• Miriam Leitão
  • 22/02/2009
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CONDUTA POL?ICA - O Globo

O Brasil j?eve todo tipo de chefe da Casa Civil. T?ico, intrometido, articulador, discreto, conspirador, totalit?o. Desta vez temos um novo tipo: candidato. O presidente Lula diz que a inaugura? de obras pela ministra Dilma Rousseff faz parte das fun?s de chefe da Casa Civil. N?faz. Gerente n?inaugura, n?sobe em palanque, n?discursa: administra. Ela quer inaugurar obra inconclusa, cada etapa de cada projeto e at?edra fundamental; porque ?andidata. N?fosse, faria visitas aos canteiros de obras para acompanhar, verificar, como gerente. Como ?andidata, em qualquer visita ?rmado um palanque e convocada uma claque. Isso ?ampanha pol?ca. A intelig?ia alheia n?deve ser agredida com tentativas de se provar o contr?o. ?leg?ma a aspira? da ministra Dilma Rousseff de concorrer ?resid?ia. Aqui neste espa? escrevi, desde que ela foi nomeada, que a ministra n?era um quadro t?ico. Ela sempre foi uma militante e tem se esfor?o para adquirir compet?ias administrativas. Sua aspira? agora ?al?de leg?ma, previs?l, j?ue outros potenciais concorrentes se enfraqueceram. O que n??orreto ?sar a m?ina p?ca para fazer campanha, dizendo que est?m fun? governamental. A reuni?dos prefeitos foi eleitoreira, seja o que for que o governo diga em contr?o. Gastou-se dinheiro p?co, sete vezes mais do que o admitido, para reunir os poss?is cabos eleitorais de 2010. Na Europa, houve uma reuni?de 700 prefeitos e saiu um acordo de ades?ao protocolo 20-20-20 da Uni?Europeia: 20% de redu? de emiss?de carbono, 20% de energia alternativa e 20% de efici?ia energ?ca at?020. Eles perseguir?essas metas em seus munic?os. Nos Estados Unidos, houve uma reuni?de prefeitos que tamb?terminou com consenso de estudar a ado? do modelo clim?co europeu. Da nossa reuni? os prefeitos sa?m com fotos tiradas com bonecos do presidente Lula e da ministra Dilma e d?das previdenci?as roladas. Eles ouviram muitos discursos, viram o presidente divulgar um dado errado sobre o analfabetismo de um estado administrado por um concorrente pol?co e assistiram aos ensaios eleitorais de Dilma Rousseff. Em 2009 n?haver?lei?, mas h?ma perigosa crise global para ser enfrentada. Os administradores p?cos devem, com seriedade, cuidar da crise econ?a para revert?a. Ningu?ganha com a crise: n?? fracasso de um pensamento econ?o advers?o, como pensa a ministra Dilma. Seja o que for que aconte? j?orreu a ideia de que o estado deva controlar os meios de produ?. N?deu certo, n?funcionou. Que o diga a China, que continua querendo que o Brasil conclua o reconhecimento de que ela ?ma economia de mercado. O PSDB fala em pr?as. ?imo. Esse ?m bom h?to pol?co, como acabamos de ver nos EUA. Fortalece os partidos e divulga as ideias dos pr?andidatos quando ?ma prim?a bem feita. Quando s?oficializadas, funcionam melhor. ?preciso definir as regras e fazer uma prim?a formal. Para isso, o TSE teria que permitir prim?as abertas, em vez da jurisprud?ia de pr?as fechadas que d?todo o poder ?conven?s. O presidente Lula estranhou que o governador Jos?erra v?iajar sem ter obra para inaugurar. Mostra que acredita que a obra ? ?bi perfeito. O PSDB tem que oficializar sua consulta ?bases. N?procurar pretexto, como o governo faz. A maneira como a ministra Dilma foi escolhida pr?andidata do PT lembra o modelo pol?co do deda?que vigorava no M?co na ?ca do PRI. At??aiu em desuso. O deda?era o costume de o presidente anunciar que candidato o partido teria. O PT nunca fez uma pr?a como a que vimos entre Hillary Clinton e Barack Obama. A disputa entre Lula e o suposto pr?andidato Eduardo Suplicy foi para ingl?ver. O candidato sempre foi Lula em todas as elei?s do PT porque ele era o ?o nome que unia o partido. Isso n??ransfer?l. Em vez de trabalhar para que sua candidata suba nas pesquisas e vire fato consumado, o presidente deveria querer a escolha democr?ca que fortalecesse o petismo. O contr?o s?rtalece o lulismo, que n??m partido, ?ovimento personalista. A vantagem das prim?as seria treinar Dilma Rousseff no palanque, na disputa pelo eleitor, nas press?dos debates. Ela nunca viveu situa?s de disputa pol?ca. Essa habilidade n?se adquire em cirurgia. O PSDB vive sempre sob a suposta divis?dos grupos pr?anti-Serra. As pr?as ajudariam a acabar com o mito ou oficializ?o. Os governadores Jos?erra e A?o Neves t? tamb? a ambi? leg?ma de disputar a Presid?ia. O partido tem um pat?co hist?o de decis?tomadas entre quatro paredes ou nos quatro lugares de uma mesa de restaurante. O desafio para todos ser?eparar o que ??ina p?ca e o que ?isputa partid?a interna. O Brasil j?ndou demais no desvio, tem sido muito tolerante com irregularidades. ?hora de um manual de conduta, respeitado por todos os poss?is contendores desta primeira fase da disputa presidencial de 2010.