Silvio Lopes
Desde a criação do mundo, temos de certo modo conceitos claros do que sejam (e representem), a luz e as trevas. Tivemos períodos considerados de vigência da luz, como o próprio movimento iluminista do século XVIII, tido como o" século das luzes", e o vasto período da Idade Média (século IV ao XV) taxado como, "século das trevas", de ruínas e flagelos. Nem um, nem outro, seguramente, ou só produziram luz, ou unicamente trevas.
O mundo hoje, se bem observarmos, flerta muito mais com o conceito de trevas que de luz. O Brasil, então, parece mais próximo de se casar definitivamente com o mal (as trevas) ao tempo em que se divorcia espantosa e rapidamente do bem (as luzes).
Vejam que o texto do profeta Isaias (5;20), escrito há milênios, parece ter-se inspirado no que seria Brasil de hoje, tal a disposição de nos entregar, avida e ingenuamente, ao mergulho numa nova era de trevas. Profetizou ele: " Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem de mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo..." Ai dos que justificam ao ímpio por suborno, e aos justos negam a justiça".
Não é o que hoje, cristalinamente, vemos acontecer na sociedade brasileira? O certo é decretado errado, o errado, transformado em certo. E ai dos que se atrevam a contestar os "donos da verdade" – serão, impiedosa e cruelmente, lançados na fornalha dos "traidores da única ideologia que, para esses doentes mentais irremediáveis, é capaz de render(?) a desolação e a desgraça do ser humano em sua desventura na terra e lhe reservar o "nirvana" (como no budismo) para desfrute agora mesmo, e aqui.
Que desfaçatez! Quanta hipocrisia e cinismo dessa plêiade de criminosos confessos que sequer coram o rosto quando se dispõe a defender tais e tão sórdidos disparates. Apesar de tudo, e dos brasileiros que tanto ontem como hoje, sequer desconfiam do tamanho da desgraça que decretaram para a nação na eleição passada, vamos resistir. O bem acabará vencendo. É, quem sabe, a chance final que temos de evitar a tragédia que significará deixarmos as trevas prosperarem.
* O autor, Silvio Lopes, é jornalista e economista.
Alex Pipkin, PhD
A que ponto de alerta - VERMELHO - se chegou em terras verde-amarelas.
O ex-presidiário, em suas costumeiras e burlescas bravatas, afirma que os jovens não podem ser presos por “roubarem um celular”, apenas um celular…
Outro quadrilheiro petista, André Sanchez, disse ontem que “roubar é um direto”. Você não compreendeu errado, esse cidadão afirmou exatamente isso!
Não se trata da externalização de ojeriza e de ódio por esses sujeitos, trata-se sim de um comportamento pensante e lógico sobre essas falas populistas, coletivistas e destruidoras.
Onde nós estamos, para onde vamos?
Qualquer indivíduo racional sabe que os incentivos importam.
O prêmio Nobel em economia, Gary Becker, faz tempo, já demonstrou que o comportamento criminoso é motivado e/ou inibido pelos incentivos.
Assim, antes de agir no crime, o bandido avalia os eventuais ganhos e os custos implicados em sua ação.
Como por aqui não há leis, imperando a impunidade, aliado aos motivadores discursos palacianos, todo mundo sabe que o crime compensa!
Esse país, portanto, tende a ficar cada vez mais inseguro e criminoso. Simples assim.
Um presidente ex-presidário, e seus comparsas, induzindo ao crime. Escárnio.
O que se está operando com a mente das pessoas, em especial, dos moços, das moças e de assemelhados tupiniquins?
A mentalidade arrasa-quarteirão da turma petista, ao invés de realmente agir para melhorar a condição de vida dos mais necessitados, destila seus sentimentos reais de ódio, de inveja e de rancor por àqueles que empreendem, correm riscos, empregam, e geram maiores laços associativos e de solidariedade voluntários entre pessoas.
Essa mentalidade petista tacanha, invejosa, repleta de ódio e de rancor, enaltece as vicissitudes da pobreza, contrariamente às virtudes daqueles que se esforçam e que produzem para si e para os outros.
Como esse país pode dar certo, estimulando o ato de roubar e outros vícios do fracasso, ao invés das virtudes do sucesso?
Me tira o tubo! Não dá mais!
Já me tiraram todos, ou quem sabe, já roubaram todos os tubos existentes.
