• Gustavo Corção
  • 13 Favereiro 2021

 

Gustavo Corção

 

A Igreja nos desdobra o maravilhoso panorama das várias lições que vitalmente interessam, ou deviam interessar aos seus filhos, e assim reaviva nas várias estações do ano litúrgico certas noções que deveriam ser companheiras de todos os passos de nossa vida. Assim é a Quaresma. Segundo ensina nosso pai São Bento, a vida inteira do monge deveria ser uma quaresma ininterrupta. Como isto é impossível para os fracos, e como a Regra Monástica, à semelhança da Igreja, é moderada para que os fortes possam dar mais, e para que os débeis não desanimem, representamos nesta quadra do ano o mistério da preparação da Paixão redentora do Cristo, e concitamos nossos irmãos e amigos a aproveitarem esta sabatina que reaviva o espírito de quaresma.

 Qual é a lição essencial da quaresma, no que nos diz respeito? A Igreja responde com a liturgia das cinzas, e nós podemos desenvolver a idéia: o que nos cumpre aprender nestes dias, mais do que nos outros, é a doce e santa lição de nossa total dependência nas mãos de Deus. Ou como diria Santa Catarina de Sena, na sua linguagem de sangue e fogo: devemos aprender a lição de nosso nada.

 Todo o mundo moderno é desatento, brutalmente desatento ao espírito da quaresma. Um humanismo insolente, grosseiro, agora reforçado com as estridências que se ouvem pela porta dos fundos da Igreja, tenta inculcar no homem uma confiança em si que o deixe esquecido de sua condição peregrinal e de sua destinação última. Vivemos dentro de uma espessa idolatria: todos querem exaltar os valores humanos em detrimento ou com esquecimento de sua total dependência de Deus. O nome de Deus é silenciado, é empurrado para a obscuridade, para que a glória do homem refulja.

 Entende-se bem que o homem realize neste mundo, do melhor modo possível, sua instalação, ou melhor, sua afirmação de domínio sobre o mundo inferior. É bela a conquista da Ciência que exalta a razão e a específica superioridade do homem sobre todo o Universo visível. É confortador o progresso técnico que nos assegura um decente conforto neste trem expresso onde às vezes esquecemos a brevidade do tempo. É bela a civilização que realmente enaltece os valores humanos em contraste com a mundo inferior; mas tudo isto só se mantém em ordem razoável se ao mesmo tempo nos lembrarmos de exaltar a glória de Deus e nossa completa e total dependência. O inferior deve submeter-se ao superior: é razoável que o homem submeta os átomos, mas é loucura submeter os átomos e esquecer que devemos nós mesmos nos submeter a Deus.

 A própria psicologia moderna, impregnada de empirismo, tem horror a certas categorias espirituais que fogem aos seus quadros. Assim é que combate com todo o seu vigor todos os sentimentos de insegurança. Ora, isto é uma monstruosidade a mais que se pratica neste vale de lágrimas. É claro que devemos ser corajosos, que devemos ser audazes, que não devemos ser pusilânimes, mas daí não se deduz que devamos nos sentir seguramente instalados na vida. Este sentimento é perfeitamente estúpido e grosseiramente anti-espiritual. A alma cristã, com todas aquelas qualidades de bravura e de audácia, sabe que sua vida pende de um fio que está nas mãos de Deus; e desta ciência não tira amargura nenhuma, ao contrário, tira a humildade, a ação de graças, e o infinito amor pelo Ser absoluto a que a todos nos sustenta. E em termos mais próximos da paixão de Cristo, o sentimento de fragilidade e contingência se traduz em vínculo de caridade que nos prende à videira santa, à Cruz em que pomos toda a exaltação e toda a glória.

