• Percival Puggina
  • 18/07/2023
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Para que serve o sigilo da urna?

(Se for possível devassar redes sociais de milhões de seguidores de um candidato?)

 

Percival Puggina

         Tinha todo jeito de fake news a matéria em que tomei conhecimento de que a Procuradoria Geral da República solicitara ao ministro Alexandre de Moraes autorização para buscar nas plataformas das redes sociais dados dos seguidores do ex-presidente.

“Isso é coisa de alguém de direita querendo desprestigiar a instituição do Ministério Público Federal”, pensei comigo mesmo. Por qual motivo faria a PGR uma coisa dessas? Para saber se era fake news, fui aos sites das “checadoras” de notícias. Nada. Bem ao contrário do que eu esperava, toda a velha mídia estampava a mesma informação que eu recebera por uma rede social.

Na sequência, busquei o número de pessoas abrangidas nesse levantamento e encontrei que, somando Facebook, Instagram, Twitter, YouTube, TikTok e Linkedin chega-se à bagatela de 64 milhões de pessoas seguindo Bolsonaro. É toda a população de países como Itália e França. Uma loucura!

Dos 193 países reconhecidos pela ONU, apenas 22 têm população total superior a esse número. Como o Brasil tem 203 milhões de habitantes, contados e recontados, o número de seguidores de Bolsonaro buscados pela PGR representa 31% da população nacional. Ou seja, quase um em cada três cidadãos terão seus dados pessoais e posições políticas sendo manipulados sob os cuidados de Sua Excelência, magnífica e absoluta, o Estado.

Para que serve o sigilo da urna se, depois, há uma devassa nas posições políticas dos cidadãos?

Certas fake news são infinitamente menos danosas do que certas verdades. Será que o impacto político da informação passou pela cabeça de quem teve tal iniciativa? Como isso afetará a liberdade de opinião e expressão de tantos milhões de brasileiros? Que regime é esse que está sendo produzido à revelia da nação e do Congresso Nacional? São tênues as diferenças entre isso e um totalitarismo.

Eis mais um exemplo, dentre tantos que nos vem sendo proporcionados, de um Estado que à sociedade se impõe, sobrepõe, contrapõe e dela dispõe como coisa sua, em relação à qual deve proteger-se. “Obedeça, pague e não bufe!”. Dizem que o amor venceu. Com candura e num tom adocicado, proclamam sofrer “discurso de ódio” daqueles a quem até a simples expressão de indignação reprimem para que as sacrossantas instituições, que assim procedem, não sejam objeto de blasfêmias.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


José Rui Sandim Benites -   21/07/2023 11:29:04

O bem da verdade muitos seguidores do Bolsonaro, devem seguir em mais de uma plataforma digital. Mas mesmo, assim, 64 milhões de seguidores nas diversas plataformas digitais é um número impressionante. Qual outro política possui este número? Não vejo na midia tradicional, uma repercussão da aula que o Campos Neto, Presidente do Banco Central deu no Senado. Demonstrando, tecnicamente, o porquê dos juros altos no Brasil. E que a meta da inflação é decidida pelo COPOM. E a taxa SELIC é determina por 9 (nove) membros do BC. E o Presidente do BC é apenas um voto. E os juros altos não depende somente da SELIC. Nesta equação há várias incógnitas. Mas como pode explicar para aos privilégiados da República que querem o caos e, aos inocentes úteis e mídia militante. Quando a educação não representa uma prioridade, somente, usam a educação para ideologia política. Nunca pensei em dizer isto: Mas tem povo que merece o líder que tem. E outros que estudam, trabalham e cumprem os seus compromissos tributários com o Estado, com o sustento da família, com a sociedade, pagam a conta de um Estado perdulario. Que não se importa com a responsabilidade fiscal. E quando surge os problemas, pela sua irresponsabilidade financeira, terceiriza para os outros. Demoniza seus adversários politicos. A bola da vez é o presidente do Banco Central.

Ademar Pazzini -   20/07/2023 19:35:35

No meu entendimento, essa tigrada que ocupa o Poder hoje está insegura e vacilante, e essa é mais uma tentativa pueril de tentar "amedrontar" os seguidores do ex PR, na expectativa de diminuição dos seus seguidores.

Danubio Edon Franco -   20/07/2023 15:13:32

Puggina, o assunto é muito mais sério do que imaginávamos. A manifestações de alguns integrantes do STF, principalmente o tal Barroso, revela a desfaçatez dos propósitos do "Sistema". Perderam a noção dos limites de sua atuação estabelecidos por nossa Constituição. Até tipos penais eles criaram por equiparação quando é sabido que só por lei se pode fazer isso. O pior é que as últimas declarações do tal Barroso foram chanceladas pelos demais integrantes do STF (salvo uma ou duas exceções) no momento em que saíram em sua defesa, tentando justificar o injustificável. Como visto (é tema do teu artigo), o problema não está apenas no Poder Judiciário. Essa medida requerida por esse Procurador da República, mais uma vez, nos mostra os tentáculos do "Sistema". Pensemos no silêncio do Conselho Federal da OAB e da ABI, que se dizem defensoras do estado de direito e da liberdade de expressão. Em suma, o segredo da urnas só serve ao "Sistema", que se negou e se nega a revelá-lo. Teria sido tão simples, não é verdade?

Antonio Marcos Rossi -   20/07/2023 14:30:46

Ué, mas 63 milhões que se manifestam nas redes sociais não é mais do que os votos que as sagradas urnas registraram a favor do Bolsonaro?

felipe luiz ribeiro daiello -   20/07/2023 13:36:34

Outro absurdo.? Até quando nossa paciencia será testada?

