• Alex Pipkin, PhD
  • 16/05/2025
  • Compartilhe:

A farsa democrática vermelho, verde-amarela


Alex Pipkin, PhD

         Eleito sob o manto da promessa de “restaurar a democracia” e o “Estado de Direito”, o desgoverno Lula se mostra, a cada gesto, a negação exata daquilo que disse defender. A narrativa fabricada para justificar seu retorno ao poder — a de que se combatia um fascista, misógino, autoritário, homofóbico e nazista — serviu apenas como véu conveniente para ocultar intenções mais perigosas para a democracia quanto aquelas que juravam combater.

A presença do presidente brasileiro na Rússia, durante o “Dia da Vitória”, é mais um desses fatos que escancaram a hipocrisia e a contradição. Em meio à guerra brutal travada pela Rússia contra a Ucrânia, uma agressão condenada pela maior parte do mundo civilizado, Luiz da Silva, com sua diplomacia oblíqua e de valores invertidos, prefere posar ao lado de Vladimir Putin, acenando à comunidade internacional ao lado de autocratas africanos, com seu velho fetiche por ditadores e regimes totalitários. Um aceno que não é ingênuo, tampouco protocolar, é ideológico, deliberado e revelador.

Mais revelador ainda é o papel do assessor Celso Amorim, figura cada vez mais central na condução dessa diplomacia do avesso. Antigo ícone da esquerda brasileira, Amorim hoje personifica a decadência moral e política de um governo que insiste em flertar com terroristas como o Hamas, em nome de um antiamericanismo e de um anti-israelismo patológicos. Seu alinhamento com grupos e governos que não hesitam em violar direitos humanos básicos apenas comprova que a tão alardeada “defesa da democracia” era, na verdade, apenas um instrumento retórico para retornar ao poder.

Enquanto isso ocorre no palco externo, o Brasil agoniza internamente. A população, esmagada por um custo de vida insuportável, com combustíveis em alta, alimentos a preços exorbitantes, famílias endividadas e desempregadas, vê um governo ausente, inerte, incapaz de propor uma única medida concreta para aliviar o desespero popular. Não há política econômica efetiva. Não há enfrentamento da inflação. Não há reformas. Não há sequer um discurso sério voltado ao povo. Tudo o que há é silêncio, desprezo e espetáculo ideológico no exterior.

O que se vê é um presidente ausente, que parece mais empenhado em cumprir agenda turística internacional do que em governar. Sua esposa, igualmente desconectada da realidade nacional, viaja em eventos sem relevância prática, desfilando em compromissos que custam caro ao erário e nada devolvem ao cidadão comum. A ida separada à Rússia, dias antes da comitiva oficial, é um exemplo de despropósito e ostentação pública. Uma afronta a quem não consegue pagar o botijão de gás.

No Brasil, o silêncio é absoluto quando se trata de projetos estruturantes ou medidas urgentes. Não se fala em reformas, em emprego, em desburocratização, em produtividade. Lula simplesmente não governa. Quando abre a boca, é para soltar bravatas, repetir slogans mofados e dizer asneiras, quase sempre culpando os outros, como se ainda estivesse em campanha. Enquanto isso, no exterior, veste a fantasia de estadista global, discursando como se o mundo estivesse à sua espera para ouvir sermões de um moralista sem moral.

Trata-se, portanto, de um desgoverno completo. Uma administração que, além de desprezar os princípios democráticos que diz defender, abandonou por completo o seu povo. A “restauração democrática” que prometeram revela-se, cada vez mais, uma encenação. Uma encenação cínica, financiada com dinheiro público e sustentada por uma militância cega, disposta a defender qualquer absurdo em nome de um projeto de poder que, desde sempre, teve pouco apreço pela liberdade e muito apetite por controle.

A democracia brasileira, mais uma vez, é refém de falsos democratas. E o povo brasileiro, traído e empobrecido, paga a conta, literalmente, inclusive as passagens, os jantares, os hotéis e os mimos da comitiva que vive no exterior enquanto o país arde.

Mas não se preocupem! Amanhã tem discurso bonito sobre “justiça social”.