• Nivaldo Cordeiro
  • 05/12/2008
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CRISE DA ESTUPIDEZ - www.nivaldocordeiro.net

Entendo que a abordagem de autores como Vilfredo Pareto, Gaetano Mosca e Robert Michels ao estudar a forma? das elites se esgota no aspecto descritivo. Esses autores constataram a exist?ia de elites econ?as e pol?cas ao longo de hist? e o mais ?o, que n?h?omo existir um corpo social sem que uma elite dirigente seja constitu? por qualquer crit?o, leg?mo ou ileg?mo. Outra coisa ?ompreender a responsabilidade que as elites constitu?s carregam em si. Elas precisam legitimar-se, servir como representa? existencial das gentes, mas precisam tamb?conduzir os destinos do conjunto social. Para isso servem. Por isso a obra de Ortega y Gasset se torna muito importante para sublinhar que essa dita elite precisa ser egr?a, carregar os valores da tradi?, ter presente em si a consci?ia hist?a. Ser elite ?er responsabilidade diante de todos e de cada um e pressup?ssa diferencia? moral que faz do integrante da elite um ser humano distinto, capaz de tomar as melhores decis? Na mesma linha, a obra de Irving Babbit sublinha a necessidade vital para a ordem democr?ca da emerg?ia de lideran? ativas, conscientes de seu papel moral enquanto dirigentes. Seu livro DEMOCRACIA E LIDERAN? ?specialmente instigante por conter a mais s?a cr?ca ?ilosofia de Rousseau (cap?lo II) j?scrita, que na pr?ca demonstra a incompatibilidade de uma lideran?moral, comprometida de fato com os valores superiores, e a igualdade geral defendida pelo genebrino. Babbit ?tual?imo e precisa voltar a fazer parte dos curr?los universit?os, se ?ue algum dia o foi no Brasil. ?fundamental a id? de que o l?r precisa conduzir a sociedade e n?se deixar conduzir por ela. Basta olhar em nossa volta, com a elei? de Barack Obama e de Lula por aqui, para se perceber o abismo em que se encontra o mundo. N??ais o cachorro que balan?o rabo, ? rabo que balan?o cachorro. O bord?“Yes, we can” ?sse grito da multid?para o falso l?r, que n?tem o preparo adequado e nem a disposi? de impor ?massas as decis?necess?as para o bom governo da sociedade. E tenho que comentar de novo a obra de Voegelin, HITLER E OS ALEMÅS, porque nela o autor mostrou que o fen?o do nazismo pode ser lido como uma constata? do aviltamento da elite dirigente ao n?l das massas, isto ?a estupidifica? da elite. Voegelin vai mais longe, ao qualificar essa elite pervertida de “ral? sem tirar nem p??precisamente o que estamos a ver nos EUA (e entre n?amb? mas seria tema para outra reflex?. A crise econ?a que explodiu com a bolha do subprime ?xatamente o resultado do uso ileg?mo dos poderes do Estado para a satisfa? do imediatismo do apetite das massas. ?a omiss?das elites e at?ais: ? pervers?das elites. Os fatos: 1- a lei da escassez existe e n?pode ser extinta; 2- H?ma hierarquia social que ?eterminada fundamentalmente pelas habilidades e aptid?individuais. Procurar a equaliza? pr?ca de toda a gente ? grande e violenta ilus?socialista; 3- O monop? da emiss?da moeda dado a si pelo Estado imp? responsabilidade de ser o guardi?da moeda, apesar de tudo e de todas as press? A bolha imobili?a foi criada porque pol?cos e burocratas bem intencionados quiseram abolir a lei da escassez, quiseram impor arbitrariamente o acesso ao cr?to de forma artificial para quem n?deveria ter, praticaram uma frouxa e artificial pol?ca monet?a, que alimentou uma expans?econ?a imposs?l de ser mantida. A infla? nos EUA s?o aumentou muito porque eles s?(ainda) os emissores mundiais de moeda convers?l, houve grande aumento da produtividade ligado ?novas tecnologias de inform?ca e de telecomunica?s e a China entrou para valer no mercado mundial ofertando m?de obra barata. Esses fatores ben?cos, todavia, n?servir?mais de contrapeso ?rise que chegou. O sonho acabou, a realidade se imp?A isso ? que chamamos de crise. Sua origem est?a elite dirigente dos EUA, que violentou as leis econ?as e se recusou a conduzir as massas, passando a ser por elas conduzidos. Veja, caro leitor, essa promessa de Obama de universalizar o acesso ?a? ?imposs?l de ser honrada: servi? de sa?s?um bem econ?o caro e o Estado norte-americano, mesmo rico, n??ico o bastante para abolir sua escassez. Faz-me lembrar os socialistas que, anos atr? quiseram implantar a Tarifa Zero nos transportes coletivos de S?Paulo. N?passaram das inten?s porque ?ura maluquice. A conclus??ue est?o poder uma elite irrespons?l e est?a, que n?cumpre o seu papel e n?tem a estatura moral para ser condutora do Estado. Tem sido assim de h?uito, mas o singular do momento ?ue a concentra? de est?os no poder nunca foi t?grande. A elei? de Obama ?sse coroamento da estupidez, do hermetismo da alma, do sonho gn?co de recriar o homem dentro de um paradigma que nega a antropologia. A sucess?de “pacotes” para o resgate da crise mostra essa aus?ia dos egr?os: est?a praticar as maiores iniq?des com o dinheiro p?co e com a moeda, em nome de uma falsa ci?ia econ?a, que n?pode justificar atos est?os. A experi?ia nazista (e a comunista tamb? da mesma natureza, portadora da mesma estupidez criminosa de sua elite) redundou em um cataclismo mundial. Como o mundo idealizado n?se ajusta ao real, a falsa elite tenta mold?o ?or?e para isso s?sp?os instrumentos de Estado, que ?iol?ia concentrada. Temo pelo que vir?Se em Obama n?estiver a alma de um estadista, disposto a contrariar as massas e seus cabos eleitorais, como a fam?a Clinton, qualquer coisa pode acontecer.