Paulo Antônio Tïetê da Silva -   20/07/2023 12:16:47

Enquanto os ante esquerdistas do Brasil "ficam cheios de dedos", a esquerda planeja o futuro. Quem não sabia em 2015 que após o fracasso dos governos petistas, um presidente da direita ou verdadeiramente do centro, assumiria o Governo da Nação. Um dos exemplos, foi a apovação naquele ano, da malfadada Lei da Bengala. Dorme numa gaveta da Câmara, desde 2019, uma PEC revogamdo-a. Hoje tudo estaria diferente se Bolsonaro, usando a mesma arma utilizada pelo Lula, tivesse usado o PODER das emendas parlamentares. Com isso, por puro preciosismo, Bolsonaro tornou-se responsável pelo futuro ameaçador do Brasil. Não se ganha uma guerra empunhando um revolvr 22, contra um inimigo que luta com uma metralhadora "ponto 50".

Arthur Alexandre Tabbal -   20/07/2023 10:48:59

Perfeito o teu artigo, prezado Puggina. Alguém já disse que "a pior ditadura é a do Judiciário, pois não se tem a quem recorrer". Isso não é verdade por que a última instância de defesa da Constituição seriam as Forças Armadas, só que elas falharam vergonhosamente. Agora estamos sem pai nem mãe.

Eloy Severo -   20/07/2023 08:50:57

Enquanto isso, a economia está começando a ir pro brejo. Acabei de ouvir o sr. Jorge Gonçalves Filho, presidente do Setor do comércio varegista em entevista a Rádio Gaúcha. Se o amigo não ouviu, era bom dar uma olhada. Um abraço

ALCIDES POLIDORO PERSIGO -   20/07/2023 08:47:06

Bom dia caro amigo Percival Puggina. Concordo plenamente contigo. Nos preocupa o que estamos vivendo e o que virá. Me questiono, que poderei fazer? Para reiniciar farei o que tenho feito quando recebo seus comentários. Compartilhar, seus comentários nos esclarecem, nos ajudam e ajudam os demais. Obrigado que Deus lhe proteja sempre e seus queridos familiares e amigos.

José Vicente -   20/07/2023 08:35:55

Eu nunca esqueço resposta de FHC a um repórter quando Lula venceu as eleições de 2002. Perguntou o repórter se a ascensão do PT ao poder não representaria um risco de crise institucional. Resposta: “Não! Nós temos instituições sólidas”.

Cláudia Oliveira -   20/07/2023 08:03:54

Ver nosso país andando na contramão é lamentável e revoltante. Excelente texto professor! Obrigada pela oportunidade.

Eustaquio Antunes Ferreira -   20/07/2023 07:48:11

Estamos numa DITADURA DO JUDICIARIO. Lula, Lira e Pacheco são apenas os outros facínoras......

Armando Micelli -   20/07/2023 07:37:52

Bom dia Percival. Gostei muito do artigo. O último parágrafo está magistral. Abraços. Parabéns. " Eis mais um exemplo, dentre tantos que nos vem sendo proporcionados, de um Estado que à sociedade se impõe, sobrepõe, contrapõe e dela dispõe como coisa sua, em relação à qual deve proteger-se. “Obedeça, pague e não bufe!”. Dizem que o amor venceu. Com candura e num tom adocicado, proclamam sofrer “discurso de ódio” daqueles a quem até a simples expressão de indignação reprimem para que as sacrossantas instituições, que assim procedem, não sejam objeto de blasfêmias."

João Carlos da Cunha -   19/07/2023 19:20:16

Acuse os outros do que eu faço: diretriz do luladrão! O lider das narrativas mentirosas...

Menelau Santos -   18/07/2023 23:40:15

Prezado Professor Puggina, lendo seu oportuno texto, lembro-me daqueles ditosos dias com o Presidente Bolsonaro no poder executivo. Ficávamos na torcida que alguma coisa ou instituição pudesse parar a onda totalitária da esquerda. Ah,! mas tem a OAB, ah!, mas tem a Câmara, ah!, mas ainda tem o Senado, ah!, mas ainda tem o Ministério Público, ah! mas ainda tem o PGR, ah! mas ainda tem...E não houve ninguém que parasse o STF, ele cresceu, cresceu, deu cria, e gerou um filhote chamado TSE e tá ai o PT no poder. Agora, com toda sua licença, caríssimo professor, penso que a anedota abaixo é a cara dessa situação. Um inspetor estadual chegou para checar o nível de ensino de determinada escola. Escolheu uma determinada classe, e escolheu um determinado aluno. Justamente...o Joãozinho. E perguntou pro rapaz: --- Quem pôs fogo em Roma meu filho? E Joãozinho ficou apavorado e intimidado, pois era realmente autor de muitas traquinagens, mas esta não era dele. --- Não fui eu, juro! --- O inspetor ficou atônito e foi pedir explicações à professora. --- Senhor inspetor, o Joãozinho realmente não é nenhum exemplo, mas isso não parece ser coisa dele. Ele nem de mexer com fogo gosta. O inspetor ficou ainda mais perplexo e foi ter com o diretor da escola. Relatou tudo, desde o início. O diretor tentou colocar “panos quentes” dizendo que a professora era ótima e conhecia muito bem os alunos, e que por isso, acreditava na inocência do Joaozinho. O inspetor percebeu que a situação era ainda mais grave. Foi falar com o prefeito da cidade. O prefeito ouviu atentamente toda situação e interrompendo a fúria do inspetor: --- Sr. Inspetor, vamos falar aqui pessoalmente, amanhã mesmo eu mando os pedreiros lá e disponibilizo as máquinas da prefeitura, a gente reconstrói tudo lá nessa tal de Roma e esquecemos o assunto.

Leila -   18/07/2023 16:10:55

Lamentável