao "Em Defesa do Socialismo Científico", de Stálin), em homenagem aos 150 anos da publicação do "Manifesto". Em sua obra, Haddad tenta atualizar o manual de instrução, e afirma que o PT já o aplica no Brasil.

Veja, isso já em 1998. De lá para cá, a "aplicação" só cresceu, e, assim, chegamos à ditadura de 2022.

Comento

Ao ler essas corretíssimas linhas não pude deixar de pensar em pessoas amigas e conhecidas que, mesmo sabendo disso, usaram de sua liberdade e não participaram do pleito de 2022. Note-se: eu sou a favor do voto facultativo. No entanto, as consequências de uma vitória da esquerda, com Lula e seus amiguinhos, suas práticas comerciais, seu oeste ideológico, eram previsíveis por pessoas que tinham e têm conhecimento e formação suficientes para identificar não riscos, mas inevitáveis consequências!

Mesmo assim, alegaram motivos tão simplórios, tão descolados da realidade!... Agiram numa eleição presidencial como se estivessem escolhendo uma gravata – gosto ou não gosto – e não o futuro deles, de seus filhos e de uma nação inteira..  

  • 21 Maio 2023