 O grande judeu Egon Friedel, em sua História da Cultura, teve a finura de sentir o valor sobre-humano do sentimento de fragilidade e de insegurança do medieval. O meio social ajudava, a ciência médica estava numa fase infantil e até caricata que levava o grande São Bernardo, que obedecia pontualmente às extravagantes prescrições de um esculápio, dizer com mansa tristeza: "Eu, que no Mosteiro tenho o encargo de dirigir e dar ordens a santos, tenho de obedecer a um asno". Toda essa pobreza de meios tinha impedido o surto do humanismo senhor de si mesmo, e o arguto judeu se admirava da espiritualidade que iluminava todo aquele povo medieval. Eles sabiam que a vida era uma grande aventura, e que a dependência de Deus se fazia sentir em todos os atos de coragem e de abandono, ou de resignação e tristeza.

 Progredimos muito em veículos, em máquinas, em produção, mas no momento parece que regredimos em relação ao espírito de quaresma. Sirva-nos isto de incitamento e de lição, e procuremos nós viver mais a fundo essa presença de Deus que produz a humildade agradecida e amorosa.

*Publicado em Permanência.org.br

Continue lendo
  • Alex Pipkin, PhD
  • 12 Favereiro 2021

 

Alex Pipkin, PhD


A esperança é a última que morre. Pode ser. Mas que ela tem decepcionado, disso não tenho dúvidas.

Esta aquarela não é somente verde-amarela, é mundial. Não sou saudosista, porém, nem sempre foi assim.

Tá certo, o quadro é pandêmico, mas muito mais desesperadora é a crise moral e ética vigente, o resto da cultura com “c” maiúsculo que sobrou, o tecido social rachado, e a generalizada apatia que se enraizou.
A grande maioria de nós, não é nem santo nem marginal. Santos só nas igrejas, nas sinagogas nem os há.

Acho que as luzes DELE servem exatamente para iluminar princípios individuais e coletivos que nos auxiliariam a viver melhor em comunidade.
Mas também penso que Adam Smith tinha razão, com sua analogia do nosso outro “eu interior”, o nosso espectador imparcial.

É uma espécie de consciência que avalia a nossa conduta e a de outras pessoas em certas circunstâncias, e nos impele a formar um juízo, ou seja, é o nosso caráter moral.

Aparenta que nossas bússolas morais quebraram e/ou os limites entre o considerado certo e errado se tornaram elásticos - por demais.

Nosso sistema intuitivo favorece julgamentos fundamentados em normas básicas de justiça. Espontaneamente, avaliamos se nossa conduta é apropriada ao outro, assim, de maneira mais “moral”.

Interessantemente, quando pensamos de  modo mais reflexivo, podemos, de fato, gerar um julgamento mais “imoral”, buscando nosso interesse próprio e/ou a fim de proteger a autoimagem de alguém.

Aliás, trangressões de conduta pessoal são sempre racionalizadas e mais amenas do que a dos outros.

Em especial, se você for um dos líderes de uma massa, ou de um determinado grupo - algum sujeito classificado como “de elite” (e o nível de nossas elites se encontram próximas ou dentro do ralo) -, cruzar as linhas morais e éticas parece cada vez menos uma transgressão e, tristemente, mais um direito que lhes é devido.

Esses semideuses creem que têm o direito de redesenhar o certo e o errado. A moral e a conduta de boa ou má fé são sempre relativizadas e gigantescamente flexíveis.

Num contexto de extrema polarização política, o reino é da hipocrisia, em que graves transgressões morais e éticas passam a ser aceitáveis porque “os outros também fazem”.

O reino da farsa se intensificou de forma gradual. Psicologicamente, a sociedade afundou numa falha moral que tem trocado a valorização dos valores virtuosos pelo encaixe e acomodação nesta cultura da falsidade.

Lamentável, o espectador imparcial smithiano ficou mudo dentro de nós.
Parece que muitos perderam suas individualidades, sequer são capazes de se reconhecerem no espelho, e a dissimulação age de forma soberana, sujeitando a própria agência individual às normas desviantes do coletivo.
Transgressões e enganos são racionalizados e se transformam em questões aceitáveis, e o pior, viram hábitos que se tornam parte do tecido social moral, individual e coletivo. De erro em erro, todos acabam se escravizando pela hipocrisia.

