• Paulo Ricardo Cauduro de Oliveira
  • 09/02/2009
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RECESSÏ COM GARANTIA - Enviado pelo autor

Na?s do Terceiro Mundo como a nossa existem ?d?s. O Paquist??ma, a Indon?a ?utra, a Birm?a ?ais outra. Tem outras ainda, mas s?menos interessantes. Todas padecem de males parecidos com o nosso: desemprego, infra-estrutura deficiente, baixos ?ices de escolariza?, distribui? de renda prec?a etc., etc. O Brasil - em que pese o fato de haver aqui nascido o Criador - Deus ?rasileiro! - n??m caso ?o no mundo. ?ica no mundo ?ossa sempiterna tenta? de querer que os outros fa? o trabalho que nos compete. Se a coisa vai mal intra muros, a culpa s?de ser dos americanos. Se nosso sistema p?co de ensino ?noperante, a culpa s?de ser de quem nos USA. Se o pre?das commodities cai nos mercados internacionais ... bem, s?de ser por culpa dos americanos. Ah, esses americanos ... Nosso povo se esquece de que j?escobrimos, h?uito tempo, a receita para ficar no eterno subdesenvolvimento. Para isso fomos ing?os - no sentido de inventores, pioneiros, descobridores, inovadores - na descoberta da f?la que nos permitir?travessar gera?s sempre com os mesmos problemas e sempre sem nenhuma das solu?s. Tivemos uma ajudinha, talvez, do Per?ou, nos dias que hoje correm, do compa? Hugo Ch?z. ?de estadistas como eles que nos veio tamb?a ideologia. Como n?nos apetece fazer o trabalho que caberia a n?convidamos - aos solu? - a interven? da autoridade governamental, para que, em substitui? a n?fa?tudo aquilo que dev?os ter feito e nunca fizemos. O que ficamos devendo. Nossas defici?ias e frustra?s. Apercebendo-se disso, uma pequena s? de espertalh?toma nossos sentidos rogos e faz deles uma bandeira pol?ca, prometendo que agora as coisas v?mudar, ou J?o vem a?ou ainda este ?m governo que n?r?(sic) nem deixa robar (sic), como afirmou emocionado o companheiro Z?irceu em memor?l manifesta?. O fato ?ue, por nossa f?la infal?l, um governo cheio das mais nobres inten?s se instala no poder, jurando dar ao povo tudo aquilo que lhe falta. Sem fazer muitas perguntas, abre os cofres da na? e passa a distribuir caramingu?a torto e a direito e, quando o er?o se esvazia, lan?novos impostos para continuar a gastan?ou emite pap?, isto ?come?a tomar emprestado para continuar com o farrancho. (Lu?XVI, aquele cliente do Dr. Guillotin, tamb?fez isso. Foi bom enquanto durou). Com a press?formid?l dos pap? do governo sobre or?ento p?co e privado, a ?a solu? para tornar aquela massa de d?da atraente - e compensar a infla? e a desvaloriza? cambial da moeda brasileira da?ecorrente - ?elevar a taxa de juros. Sim porque, com toda essa fortuna desperdi?a diariamente pela autoridade p?ca federal, a moeda sofre, perdendo todos os dias sempre um pouquinho de seu valor. A contrata? de milhares de funcion?os, a corrup? desmedida, a abertura de novos gabinetes para os membros do Poder Legislativo federal, o alto custo previdenci?o do trabalho, as elevadas indeniza?s conferidas aos inimigos do regime militar, a tenta? de ser um pai-dos-pobres redivivo tamb?s?coisinhas que d?sua contribui? para empurrar as finan? p?cas nacionais sempre em dire? ao abismo. Como n?gostamos muito de despenhadeiros - salvo os francamente suicidas, que s?poucos - damos um jeitinho para ficarmos o mais poss?l a algumas polegadas da beira (very close to the edge), mas sem nos estatelarmos no perau l?mbaixo. ?a m?ca operada - muitas vezes a contragosto - pelo Banco Central do Brasil