Valterlucio Bessa Campelo
Está em plena evolução na última década, a partir dos EUA (sempre de lá), uma perspectiva que responde pela gíria Woke, que surgiu como sinônimo de “consciente”. Inicialmente aplicada à questão racial e à homofobia. O “Wokismo” como muitos o denominam, avançou para engolir “o politicamente correto” e se estabelecer como nova expressão de uma geração que se pretende justa, fraterna e igualitária (aonde já vimos isso?) com a superação de conceitos de certo e errado, de bom e mau, de pátria, de família, de religião, de propriedade etc.
Se o “politicamente correto” já enchia o saco de qualquer um com seu olhar inquisitório sobre cada palavra dita ou comportamento observado, firmando normas para a comunicação, o Wokismo se aprofunda como campo de luta ideológica contra o racismo, homofobia, machismo, ambientalismo, veganismo e todas as formas de discriminação reais ou imaginárias. No fundo se pretende instaurar como movimento de uma geração pós-2000 que luta pela justiça social e igualdade, a chave semântica que abre todas as mentes incautas, especialmente da juventude da facul. A diferença marcante é que, enquanto o primeiro era algo mais cosmético, que transitava entre a conveniência ou não de determinados termos ou comportamentos em certas condições, o Wokismo quer mesmo se estabelecer como movimento social protagonista do século XXI, colorindo e atualizando o velho socialismo.
Entre os planos que presidem o Wokismo está o de revolução moral e de costumes, abraçando todas as causas do presente e futuro condizentes com uma visão de mundo igualitária e progressista ao seu modo. A geração Woke, segundo seus acólitos, quer estabelecer uma espécie de novo guia da humanidade, fixando caminhos para os quais arrastam a todos. E há quem ceda facilmente à nova “religião”, sem freios lógicos, sem reflexão, sem personalidade, apenas seguindo uma onda que parece moderna, atual, como fez a loirinha no voo que virou meme em que estava o Deputado. Falou sozinha contra 200 passageiros. Entre os políticos aderentes, há o medo de não ser aceito, especialmente em temas sociais.
Essa introdução é para colocar em discussão o recente discurso do deputado federal, o jovem Nikolas Ferreira, mineiro campeão de votos que, em plena tribuna discursou em defesa das mulheres, no dia da mulher, usando, entretanto, para chamar a atenção, uma peruca loira emoldurando uma caricatura da ideologia de gênero que também faz parte do Wokismo antes referido. O mundo lhe caiu sobre a cabeça, levando-o a defender-se da forma mais óbvia possível, mas, como se trata de um dos inúmeros calcanhares Wokes, há até quem lhe queira cassar o mandato (mais de 1,5 milhões de votos). A mais estridente, a deputada Tábata Amaral, gerada no laboratório político financiado por banqueiros tipo Jorge Lemann, Armínio Fraga, Candido Bracher e uma penca de grandes empresários, quer a sua cabeça na comissão de ética. O motivo alegado é uma falsa “transfobia”, o real é político.
O ponto do Deputado Nikolas Ferreira é o seguinte: como pode comemorar e se dizer em defesa da mulher, quem advoga o direito de que um ser biologicamente nascido homem, crescido como tal, formado fisicamente como tal, possa, por decisão pessoal, se dar como mulher e, a partir daí, passar a frequentar livremente competições contra mulheres biológicas. Refere-se ele a competições em que o resultado é decorrente da força física, esta determinada, logicamente por diferenças hormonais e fisiológicas. Em síntese: os homens transformados em mulheres (mulheres trans), estão tomando das mulheres, na cara dura, os lugares no pódio em seus esportes e, com eles, patrocínios, publicidade, grana. Simples, obvio, ululante.
Sobre isso, ninguém melhor que Ana Paula Henkel , ex-campeã brasileira de vôlei expõe os motivos pelos quais essa parte do Wokismo é uma fraude evidente. É claro que nessas horas surgem “especialistas” de bancada para defenderem cinicamente que se trata de política inclusiva. É mesmo? Por que será que enquanto competia entre homens, William Thomas em sua melhor performance ficou em 18º lugar em uma universidade americana e, depois do tratamento hormonal através do qual se afirmou a mulher Lia Thomas, também na foto acima, virou recordista entre mulheres, mas o contrário (homem trans recordista) nunca acontece? Inclusão pela exclusão de semelhantes? Existem dezenas de casos, nas lutas, por exemplo, em que mulheres biológicas são literalmente surradas por ex-homens, digo, mulheres trans. Abaixo, fotos de Alana McLauglin, que antes pertencia às Forças Especiais do Exército Americano, mas achou melhor assumir a mulher que vivia nele, tomar hormônios, pintar o cabelo de roxo, raspar a barba, espancar outras mulheres e ganhar lutas seguidas.
