• Percival Puggina
  • 04/10/2022
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As vitórias dos conservadores dia 2 reelegerão o presidente dia 30

 

Percival Puggina

         Passado o estresse da contagem dos votos, quando o início apontava para uma vantagem do presidente e, pouco depois, uma inversão de posições fazendo lembrar 2014, eu não tenho dúvidas de que o PT saiu derrotado e Bolsonaro foi o exitoso desta primeira etapa. Vi frustração nas expressões fisionômicas de apresentadores da Globo e da CNN em cujas reações andei dando uma olhada. Cheguei à mesma conclusão observando a ausência de comemorações petistas ao resultado das urnas. O PT não sentiu que venceu, nem que está à beira de uma vitória. Percebi preocupação em alguns semblantes togados.

Diferente do que apontavam as pesquisas, o resultado fez a bolsa de valores subir mais de 5% num único dia e a cotação do dólar despencar 4%, revelando que o verdadeiro mercado (não o dos banqueiros da av. Faria Lima) tem justificado receio de uma volta do bandido ao local do crime. É tudo muito racional, compreensível e aponta para um horizonte favorável.

Por outro lado – celebre-se! – o PT virou um partido do Nordeste brasileiro, como outrora foi o PFL. Nenhum partido vai longe se perder raízes nos centros econômicos e nos grandes centros urbanos de um país que se urbaniza. A situação atual não é o sonho de nenhum intelectual da USP, de nenhum “intelectual orgânico” ou inorgânico. De uma situação assim não vem hegemonia com perfume revolucionário capaz de agradar as hostes petistas.

Tem mais. Os partidos de esquerda encolheram! O PSDB sumiu da Câmara dos Deputados e apenas no Rio Grande do Sul disputa um governo estadual. Os ministros de Bolsonaro que buscaram vaga no Senado foram eleitos, o presidente fez 99 deputados federais em seu PL e a sociedade escolheu um Congresso com perfil amplamente conservador. O leque de alianças a ele acessível é muito superior ao de Lula. Os partidos de esquerda conseguiram apenas 138 deputados, enquanto a direita elegeu 273 (o dobro). Esse grupo se mobilizará em favor do presidente.

Onde buscar votos adicionais para vencer a eleição para buscar a vitória no 2º turno? Sobra trabalho. A abstenção alcançou 32 milhões de eleitores (21%)! Entre os que votaram nulo ou branco há outros 5,4 milhões de votos. A soma dos candidatos fora do segundo turno envolve mais 10 milhões de sufrágios a serem trabalhados nas próximas quatro semanas. Em síntese, há quase 50 milhões de eleitores a serem conquistados para alcançarmos uma confortável diferença sobre o ex-presidiário.

Essa tarefa começou anteontem. Ora et labora!

*       Modificado em 05/10/2022, às 15h25min.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


André Luís Rigon Carvalho -   07/10/2022 10:29:04

Duro é acreditar que toda essa "direita"estará fechada com Bolsonaro. Boa parte é fisiológica, e não adianta tapar o sol com a peneira: estatão com Lula, se esse for o eleito. Nesse ponto, quanta inocência (?), sr. Puggina. Não sou nada disso, mas como o senhor deve estar-se coçando para falar, antecipo o serviço: PETISTA, COMUNISTA, SOCIALISTA, GLOBALISTA, etc, sei, sei... O senhor já foi mais lúcido. Não publique, se não quiser: a poltroneria não me surpreenderia. Mas não é preciso que outros leiam: basta saber que O SENHOR leu.

Gerson -   06/10/2022 16:45:13

O Nordeste já está dando uma resposta positiva a Bolsonaro. A fotografia do momento mostra Lula na frente, mas é inegável que Bolsonaro cresceu no Nordeste em relação a 2018. E nossos irmãos nordestinos darão uma bela resposta ainda nesta eleição.

FABIO APARECIDO DOS REIS -   06/10/2022 16:32:42

a conta envolve as aliancas. qual a % q ira p Bolsonaro e p Lula ? ninguem sabe. Alianca nao significa voto. Temos q trabalhar e esperar o melhor. Bolsonaro reeleito.

Gabriel Rodrigues -   06/10/2022 16:18:11

Não acredito na vitória do Bolsonaro neste segundo turno . Há uma força , representada nas figuras da imprensa , meio artístico e STF , atuando contra o presidente , sequiosos pelos recursos governamentais , outrora abundantes . Ou seja , temos a batalha do Davi contra o Golias !

Luiz R. Vilela -   05/10/2022 11:11:12

Voto envergonhado, existe isso? Acho que não. A cidadania chega ao fundo do poço, quando o eleitor tem que tapar o nariz, porque o candidato em que vai votar, é um mau cheiroso. É o fim do mundo quando a imprensa sugere que o eleitor esqueça o mau cheiro, e vote no apodrecido. Perguntaria então o falecido ex governador mineiro Francelino Pereira, lá pelos anos setenta, que pais é este? Nunca teve resposta, porque não há o que dizer de um pais onde um político foi preso, condenado por incontáveis falcatruas, mas depois é retirado do cárcere e pode até voltar a ser presidente da república. Então vem a dúvida, quando um indivíduo é um corrupto já de nascença e um imoral nato, quando ele nomeia alguém para algum cargo, ele escolhe um ilibado? Ou prefere algum assemelhado a si? É uma dúvida atroz.

Jonas -   04/10/2022 19:09:16

Sempre gostei de seus textos, todavia, como pernambucano, fiquei triste com a referência a minha região como grotão, desinformado, lamentável!!! E aqui em Pernambuco o PSDB, está no 2° turno, com 2 mulheres encabeçando a chapa com chances reais de se eleger como primeira governadora do estado.

Cesar Mucio Silva -   04/10/2022 14:47:50

Mas estamos jogando sob as regras do inimigo - também conhecidas como urnas eletrônicas, contagem de votos e TSE: Eles precisaria do que mais? Deus proteja o Brasil e o nosso Presidente.

roberto lima de almeida neves -   04/10/2022 13:37:48

O extraordinário Puggina disse tudo em seu artigo. Mais uma vez parabéns. Vamos trabalhar para derrotar os inimigos.

Rangel lima -   04/10/2022 11:34:41

Perfeito! Moro no interior do Ceará em uma cidade com trinta e cinco mil eleitores. Bolsonaro obteve 8.776 votos. Nem tudo está perdido, vamos a luta.