• Percival Puggina
  • 07/02/2024
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Política e sentenças de Juízo Final

 

Percival Puggina 

         Em qualquer placar, 10 a 1 ou 9 a 2 é goleada, com direito a flauta e volta olímpica.

Imagine um tribunal constitucional ser, também, última instância judicial, transformar-se em tribunal penal da sociedade e assumir-se como corte divina, ou seja, onisciente, onividente e onipotente, a emitir sentenças de Juízo Final. Imagine que nesse tribunal quase todos, num grau ou noutro, são "progressistas" ou marxistas, selecionados a dedo segundo a mesma cartilha. Um poder de Estado com tais características faz a revolução com o abanar das togas. Para cumprir seu querer, dispensa luta armada. Não usa barracas de campanha, não cava trincheiras e não precisa de arsenais. Opera a partir de luxuosos gabinetes. Seu material bélico está contido em meia dúzia de princípios constitucionais lançados para onde a ideologia aponta.  

Um tal poder prescinde de Gramsci, Escola de Frankfurt, movimentos sociais, patrulhamento, infiltração e doutrinação. Bastam onze homens e seus votos. E tudo fica parecendo Estado de direito enquanto se proclama servida a Democracia.

A bússola das decisões normativas sobre os grandes temas da vida nacional está saindo do Congresso onde opera a representação proporcional da opinião pública. Aquela história dos três poderes, este faz a lei, aquele executa e aquele outro julga - lembra-se disso? - vai para as brumas do passado. É como se ressoassem para o Brasil as primeiras palavras do Gênesis, pois as instituições estão sem forma e as trevas cobrem a superfície do abismo. Sob tal poder não há nem haverá luz e toda divergência será castigada. Quem ousaria dissentir do rufar das togas?

Sentado diante da tela do computador, ponho-me a pensar sobre o que vejo e me permito afirmar, na perspectiva de uma honesta divergência, que, a despeito de todos os rancores e maus humores:

- Ser conservador não é crime hediondo.

- Ser liberal não é crime hediondo.

- Ser cristão não é crime hediondo.

- Ser de direita não é crime hediondo.

- Ser lavajatista não é crime hediondo.

- Ser bolsonarista não é crime hediondo.

- Haver preferido Bolsonaro a Lula não foi crime hediondo.

- Amar a liberdade e divergir daqueles que a querem reprimir não é crime hediondo.

Cada dia traz novas trevas sobre o abismo produzido por aqueles que usurpam o lugar de Deus enquanto ouvem Hosanas! Canta quem neles crê porque convém e canta o poder por trás do poder. É ou não é, Centrão?

Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


julio cezar cury -   14/02/2024 09:54:37

lembrando o des serviço prestado por Bolsonaro a esquerda atitudes nenhuma além de imensa bobagens que deram instrumentos a imprensa progressista, cita algumas fim da lava jato governo Bolsonaro acordo com Dias Tofoli LulaLivre CPI da lava toga barrado pepos proprios senadores eleitos de direita rever erros da direita canhota autocritica bolsonaro pedir conselho para Michel Temer carta a Alexandre de Moraes varias demonstraçoes de medo covardia destruir a sua base aliada afastar apoiadores de tradiçao a frase tola numa palestra viu quilombolo pesando 7 arrobas desde a imitação infantil idiota da tosse na pandemia falar bobagem falar muito e nao fazer foram a caracteristica dessa direita estranhamente fraca burra

FERNANDO A O PRIETO -   08/02/2024 05:45:22

Parabéns. É alentador er seus artigos, tão lúcidos, neste mundo e neste tempo caóticos.