Nesse ambiente binário, cada lado alude o outro lado como sendo hipócrita. E a falsidade vai confundindo e paralisando a todos...

Inexiste ambiente mais propício para que surjam outros autoritários, travestidos de salvadores da pátria, que obviamente algum dos lados irá idolatrar e declarar amor incondicional.

Chegou a hora de retornarmos para dentro de cada um de nós, numa espécie de retiro e revisão de quem realmente somos e/ou queremos ser.
Contra o vírus da hipocrisia-21, só a vacina do pensar e do agir com base nos redentores e nos virtuosos valores individuais.

Continue lendo
  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 11 Favereiro 2021

 

FRUSTRAÇÃO

Ao longo de 2020, várias pesquisas de opinião pública revelaram que muitos eleitores do presidente Jair Bolsonaro se mostravam FRUSTRADOS com o governo. A maioria, movida por uma consistente e constante manipulação da extrema-imprensa, jogou a toalha e passou a dizer, e repetir, com boa dose de convencimento, que o Brasil estava PARADO por ABSOLUTA FALTA DE PROPOSTAS, PROJETOS E INCIATIVA DO GOVERNO.

 PARALISAÇÃO DO PAÍS

Ora, antes de tudo é preciso que fique bem claro, mesmo levando em conta do quanto é difícil convencer quem já tem OPINIÃO FORMADA, que grande parte da tal PARALISAÇÃO DO PAÍS não é uma OBRA OU VONTADE DO PODER EXECUTIVO. Esta DECISÃO foi tomada, de FORMA PROPOSITADA E FIRME pelos indecentes presidentes da Câmara e do Senado e do nojento colegiado do péssimo STF, que juntaram todas as FORÇAS DO MAL com o claro interesse de IMPEDIR e/ou INVIABILIZAR a TRAMITAÇÃO DAS PROPOSTAS DEFENDIDAS PELO EXECUTIVO DO GOVERNO, as quais, é bom lembrar, constam no PLANO DE GOVERNO que contribuiu para eleger o presidente Jair Bolsonaro.  

 35 PROJETOS PARA DESTRAVAR O BRASIL

É sempre bom e oportuno lembrar que no alvorecer deste mês, tão logo foram escolhidos e empossados os NOVOS PRESIDENTES DAS DUAS CASAS, o presidente Bolsonaro indicou (sugeriu) 35 PROJETOS que gostaria de ver aprovados no Congresso Nacional neste ano de 2021. Mais: destes 35 PROJETOS, Bolsonaro apontou que 20 são PRIORITÁRIOS para tramitação na Câmara; e os demais 15, o presidente pediu o máximo de agilidade no Senado.

 BASTA DE ENGAVETAMENTO

Pois, ontem, decorridos apenas dez dias desde a posse de Artur Lira como presidente da Câmara, eis que já lograram aprovados DOIS IMPORTANTES PROJETOS: 1 - a AUTONOMIA DO BANCO CENTRAL, em caráter definitivo; e, 2- O MARCO REGULATÓRIO DO MERCADO DE CÂMBIO, que ainda depende de votação no Senado. Mais: tão logo foram aprovadas as duas MEDIDAS na Câmara, o presidente Artur Lira declarou de forma reveladora: - "Basta de engavetamento para atrapalhar que o Brasil não cresça propositalmente”. Que tal?

 ASPECTO QUANTITATIVO

Observando sob o ponto de vista QUANTITATIVO, vejam que os 339 votos que levaram a aprovação da AUTONOMIA DO BC representam mais do que os 307 votos (maioria qualificada de 3/5 dos deputados) necessários para aprovação de PECs (Propostas de Emenda Constitucional). Isto pode ser um indicativo para a obtenção de bons resultados na votação na Câmara dos Deputados, em dois turnos, das REFORMAS TRIBUTÁRIA E ADMINISTRATIVA. Isto, em última análise significa que o OTIMISMO EXIGE UMA BOA CAUSA. 

