• Percival Puggina
  • 31/08/2025
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Conversando com estudantes de direita

 

Percival Puggina

         Recebi e-mail de uma estudante que ingressou recentemente em universidade federal. Desejava adquirir um livro de minha autoria e explicava o motivo: precisava munir-se de conhecimentos e argumentos para enfrentar todos os professores e mais de quatro dezenas de colegas. Somente ela e um rapaz não eram de esquerda e já sofriam o fenômeno conhecido como “cancelamento”. Na sequência, relatou uma série de fatos observados que mostram a atividade acadêmica transformada em artilharia pesada da guerra cultural, usada como arma para militância política à custa da sociedade, com o cancelamento funcionando como necessária forma de censura. Infelizmente, a universalidade da universidade ou é de extrema esquerda ou é de extrema esquerda.

Disse à minha leitora que eu não ia lhe vender um exemplar do livro que pretendia. Iria enviar-lhe de presente dois exemplares para que ela presenteasse seu colega “dissidente” com o outro. Aconselhei-a, também, a adquirir os dois exemplares do recente lançamento da editora Avis Rara com título “Thomas Sowel Essencial” – estes sim, pela pluralidade de temas, livros essenciais para a situação em que ambos se encontravam.

No silêncio do meu pequeno gabinete fiquei pensando no significado daquela informação, tão coincidente com tantas outras: alunos egressos do ensino médio chegando à universidade nessas condições e lhes sendo oferecido, ali, em doses acadêmicas, muito mais do mesmo. O produto final só pode ser uma anencefalia com diploma, eleitora de Lula, descerebrado padrão, quebrando o país e o arrastando, sem autorização de ninguém, para as piores companhias disponíveis no mercado das tiranias.

A radical burrice acadêmica é mais nociva que o analfabetismo porque o analfabeto tem pequeno círculo de influência e sua natureza não foi violentada pela mentira sofisticada e pela ética de conveniência que domina a conduta dos radicais e seus “cancelamentos”. Em suas limitações, o analfabeto aprende da vida e esta costuma ensinar as regras básicas do viver, o bem e o mal, o certo e o errado, não por acaso as primeiras vítimas das oficinas de mentira e ilusão em que a esquerda vai transformando a cadeia produtiva da Educação em todo o Ocidente.

Dessas oficinas provêm, sem exceção, os controladores da opinião alheia, os inibidores da divergência, os fanáticos pela censura, os democratas do pensamento único, os economistas inimigos da austeridade fiscal, os historiadores de antolhos, os militantes do toco de giz e do toco de ideias, e claro, os tiranos só por um tempo...

Percival Puggina (80) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.