Aproveito para dizer que em minha opinião pessoal, o sujeito adulto pode fazer do seu corpo o que quiser, ter a profissão que quiser, olhar no espelho e ver o que quiser, olhar pra dentro de si mesmo e ver o que quiser, agir como quiser, se divertir no parquinho que quiser. Quem acompanha esta coluna sabe quanto defendo a liberdade. Simplesmente não é da minha conta e seria intrusão ilegítima se, por acaso, me metesse a julgar quem quer que seja.
No fundo, não é de uma transfobia fantasiosa que estão acusando o jovem Deputado. Elas sabem. Na esteira do Wokismo de Tábata Amaral, que além do mais vê no Nikolas Ferreira um fenômeno político adversário a ser derrubado para que se viabilize seu projeto político, o que estão tentando defender é que a fluidez de gênero deva ser aceita nos esportes sem possibilidade de contestação, desprezando a biologia e adequando os campeonatos com restrições e regulamentos de dosagens hormonais, escala e tempo até que o errado caiba no certo. Wokes utilizam-se da elasticidade de conceitos para igualar desiguais. Um estudo científico publicado na Revista Mineira de Educação Física, (Universidade Federal de Viçosa) já no resumo declara em 2015 que:
“As diferenças relativas ao sexo no desempenho físico são explicadas, principalmente, pelas diferenças nas características fisiológicas e morfofuncionais de homens e mulheres. As respostas neuromusculares, metabólicas e morfológicas entre homens e mulheres refletem a ação de hormônios característicos. Um aspecto relacionado ao esforço físico em que são notadas diferenças entre os sexos diz respeito à instalação do quadro de fadiga. Estudos têm demonstrado que a fadiga da musculatura periférica em função do exercício é maior nas mulheres do que nos homens, o que resulta em menor rendimento delas em tarefas físicas. Em relação à força muscular absoluta, a da mulher média é 63,5% da força do homem. A força muscular da parte superior do corpo das mulheres é de 55,8% da força dos homens enquanto a da parte inferior é de 71,9%. Já em relação à capacidade aeróbia, a diferença em valores absolutos no consumo máximo de oxigênio é de aproximadamente 30%. Resultados relativos à capacidade anaeróbica e potência anaeróbica apresentam os mesmos resultados que nos correspondentes aeróbicos. Como conclusão, fica clara a desvantagem do sexo feminino em relação ao masculino para todas as valências físicas, com exceção da flexibilidade.”
Aqui também se pode ver conclusões semelhantes. Não parece simples, evidente? Para o leitor sim, mas não para o Wokismo tirânico e suas caronas que insistem em dobrar a ciência ao ponto de homem ser fisicamente mulher e vice-versa, sem mais nem menos. Felizmente, creio, essa tolice contra o deputado dará alguns holofotes, mas não avançará, afinal ainda há um mínimo de liberdade de expressão na Câmara dos Deputados. No máximo, servirá de teste para sabermos que o Wokismo já se encrusta no parlamento, seja por militância consciente e objetiva (deputada Tábata Amaral), seja por conveniência, e que precisamos conhecer a verdade dos fatos antes de sair macaqueando celebridades. Sugiro ao leitor que não se deu conta da obviedade do contrassenso, dar uma vista nos sites, pesquisas e estudos que tratam do tema, se for mulher a ler este breve texto, saiba que há um movimento crescente contrário a essa injustiça, ou seja, o Wokismo não está sozinho no ringue, embora tenha alguns torcedores na plateia.
Gilberto Simões Pires
GERAÇÃO BABY BOOMERS
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, quando os combatentes retornaram às suas casas e passaram a construir e/ou reconstruir suas famílias, houve um expressivo aumento de natalidade. Assim, os nascidos entre 1945 e 1964 passaram a integrar a conhecida geração -BABY BOOMERS-. Quando jovens, os BABY BOOMERS se caracterizavam, basicamente, pela valorização profissional (carreira estável por décadas até a aposentadoria) e pela notável preocupação em construir um patrimônio.
GERAÇÃO X
Para essa geração, segundo estudos da plataforma -Human Analytics do site MindMiners-, o TEMPO DE EXPERÊNCIA era mais valorizado do que a CRIATIVIDADE e a INOVAÇÃO. Isso se deve principalmente ao fato de que, naquela época, a concorrência no mercado de trabalho não era tão acirrada. Já os nascidos entre 1965 e 1984, que cresceram no período de -Guerra Fria-, que se caracterizaram por experimentar os avanços tecnológicos, foram classificados como pertencentes da -GERAÇÃO X-. No campo profissional, esses indivíduos, dotados de perfil mais conservador, valorizam a independência e individualidade sem perder características importantes da convivência em grupo.