 ASPECTO QUALITATIVO

Já no aspecto QUALITATIVO, o que se viu foi um lamentável Aécio Neves (PSDB-MG) votando CONTRA a importante AUTONOMIA DO BC, proposta esta que estava parada no Congresso desde 1991 (30 anos), numa clara e nojenta atitude de OPOSIÇÃO AO BRASIL e não ao governo. De outro lado, mostrando claro discernimento e vontade de ver um novo Brasil surgindo sem as AMARRAS DO PASSADO, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), contrariando a decisão do partido votou a favor do texto. 

 BLOCO PELO BEM DO BRASIL

Todos os brasileiros estão carecas de saber que há muita coisa pela frente para ser enfrentada e resolvida. Entretanto, a boa e certeira atitude do presidente Bolsonaro, que deixou o Brasil livre das maldades de Rodrigo Maia, ao apoiar o deputado Artur Lira para presidir a Câmara e o senador Rodrigo Pacheco para presidir o Senado, fez com que os PODERES EXECUTIVO E LEGISLATIVO formassem um BLOCO PELO BEM DO BRASIL. Isto, certamente, está fazendo muito mal aos NEGACIONISTAS. Continuando nesta batida, dentro de poucos dias o governo Bolsonaro deixa de ser motivo de FRUSTRAÇÃO.  

Continue lendo
  • Alex Pipkin, PhD
  • 08 Favereiro 2021

Alex Pipkin, PhD


Nove entre dez pessoas dizem que querem ser felizes!
Pois é, eu sempre achei que um bom senso de humor associava-se com a tal meta da felicidade. Claro, felicidade é diferente para cada um de nós.

Mas convenhamos, é muito bom dar umas boas gargalhadas, é como jogar para fora nossas angústias, adversidades e temores, e aproveitar para relaxar.

Pesquisas comprovam que o humor ajuda no bem-estar psicológico das pessoas.

Duvido que algum leitor deste post não tenha dado uma boa risada sobre algo nas últimas 24 horas. Nem que seja de si mesmo.

É natural, nós como humanos buscamos nos aproximar do prazer e evitar a dor.

Como eu sou um “antigo”, adepto dos tempos antigos, e judeu, tenho desde longa data a tradição sanguínea do humor judaico.

Meus dedos aqui já começam a refletir meus pensamentos e a ideia de que eu possa estar sendo “preconceituoso” em alguma medida. Honestamente, não estou dando bulhufas!

Mesmo assim, não descarto a possibilidade de que apareça algum justiceiro social, afirmando que o humor que menciono ataca grupos temáticos e que meu “real desejo” é o de humilhar as pessoas. Haja paciência! Manjam o memória fixa?

Quem não gosta da inteligência - os sem inteligência que não entendem - da satirizarão da vida cotidiana, da ironia fina e do jogo de palavras, aquele que capaz de zombar com os próprios judeus. Tudo na boa. Que maravilha é isso!

Mas sério, a sátira e o humor foram cancelados!

No atual reino do politicamente correto tudo pode ser interpretado e reinterpretado como racista, preconceituoso, misógino, elitista ou simplesmente ofensivo. Absolutamente tudo pode ferir suscetibilidades, ah e como pode...

Essa turma “progressista” quer que o Estado intervenha e regule o ato de fazer piadas...

Mas o sério aqui é que eles querem mesmo acabar com a virtuosa liberdade de expressão!

Portanto, muito cuidado com as piadas, só valem as sem graça, agora consideradas piadas.

Sugestão: conte uma piada no quarto para você mesmo, à la processo socrático. Mas cuide com a mulher, ou a companheira, o companheiro, ou o/a companheir”e”... putz...

Eu simplesmente não compreendo. Eles só falam numa tal de construção social, porém, como podem rejeitar o humor - de verdade - que justamente é uma característica marcante, que aflora e se intensifica por meio das relações sociais, e é altamente admirada no meio social?

