• Percival Puggina
  • 31/08/2023
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Brava gente brasileira!

 

Percival Puggina

         Perdi a conta do número de vezes. Ao longo de décadas, foram muitos os 7 de Setembro aproveitados para produção de manifestos, discursos, eventos e nos quais estava ausente o verde e amarelo das bandeiras. Para uma parte da nação, a data era marcada pelo conhecido “Nada a comemorar!”. Era assim se a esquerda não estava no poder.

Sempre me opus a isso e continuo a me opor.  É a pátria ou é o poder? A data é nacional e patriótica, não é militar! É de cada um e de todos. Ninguém é dono do 7 de Setembro. A data é também muito minha e não abro mão. Não tenho o hábito de assistir desfiles ou ir às ruas nessa data, mas sempre uma bandeira no coração e outra na sacada.

Por isso, periodicamente, escrevi artigos buscando trazer luz para a toxidez daqueles sentimentos e mobilizações. Como compreender que o amor à Pátria, à Pátria Mãe, o deslumbrante chão onde pisa, vive, ama e labora a brava gente brasileira, dependa da sintonia de cada um com o grupo político instalado no Planalto Central? Que tem a ver uma coisa com a outra?

O amor filial não é assim. Não é saudável o sentimento daquele cujo amor à mãe depende da satisfação de seus desejos. Maus filhos esses para os quais o aniversário da mãe só é comemorável quando estão “de boa”! A Pátria, mãe, fala comigo no belo idioma que aprendi dos meus pais, me educa na herança cultural, me revelou a Fé que a anima e, onde vou, me apresenta meus irmãos, os brasileiros.

Sei que há um esquerdismo, infelizmente dominante entre nós, que não apenas vive dos conflitos que gera, mas para o qual o patriotismo é tiro no pé da revolução proletária internacional. O grito do Manifesto Comunista – “Proletários de todos os países, uni-vos!” – cruzou o século passado e continua a suscitar o interesse na derrubada de fronteiras. O vermelho da revolução não combina com as cores de outras bandeiras.

Aproveitemos este Sete de Setembro para refletir sobre o que certos conterrâneos estão a fazer com nossa gente. Eles não podem continuar transformando o Brasil numa casa de tolerância, desavergonhada como nunca se viu igual. Nela, o banditismo das ruas é justificado em sala de aula e nos livros de Direito. Nela, as bandalheiras deslavadas e sorridentes de uma elite rastaquera e debochada, que conta dinheiro e votos como se fosse a mesma coisa, não mais escandalizam a tantos. Nela, impõe-se uma tirania, a Constituição é derrotada no aggiornamento de suas leituras, a liberdade de expressão é reprimida e a repressão festejada em ruidosas manifestações acadêmicas.

Dedicam-se, há bom tempo, à tarefa de corromper o próprio povo porque são milhões e milhões que já não se repugnam, que já não reclamam, que sequer silenciam, mas aplaudem, mas agradecem, mas reverenciam e se declaram devotos.

Não é apenas na vilania das práticas políticas que a nação vai sendo abusada e corrompida. Também no ataque frontal às mentes infantis (!), nos costumes e no desprezo à ética, à verdade e aos valores perenes, sem esquecer o trabalho dos catadores do lixo histórico dedicados a despejar seus monturos nas salas de aula, suscitando maus sentimentos aos pequenos brasileiros. Também nas novelas, na cultura, nas artes. Nas aspirações individuais e nas perspectivas de vida. Incitaram o conflito racial numa nação mestiça desde os primórdios. À medida que Deus vai sendo expulso, por interditos judiciais e galhofas sociais, instala-se, no Brasil, cheirando a enxofre, o tipo de soberano que se vê pela TV.

Na frente de minha casa, como nos versos de Castro Alves, a brisa do Brasil beija e balança o auriverde pendão da minha terra.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 


Diva Castoldi -   02/09/2023 13:31:15

Parabéns por mais esse alerta! Tbem compartilho com esse pensamento, nos calar nesse sete de setembro será vitória, p essa gente sem valores, que infelizmente nos governam.

roberto lima de almeida neves -   02/09/2023 11:41:51

Puggina marcando com brilhantismo os pensamentos de patriotas. Viva o Sete de Setembro e nossos valores.

Aristóteles Camargo Elesbão Júnior -   01/09/2023 19:06:19

Parabéns Prof. Percival, por mais este belíssimo Artigo. Brilhante como sempre. Um grande abraço deste seguidor atento.