GERAÇÃO Y
Já os que nasceram entre 1985 e 1999 passaram a compor a -GERAÇÃO Y-, também conhecidos como MILLENIALS. Quando comparada com a Geração X e a dos BABY BOOMERS os Millennials são menos presos a organizações religiosas e políticas, e em geral costumam ter visões mais liberais quando se trata de questões políticas e sociais. Mais: são os usuários mais frequentes e dependentes da internet, das redes sociais, e da tecnologia mobile. Além disso, abraçam causas sociais e esperam das empresas mais responsabilidade em relação à questões ambientais. Eles têm mais tempo, mais acesso ao conhecimento e menos dinheiro, o que leva a essa mudança de valores na hora de consumir: o status deixa de ser financeiro e passa a ser ideológico.
Segundo uma pesquisa realizada pela Mind Miners, 33% dos Millennials que se consideram satisfeitos com o atual trabalho admitiram a possibilidade de mudar de emprego com menos de dois anos. Além disso, o salário é o principal aspecto considerado na hora de escolher por um emprego, tanto para a GERAÇÃO X (61%) como para a GERAÇÃO Y (65%).
GERAÇÃO Z
Se os MILLENIALS cresceram em meio a transformação digital, a GERAÇÃO Z (também chamada de CENTENIAL) já nasceu (a partir do ano 2000) nesse mundo conectado pelas tecnologias digitais.
De atenção dispersa, os Centennials costumam ser multitarefas, independentes e exigentes com o que consomem e com as funções que desempenham nas empresas, apesar de estarem chegando agora ao mercado de trabalho. Acredita-se que os cargos que a geração Z vai ocupar ainda nem foram criados. Mais: além de mostrar certa dificuldade em socializar fora do ambiente virtual, a grande característica da GERAÇÃO Z é o imediatismo, ou seja, querem tudo pra ontem.
GERAÇÃO ALFA
Já os nascidos a partir de 2010, embora ainda não tenham idade para terem um cargo dentro das empresas, perfazem a -GERAÇÃO ALFA-, que se caracterizam por serem ainda mais imersos na tecnologia. Para essas crianças, é bastante comum até ouvir “ele nem sabe ler, mas sabe chegar no YouTube no meu celular”. Embora não atuem dentro das organizações, é importante estar ciente que essa FUTURA GERAÇÃO está ainda mais focada em flexibilidade, autonomia e com um grande potencial para buscar saídas para problemas de forma colaborativa.
GERAÇÃO PERDIDA
Vale registrar que antes da GERAÇÃO -BABY BOOMERS- os nascidos entre 1928 e 1945 formaram a -GERAÇÃO SILENCIOSA-. Filhos da CRISE ECONÔMICA de 1929 e da SEGUNDA GUERRA, o termo -SILENCIOSO- se refere ao comportamento CONFORMISTA DAQUELA GERAÇÃO, sempre preocupada com o bem-estar da sociedade.
Para finalizar, os nascidos no nosso Brasil de hoje, -INUNDADO POR COMUNISMO POR TODOS OS LADOS- tem tudo e mais um tanto para serem classificados como integrantes da -GERAÇÃO PERDIDA- ou sufocada pela -FALTA DA LIBERDADE-.
Alex Pipkin, PhD
Não sou homofóbico nem me correspondem quaisquer outros adjetivos empregados para desqualificar todos aqueles que pensam distintamente de membros politiqueiros de grupos que compõem a sigla LGBTQIA+, e outras letrinhas.
Onde chegamos! Hoje é preciso afirmar essas coisas…
Tenho amigos e conhecidos gays, visto que para mim o que importa é o caráter da pessoa.
Verdadeiramente não existe gênero, existe sexo, que biologicamente só pode ser masculino ou feminino.
O que os componentes dessas tribos identitárias fazem entre quatro paredes, eu não tenho nada a ver com isso! Aliás, como esses se comportam, não é problema meu.
O que tenho notado mesmo, é uma peleia forte entre mulheres, trans e gays, situação que creio eu, não poderia se dar de forma distinta.
No entanto, o que estamos presenciando a olhos nus, é a tentativa de promoção, e de maneira ainda mais nefasta, a imposição dos valores dessa minoria identitária a toda sociedade.
Eu respeito às escolhas individuais das pessoas, mas isso não quer dizer que eu concorde com a pressão e a influência de interesseiros, no sentido de acabar com a hegemonia dos valores civilizacionais judaico-cristãos, a fim de impor uma outra hegemonia baseada na ideologia de gênero.