Os homens - sim, e mulheres, e LGBTIUSUVZ - que possuem a arte de criar e de admirar o humor são, sem dúvida, grandes influenciadores nos diversos grupos sociais.

Contudo, a nossa era da hipocrisia, da divisão social e dos vários e distintos grupos identitários, e especialmente do macabro politicamente correto, trocou a piada inteligente com respeito, a análise criativa da realidade, o senso de humor audacioso e a ironia refinada, pela burrice e pela patifaria.

Não dá mais para fazer piadas que façam rir. O piadista criativo e perspicaz é agora sexista, racista, contra minorias étnicas, enfim.

Eles estão acabando com a felicidade geral, com o bem-estar de todos, radicalizando as variadas divisões sociais, visto que todos acabamos sendo coagidos a trocar o humor pela raiva e pela inveja.

Que situação ridícula e perversa vivemos. Não podemos nem mais contar com o senso de humor para aliviar saudavelmente nossos estresses.

É, mas mal sabem eles que a grande piada são exatamente os “progressistas” chatos pra caramba, e rancorosos, que não possuem nenhum senso de humor. Ao menos senso de humor inteligente e genuíno!

Estou imaginando gente me chamando de conservador, radical, reacionário; por aí afora.

Bem, conservadores e progressistas (sem aspas) são mesmo chatos como eu, mas nós também temos razão! (Risos!).

Continue lendo
  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 06 Favereiro 2021

Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico

 

A EMPATIA É O CAMINHO

Diante de tantos movimentos montados e organizados com o propósito de exigir o imediato AFASTAMENTO do presidente Jair Bolsonaro e, se possível, também do seu vice, Hamilton Mourão, todos devidamente apoiados pela MÍDIA ABUTRE, cujo poder de influência e/ou convencimento não pode ser ignorado, e muito menos desprezado se for levado em conta a forte doutrinação ideológica que foi injetada dia após dia na mente do povo brasileiro ao longo dos últimos 30 anos, entendo que só a EMPATIA é capaz de esclarecer quais as razões que estão levando tantos brasileiros a querer, o quanto antes, o FORA-BOLSONARO. 

VANTAGENS E PRIVILÉGIOS

Como se sabe, a EMPATIA é a capacidade psicológica de você sentir o que uma outra pessoa sente caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela, ou seja, procurar experimentar de forma objetiva e racional o sentimento e as emoções que um outro está sentindo. Pronto. A partir daí já fica muito claro que o fato do governo atual mostrar disposição para diminuir, se possível acabar, com uma série de vantagens e privilégios -nojentos e injustos-, que foram se acumulando ao longo do tempo do nosso imenso Brasil, é mais do suficiente para entender o quanto os beneficiados precisam se organizar para brecar a necessária vontade do presidente. 

 O CASO DA MÍDIA

No caso da mídia, desde o momento em que Bolsonaro resolveu que daria um basta definitivo na FESTA DA PUBLICIDADE GOVERNAMENTAL, que transferia RECURSOS PÚBLICOS ESPETACULARES para os cofres das grandes emissoras de Rádio e TV, notadamente para a Rede Globo, que detém maior audiência nacional, aí foi deflagrada a maior batalha, cuja pretensão é expor, ao mundo todo, a bandeja com a cabeça do presidente. 

 O CASO DOS SERVIDORES PÚBLICOS

No caso dos SERVIDORES PÚBLICOS, tanto a REFORMA DA PREVIDÊNCIA quanto a REFORMA ADMINISTRATIVA (que propõe que os novos funcionários tenham menos privilégios) revoltou a categoria. Como a MÍDIA ABUTRE precisava de aliados para voltar a receber as fantásticas e já tradicionais verbas de publicidade, os anseios das CORPORAÇÕES foram muito bem recebidos para engrossar o movimento FORA BOLSONARO. 