e que aparece, vez por outra, na sempiterna e t?esperada Ata do COPOM: a eleva? da taxa de juros. Temos a mais alta taxa de juros do mundo. Ela sufoca nossa produ? e nosso consumo. Ela machuca nosso n?l de emprego. Ela encarece os produtos brasileiros. Ela impede que o pov?tenha acesso ?coisas de que necessita. Ela sobrevaloriza indevidamente a moeda brasileira, dificultando nossas exporta?s. Ela distorce a matriz dos capitais internacionais que aqui aportam, conduzindo-os inevitavelmente ?specula?. Ela favorece a arbitrage e a bicicleta. Ela paralisa o Brasil. E queremos que ela continue assim. Com esse patamar elevad?imo dos juros mantemos a produ? artificialmente deprimida, deixamos de gerar riqueza, emprego e renda e deixamos tamb?de atender a um gigantesco p?co consumidor, principalmente o z?ovinho que muito teria a acrescentar a seus mis?imos haveres se ao menos lhe fosse dada essa chance. O pre?dos produtos - que embute essa imensa despesa financeira nos contratos de credi?o - tamb?sobe o tempo todo e o n?o de consumidores se mant?(de maneira artificial) sempre aqu?do patamar que poder?os facilmente alcan?. E havendo miser?is, carentes e necessitados, nossos rogos para uma constante interven? - gastadora - do governo permanece, cresce e se agiganta, levando a uma necessidade permanente de novas verbas e, com isso, reiniciando todo o famigerado ciclo outra vez. Voil?A?st?osso truque por detr?das cortinas. ?assim que ficamos em recess?permanente. N?porque um Banco Central cruel, desalmado e neoliberal s?nsa em enriquecer banqueiro, ou porque tem muita gente se aproveitando disso a?N? N??sso. Longe disso. ?porque um governo demag?o e populista - presuntivamente amigo do povo (talvez como o r?do Marat) - s?er saber de taxar, arrecadar e gastar, endividando-se at? colarinho, e seguir vida afora com essa gastan?desenfreada e in? como se o amanh??existisse. Se ainda estamos vivos e comendo, apesar de todos os pesares, foi porque, mais ou menos como tudo que ?eito no Brasil, o plano saiu faiado. N?alcan? seu final desiderato. N?riscou o Brasil do mapa. N?nos atirou na fossa negra da inadimpl?ia internacional. Foi essa incompet?ia - t?brasileira - na execu? da coisa toda que, afinal, nos salvou. Havia inimigos infiltrados em nossas trincheiras que deitaram a perder a empreitada. Nossos empres?os obstinados e recalcitrantes, deslembrados de tudo isso, continuaram teimosamente produzindo e empregando, pagando juros e impostos insuport?is, sem se importar com o fato de trabalharem 40% do tempo s?ra sustentar a roda da fortuna das taxas de juro, encargos e contribui?s, que s?zem reduzir-lhes a capacidade de investimento, sucesso e expans? Foram eles a constante cosmol?a que derrubou nossa equa?. O giro copernicano. Entrementes, Paquist? Birm?a e Indon?a comemoram nossa perman?ia em seu clube de esfrangalhados. V?at?os oferecer um cafezinho e nos dar uma rosa vermelha, com uma plaquinha de prata de presente. Comemorativa de nossos esfor?. Homenagem ?ecess?garantida pelas d?das que vir? E, como eu sou barriga fria, vou contar um segredinho que circulou por a?se continuarmos assim nos pr?os cinq?a anos, eles prometem nos jubilar e a??vamos pagar nem a mensalidade. N?? m?mo? Ser s? do clube dos falidos de graciol? Coisa de louco! D?ontade de cantar de peito inflado: “Dos filhos deste solo ?m?gentil” O clube da incompet?ia vai afinal ter seu s? remido. Vital?o. Recessivo por natureza e atrasado por decis? Imp?do. Soberano. Imponente.