Aparenta que essa minoria tem um lobby gigantesco para desbancar aqueles que agora são considerados discrepantes.
Nem me fingindo de idiota e de ignorante, posso eu concordar, por exemplo, com mulheres trans competindo contra “frágeis” mulheres nas mais diversas atividades esportivas? Escárnio.
Desnecessário aprofundamentos, é singelo observar o aspecto físico, a trivial questão biológica.
Entretanto, para os “guerreiros sociais” da igualdade, aqui não há tipo algum de anomalia. Porém, por óbvio, igualdade significa ausência de diferença.
O Brasil necessitando de crescimento econômico e social, de geração de maiores e de melhores oportunidades para todos, e o foco tupiniquim - quase sempre na contramão - se centra nessa construção social politizada da ideologia de gênero.
O que se está fazendo com à cabeça - e os corpos - de crianças, além do que se pretende executar, é absolutamente destruidor.
Respeito pelo que o outro quer ser, sim; manipulação irresponsável da infância, evidentemente não.
Para muitos o que parece ser um caminho “progressista”, a continuar o esforço e a manipulação exercida, irá factualmente nos conduzir a vanguarda do atraso e do retrocesso.
Ney Lopes
Absolutamente inexplicável a posição do Brasil em não condenar abertamente o atual regime despótico de Daniel Ortega, na Nicarágua.
A realidade internacional mostra a Nicarágua como uma ditadura sangrenta.
Daniel Ortega foi líder do movimento sandinista, que lutou contra a ditadura Somoza, e se tornou um ditador igual aos que combatia.
No fim das contas, no DNA do Daniel Ortega há um stalinista.
Ele quer imitar o que Fidel Castro representou em Cuba, no sentido de uma liderança individualizada, personalista.
Daniel Ortega voltou ao poder em 2007, após ter presidido o país pela primeira vez entre 1985 e 1990.
No ano passado, ele conquistou seu quinto mandato e o quarto consecutivo.
Ele era um conhecido guerrilheiro, preso repetidas vezes por crimes que incluem um assalto à mão armada a uma filial de um banco norte-americano em solo nicaraguense.
Absolutamente estranho que, em tais circunstancias, o Brasil não assinou a declaração na ONU com acusações ao governo da Nicarágua, que foi subscrita por 55 países.
Observe-se que o texto tem como signatários governos de esquerda como Chile, Colômbia, Peru, Paraguai e Equador. Mas o Brasil negou-se a condenar.
O regime Ortega se caracteriza por avançar contra os católicos
O bispo dom Rolando Álvarez segue preso.
O regime considera o prelado de 55 anos como uma das principais figuras da Igreja Católica a serem silenciadas, já que dom Rolando foi um dos mais enfáticos críticos dos atos ditatoriais de Daniel Ortega.
Dois sacerdotes foram presos em Madriz e Nueva Segovia por terem mencionado ou orado pelo bispo durante suas celebrações de domingo.
Recentemente, foram proibidas as procissões e a Via Sacra ao ar livre em todo o país, sem exceção sequer para a Sexta-Feira Santa.
Repetem-se ações violentas contra o clero, que Somoza considerava “uma máfia”.
O núncio apostólico dom Waldemar Stanislaw Sommeretag foi expulso do país, em março de 2022.
Várias emissoras católicas de rádio foram fechadas ao longo dos últimos meses.
O governo ditatorial determinou o fechamento de duas universidades católicas, da Fundação Mariana de Luta contra o Câncer (Fumalccan) e até mesmo da Cáritas, que é um mundialmente respeitado braço católico de ação social e caridade cristã.
Neste contexto de cerceamento da liberdade e tirania, realmente não se justifica a posição do governo brasileiro de manter-se distante, a pretexto de desejar ser um mediador.
Até porque, um mediador omisso e amigo da ditadura não conseguiria a paz desejada.
Ademais, o presidente Lula já se mostrou amigo íntimo de Somoza, quando declarou no passado: “Por que Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder e Daniel Ortega não? Por que Felipe González pode ficar 14 anos no poder? Qual a lógica? ”
A ONU vai ainda manifestar-se oficialmente.
Aguardemos a posição final brasileira.
* Ney Lopes – jornalista, advogado, ex-deputado federal; ex-presidente do Parlamento Latino Americano (PARLATINO); e- Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara; procurador federal; professor de Direito Constitucional da UFRN – nl@neylopes.com.br – blogdoneylopes.com.br
** Publicado originamente no Diário do Poder.