 O CASO DO POVO MAL ESCLARECIDO

No caso do POVO EM GERAL, por força de uma inegável subtração do esclarecimento que a bem da verdade deveria ser o único propósito dos noticiários que vão ao ar na expressiva MÍDIA ABUTRE, o que se vê é uma triste DISTORÇÃO DA REALIDADE. Assim, grande parte do povo se torna vítima de uma MASSA DE MANOBRA que faz do presidente o ALGOZ DE TUDO E VÍTIMA DE NADA. Daí o fato de que muita gente acredita, piamente, que o presidente Bolsonaro é o grande e único responsável pela PANDEMIA, pelo DESEMPREGO, pelo DÉFICIT PÚBLICO, pelo NÃO ANDAMENTO DAS REFORMAS NO CONGRESSO, pelas DECISÕES ESTAPAFÚRDIAS DO STF, etc., etc... 

 LISTA DE PROJETOS

Pois, mesmo sabendo que as FORÇAS DO MAL vão continuar pressionando contra as ameaçadoras perdas de privilégios e/ou vantagens, o presidente Jair Bolsonaro fez, ontem, na abertura dos trabalhos do Congresso Nacional, um pronunciamento pra lá de correto: 

Indicou aos novos presidentes da Câmara e do Senado 35 PROJETOS que gostaria de ver aprovados neste ano. Deste total, 20 projetos foram colocados na categoria de PRIORITÁRIOS e para outros 15 pediu agilidade no Senado. 

O governo dividiu os projetos em grupos. Há uma lista de pautas com efeito no curto prazo, porque já estão em tramitação e só dependem neste momento da aprovação em uma das casas para que sejam sancionadas. Há nove projetos nessa categoria nas duas casas. Entram aí o projeto de AUTONOMIA DO BANCO CENTRAL, A LEI DO GÁS  e o PROJETO DE CABOTAGEM (conhecido como “BR do Mar”).

 

Eis aí a lista completa dos PROJETOS:

- Câmara dos Deputados

- Curto prazo

PLP 19/2019 – Autonomia do Banco Central
PL 4476/2020 - Lei do Gás (Marco regulatório do gás)

PL 3877/2020 - Depósitos voluntários (autoriza o acolhimento de depósitos voluntários de instituições financeiras pelo Banco Centra)
PL 6726/2016 - Teto Remuneratório (define quais pagamentos serão submetidos ao teto do funcionalismo)
PL 3515/2015 – Superendividamento (lei para aperfeiçoar a disciplina do crédito ao consumidor e dispor sobre a prevenção e o tratamento do superendividamento)

 Retomada dos Investimentos

PEC 45/2019 - Reforma Tributária
PL 2646/20 - Debêntures (cria um novo instrumento financeiro, chamado de debêntures de infraestrutura, para financiar projetos nas áreas de infraestrutura)
PL 5877/2019 - Privatização da Eletrobras
PL 5387/2019 – Marco legal do mercado de câmbio
PL 191/2020 - Mineração em terras indígenas

 Costumes

PL 6438/2019 - Posse de armas de fogo
PL 6125/2019 - Excludente de ilicitude
PL 3780/2020 - Aumento de pena para abuso sexual em menores
PL 6093/2019 - Documento único de transporte
PL 1776/2015 - Inclui pedofilia como crime hediondo
PL 2401/2019 - Ensino doméstico

 Outras pautas

PEC 32/2020 - Reforma Administrativa
PL 3729/2004 - Licenciamento Ambiental
PL 5518/2020 - Concessões Florestais
PL 2633/2020 - Regularização Fundiária

 Senado

Curto prazo

PL 4.199/2020 - Cabotagem (BR do Mar)
PLP 146/2019 – Marco legal das startups
PL 7.843/2017 - Eficiência Administrativa
PL 5191/2020 - Cria o Fundo de Investimento Agrícola (Fiagro)

 Retomada de investimentos

PLS 261/2018 - Ferrovias
PL 3178/2019 – Modifica a partilha de petróleo e gás
PLS 232/16 - Modernização do setor elétrico