Adeilton Bairral -   01/09/2023 17:39:39

Concordo com tudo o que o senhor escreveu. Porém, os desfiles são realizados pelas Forças Armadas, as mesmas que traíram as centenas de patriotas em frente ao Quartel General no Setor Militar Urbano, em Brasília. Cometeram um crime gravíssimo de PERFÍDIA e não aconteceu nada com o General que comandou aquela operação contra os patriotas que, outrora, admiravam e exaltavam as Forças Armadas. O governo que está no poder não é empecilho algum para comemorar o dia da Independência do Brasil, mas aplaudir os militares que traíram os patriotas é valorizar as instituições que não honraram com o compromisso precípuo que assumem diante do pavilhão nacional.

MARCO ANTONIO GEIB -   01/09/2023 11:14:35

Prezado Puggina, pensamos da mesma forma a respeito do 7 de Setembro, a Pátria somos todos os brasileiros, a única diferença, entre nós, é que sempre comemoramos a data. Ora participando de atividades ou desfiles, garbosos militares ou civis, exaltando os valores de nossa Independência. Mas neste ano não vamos sequer ver as festividades alusiva ao 7 de Setembro. Não vamos nos "juntar" a esta esquerdalha corrupta, vingativa liderada por um Desqualificado et caterva. No muro, de nossa residência, há anos, tremula em um mastro a Bandeira do Brasil, indicando que aqui mora um brasileiro patriota. Diante da situação que mostra a destruição de nosso País... nada temos a comemorar...!!! "INDEPENDÊNCIA ou MORTE" (frase de nosso hino nacional).

Leonco de Carvalho Bones -   01/09/2023 10:22:53

Excelente mais uma vez mestre! Concordo em tudo!! Não podemos deixar o comunismo e a quadrilha que tomou o poder fazer o que querem!! E o principal que querem e destruir a nossa Pátria e minar o nosso Patriotismo. Não podemos aceitar o "fique em casa". A Quadrilha do Governo e a do Exercito, não nos representam!!! Mais não podemos ficar inertes a nossa liberdade e Pátria!! Fora as quadrilhas e viva nossa Pátria!!

Roberto Santos Freitas -   01/09/2023 09:02:39

Concordo com o texto, como sempre, mas discordo de aplaudir esses demônios que estão no poder, e os militares que desonraram a farda, entregando brasileiros de bem aos seus algozes. Não há como dissociar uma coisa da outra, amo meu País, daria minha vida pela Pátria, mas não vou às ruas para isso ser usado como se aplaudisse isso quee aí está mó poder hoje

Enézio E. de Almeida Filho -   01/09/2023 08:20:31

Pela primeira vez discordo de sua posição. O nada a comemorar ficando em casa ou usando roupas de luto se for comemorar, tem muito a ver com a Pátria que foi estuprada na sua constituição e valores cívicos. Não é esta a Pátria pela qual lutei ao longo de minha vida. Esta Pátria foi vilipendiada pelos bandidos corruptos alçados novamente no Poder. Eu sou filho de militar que impediu o Brasil de se tornar uma ditadura comunista em 1964. Na ocasião eu estava do outro lado. A História de outros países comunistas me convenceram de que a ideologia por mim esposada era antropofágica e destruidora de nações. Por isso, eu não bato continência para bandidos corruptos e traidores da Pátria. Nada a comemorar, Percival!!!

Gerson Carvalho Novaes -   01/09/2023 07:56:11

Eu só queria entender que poder formidável é esse que tirou um bandido bêbado comunista da cadeia e o (re)elegeu presidente da república…

Menelau Santos -   01/09/2023 07:32:40

Prezado Professor, devo discordar um tantinho do Sr. Acredito que devemos sim aproveitar essa oportunidade para externar nossa indignação, até pelo motivo de amarmos a Pátria. Temos exemplos na história. Em 1974, a votação maciça no candidato Orestes Quércia contra o então candidato dos militares, Carvalho Pinto, foi um desses episódios. Na década de 90, quando convocados pelo Presidente Collor para sair de verde-amarelo, a população saiu de preto em sinal de reprovação à condução do poder executivo na época. Precisamos demonstrar nossa tristeza contra esse regime que teima se instalar em nosso país, ou nos recolhendo, ou através do luto simbólico.

Danubio Edon Franco -   31/08/2023 20:19:29

Perfeito. 7 de Setembro é uma data nacional que nada tem a ver com quem está no exercício do poder. É uma data do povo, da nação brasileira e não de um partido ou ideologia política. Temos que comemorar o significado da data; temos que vibrar e mostrar o amor a esta terra e, se possível, o futuro que lhe almejamos. Demonstremos civismo e nacionalismo com a bandeira verde e amarela, porque esta é a nossa bandeira, nenhuma outra.

sebastiao cunha -   31/08/2023 15:11:33

Excelente. Coincidente com o que penso e que pratico. Apoio. Aplaudo!!!

Manoel Luiz Candemil -   31/08/2023 13:08:01

O amor à Pátria não impõe aos cidadãos brasileiros aplaudir as Forças Armadas, que não atenderam à sua súplica, em desfile no dia 7 de setembro!