• Frederico José Bérgamo de Andrade
  • 05/12/2008
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ALTA TRAI?O - Revista da Aeron?ica

Gilberto Freyre, autor de “Casa Grande e Senzala”, considerado por muitos como o mais importante dos livros produzidos por um brasileiro, foi o grande apologista do Brasil mesti? integrador de ra?. Gilberto, at?oje, ?onsiderado um dos intelectuais brasileiros mais festejados, mais aplaudidos pelas elites e pelo p?co leitor dos pa?s mais cultos e desenvolvidos do mundo. O pensamento do “Mestre de Apipucos”, constante da p?na 179 da 46ª edi? do citado livro, da Editora Record, ano 2002, est?ssim expresso: “Sob a press?moral e t?ica da cultura adiantada esparrama-se a do povo atrasado. Perde o ind?na a capacidade de desenvolver-se autonomamente tanto quanto a de elevar-se de repente, por imita? natural ou for?a aos padr?que lhe prop? imperialismo colonizador. Mesmo que se salvem formas ou acess?s de cultura perde-se o que Pitt Rivers considera o potencial, isto ?a capacidade construtora da cultura, ou seu el?o seu ritmo.” A partir da leitura do texto acima somos levados a concluir quanto ?xtrema dificuldade de uma cultura primitiva, como a do ?io brasileiro, sobreviver ao contato com uma cultura mais avan?a, sobretudo em um mundo midiaticamente globalizado, cada vez mais subordinado aos valores do consumo. O poss?l a preservar-se na cultura ind?na n?passaria de certas manifesta?s, exteriorizadas por meio de ritos, cantos e dan? ou de pr?cas alimentares. A ess?ia mesmo, esta estaria comprometida. Tal opini?foi de certa forma tamb?esposada por H?o Jaguaribe, consagrado intelectual brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras, em recente palestra proferida no Clube da Aeron?ica. Para ele, manter o ?io em um “jardim antropol?o”, como se refere ?reservas ind?nas, com o intuito de preservar a sua cultura, ?ma fal?a. H?o Jaguaribe defende, isto sim, que o processo de integra? do ?io ?ociedade brasileira, por op? volunt?a, seja realizado de forma a n?transform?o em um cidad?de segunda classe. Da? import?ia de educ?o no sentido de torn?o apto a enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Pesquisas cientificamente fundamentadas por interm?o de testes de DNA, aplicadas recentemente de acordo com padr?estat?icos que cobrem o universo do povo brasileiro, acusaram que noventa por cento da popula? de apar?ia branca, assim classificada, tem sangue ?io ou negro. Significa que se f?mos racialmente classificados por nossa origem ?ica, como em outros pa?s, ser?os quase todos mesti?, uma vez que tamb?grandes contingentes de ?ios e de negros, assim considerados, s?na realidade caboclos, cafuzos e mulatos. Por que ent?usar a etnia como instrumento de desagrega? social? A quem interessa? As pol?cas ?icas (indigenista, quilombola, cotas universit?as para negros), hoje vigentes no Pa? fragilizam a coes?social da na? brasileira. H?uem as considere sucessoras das pol?cas, que, ao tempo da Guerra Fria, formuladas por governos considerados de esquerda, incitavam a luta de classes. Tais pol?cas manifestam profunda servid?aos interesses de pa?s hegem?os, que, a pretexto de defenderem causas nobres e justas, tais como a prote? do meio ambiente, das minorias ?icas, dos direitos humanos, na realidade, pretendem se apropriar dos recursos naturais de pa?s que os possuem em abund?ia como o Brasil. Pol?cas que t?sido postas em pr?ca muitas vezes de forma monocr?ca, por meio de portarias ou de decretos, culminando por demarca?s de extensas reservas ind?nas superpostas ?aixa de fronteiras. Isto feito para n?se exporem ?precia?, ao debate e ?prova? ou rejei? por plen?os de maior amplitude e import?ia como os do Congresso Nacional. S?pol?cas segregacionistas que t?sido postas em pr?ca desvalorizando por completo os seus reflexos na soberania nacional, na coes?social e na integridade territorial de nosso Pa? Pol?cas que valorizam isto sim a atua? de organiza?s n?governamentais, mesmo daquelas que agindo perniciosamente a servi?de pot?ias hegem?as continuam a gozar de toda sorte de favores governamentais para executarem as suas a?s de natureza predat? em nosso territ?. Penso, ao curso destas reflex? que o General Heleno, muito digno e admirado chefe militar, foi muito condescendente ao classificar a pol?ca indigenista praticada em nosso Pa? como meramente de ca?a. Muito antes do General Heleno, Orlando Villas Boas, sertanista indicado em duas oportunidades para ser agraciado com o Pr?o Nobel da Paz, em entrevista concedida a imprensa audiovisual, j?dvertia o povo brasileiro quanto aos riscos decorrentes da demarca? da Reserva Ianom?, riqu?ima prov?ia mineral, para a soberania nacional. Julgo oportuno relembrar o eminente Jornalista Barbosa Lima Sobrinho quando afirmava que: “No Brasil s?istem dois partidos: o de Tiradentes e o de Silv?o dos Reis. Eu perten?ao primeiro”. Tal assertiva substitui a tradicional divis?pol?co-ideol?a entre esquerda e direita por outra que posiciona, de um lado, agentes da desagrega? ?ica e social, facilitadora de interven?s neocolonialistas, e, de outro, patriotas permanentemente vigilantes com rela? ?tentativas espoliadoras do nosso patrim? f?co e cultural. Onde est?e quem s?os que militam no partido de Silv?o, sabemos todos! Ora travestidos em defensores do meio ambiente, das minorias ?icas, dos direitos humanos, ora arautos da incapacidade de o povo brasileiro gerir o seu pr?o destino, h?uito que j?evelaram publicamente os seus nefandos prop?os internacionalistas. * Cel Art (AMAN 57) Artigo publicado na Revista Aeron?ica Nº 266 pg 16.