 Pauta fiscal

PEC 186/20195 - PEC Emergencial
PEC 187/2019 - PEC dos Fundos
PEC 188/2019 - Pacto Federativo
PLP 137 - Uso de recursos de fundos para gastos da pandemia

 Costumes

PL 3723/2019 - Ampliação da posse de armas
PLS 216/2017 - Revisão da lei de drogas
PLC 119/2015 - Altera o estatuto do índio em relação ao infanticídio

 Outras pautas

PLC 8/2013 - Cobrança de pedágio (autoriza a implantação de sistema de livre passagem com identificação eletrônica em pedágios nas rodovias brasileiras, com cobrança proporcional ao trecho efetivamente percorrido pelo motorista)

Continue lendo
  • Valterlucio Bessa Campelo
  • 06 Favereiro 2021

 

Valterlucio Bessa Campelo

 

Eu era ainda muito jovem quando um colega mais velho me deu a conhecer o que me contou como sendo a “filosofia do sapo”. Não sei se os leitores já ouviram falar, mas, de todo modo, consiste no seguinte:

Era uma vez dois sapos que moravam em um poço numa fazenda. Viviam sem atribulações além dos períodos de seca, até que um dia um deles (chamemos de João), repentinamente disse ao outro (chamemos de José), que iria embora dali, pois queria conhecer o mundo. Dito e feito. José ficou sozinho, chateado, mas se acostumou. Até que, alguns anos depois, João chega sem avisar. Passados os primeiros momentos de surpresa e confraternização, o sapo João iniciou um diálogo.

- Viajei muito, José. Conheci vilas, cidades, plantações, montanhas e cheguei até o mar.

- O mar, João? Eu adoraria conhecer o mar.

- O mar é lindo, às vezes muda de cor, de azul para verde. É imenso.

- O mar é maior que o nosso poço, né?

- É muito maior, José.

- É maior que a cacimba?

- É muito maior!

- É maior que a lagoa??? Perguntou, demonstrando incredulidade, o sapo José.

O diálogo, que poderia ter sido muito mais proveitoso, se encerrou neste ponto, deixando uma questão: Como poderia João explicar a grandeza do mar, se a única referência que José possuía era o poço onde sempre vivera?

Anos depois, fui reencontrar, com todas as vênias, a mesma filosofia, na alegoria da Caverna de Platão, que por ser muito mais complexa e sofisticada, não caberia, obviamente, sequer esboçar neste espaço. Porém, mutatis mutandi, José é um escravo que ficou preso, iludido com as imagens que penetravam na caverna, incapaz de ver o mundo como ele é, e, portanto, de compreendê-lo. João seria aquele escravo que conseguiu fugir, que a princípio ficou confuso, cego, mas aos poucos saiu do estado de ignorância em que vivera e passou a compreender a realidade.

Não trato aqui (nem me atreveria) de Platão ou de Aristóteles que narra a alegoria ou mito da Caverna de Platão em “A República”, trato da ignorância, de como a falta de referências dificulta o conhecimento. Refiro-me a essa ignorância diária que percebo na mídia em geral, em apresentadores, articulistas, palpiteiros, “especialistas” e políticos que reduzem a problemática global que vivemos hodiernamente aos pequenos dilemas a que tem acesso mental.

São muito parecidos com o sapo José. Aliás, quando vejo um sujeito dessa espécie, reduzindo a crise que vivemos à discussão entre vacinas e tratamentos, ou entre bolsonarismo e antibolsonarismo, repetindo ad nauseaum, às vezes com ares afetados, a estupidez retórica do “negacionismo da ciência”, é como se estivesse diante de uma daquelas figuras intelectualmente repulsivas do BBB. Na Caverna de Platão, ele ainda estaria acorrentado, iludido com as imagens que apareciam na parede, hoje eficientemente representada pela mídia mainstream.

O que está à nossa frente é muito mais, muito maior, muito mais largo e profundo do que mostra a José o poço das TV`s, diariamente martelando a crise sanitária, contabilizando mortos selados com o carimbo COVID, seja ou não, esta, a verdadeira causa mortis. Vivemos, creiam, a preparação de uma mudança global perante a qual nada ficará imune. O nada será como antes que insiste em forçar os portões de nossa civilização não é o “novo normal” ridículo que frequenta a novilíngua militante de artistas e intelectuais de auditório, é a alteração de todos os termos que constituíram a sociedade que construímos e em que vivemos. Duvidam? Vejam abaixo algumas declarações do encontro prévio (virtual) do Forum Econômico Mundial 2021, realizado entre 25 e 29 de janeiro último.

“Temos apenas um planeta e sabemos que as mudanças climáticas podem ser o próximo desastre global, com consequências ainda mais dramáticas para a humanidade. Temos que descarbonizar a economia na janela curta que ainda resta e harmonizar nosso pensamento e comportamento com a natureza ”. Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial.

“Para garantir nosso futuro e prosperar, precisamos evoluir nosso modelo econômico e colocar as pessoas e o planeta no centro da criação de valor global. Se há uma lição crítica a aprender com essa crise, é que precisamos colocar a natureza no centro de como operamos. Simplesmente não podemos perder mais tempo”. Príncipe Charles.

“O Grande Reinício é um reconhecimento bem-vindo de que essa tragédia humana deve ser um alerta. Devemos construir economias e sociedades mais iguais, inclusivas e sustentáveis, que sejam mais resilientes diante de pandemias, mudanças climáticas e muitas outras mudanças globais que enfrentamos ”. António Guterres, Secretário Geral das Nações Unidas, Nova York.

“É necessário um grande reajuste para construir um novo contrato social que honre a dignidade de todo ser humano”, acrescentou Schwab “A crise global da saúde revelou a insustentabilidade de nosso antigo sistema em termos de coesão social, falta de oportunidades iguais e inclusão. O COVID-19 acelerou nossa transição para a era da Quarta Revolução Industrial. Temos que garantir que as novas tecnologias no mundo digital, biológico e físico permaneçam centradas no ser humano e atendam à sociedade como um todo, proporcionando a todos um acesso justo”, afirmou Schwab.

“A Grande Redefinição exigirá que integremos todos os interessados ??da sociedade global em uma comunidade de interesse, propósito e ação em comum”, continuou Schwab para, depois, concluir “Precisamos de uma mudança de mentalidade, passando do pensamento de curto a longo prazo, passando do capitalismo de acionistas para a responsabilidade das partes interessadas. A governança ambiental, social e boa deve ser uma parte medida da responsabilidade corporativa e governamental”.

Agora, releiam todo esse palavrório lodoso sob a luz e nele identificará: globalismo-eliminação de soberanias nacionais, unificação das moedas, hiper-controle social, extinção das religiões, destruição da família, eliminação da propriedade privada, supressão de liberdades individuais, transhumanismo, eugenia, ambientalismo, esquerdismo e progressismo.

Para facilitar, recomendo entre dezenas de textos, estes em EPOCHTIMES, MISES.ORG e LIFENEWS ou vídeos como ESTE, ESTE, ESTE e ESTE, que lhes darão pistas do que realmente há subjacente ao pânico em que nos enfiaram com a pandemia. Os que sobreviverem à peste e à fome terão que se subordinar a um novo contrato social e, garanto, nenhum contratualista dos séculos 17 e 18 (Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau), mesmo com suas diferenças fundamentais, previu o que está por vir segundo a trama do poder global. Para a versão açucarada do Grande Reset ver AQUI e AQUI.

Por fim, lembremos que Klaus Schwab, o próprio chefão do Forum Econômico Mundial disse que a COVID é uma grande oportunidade para o reinicio da humanidade. Really, boss? Não sendo o sapo José, posso pensar que ela não aconteceu por acaso?

* Enviado pelo autor, Valterlucio Bessa Campelo, que escreve opiniões e contos em seu BLOG

Continue lendo