• Rafael Vitola Brodbeck
  • 25/03/2009
  • Compartilhe:

RPIDA ANLISE SOBRE A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2009 - Rafael Vitola Brodbeck

A Campanha da Fraternidade 2009 tem por tema a seguran?p?ca. Tenho c?mplas reservas quanto a CNBB se meter em assuntos que n?lhe competem, mas esse tema me interessa diretamente, dada minha profiss? Os objetivos, segundo uma sua cartilha, s? Promover a cultura da paz Ampliar a?s educativas Denunciar o modelo punitivo do sistema penal Denunciar a gravidade dos crimes contra a ?ca, economia e gest?p?cas Fortalecer e articular novas pol?cas p?cas para engajar quem sai das pris? por exemplo, permitindo at?esmo que possa prestar concurso p?co Criar em cada comarca prisional um conselho de comunidade Em um primeiro momento, parece tudo bem, tudo correto. Mas n?est?Dois dos objetivos s?bastante incoerentes com a raz? com a moral. Denunciar o modelo punitivo do sistema penal? Mas a puni? ?sim, a raz?principal da pena! S?quatro as fun?s da pena, segundo os penalistas: puni? pelo delito (restaura? da ordem violada), preven? geral (sabendo que h?ma pena para o delito, as pessoas evitam delinq?, preven? especial (quem comete crimes fica afastado da sociedade), e ressocializa? (educa? e penit?ia). Os liberais acreditam que as quatro fun?s sejam de igual import?ia, e os socialistas e esquerdinhas em geral v?mais longe: consideram que a ressocializa? ? mais importante. Mas n??Santo Tom?de Aquino ensinou que o fim principal da pena ? puni?, a restaura? da ordem. As demais fun?s s?secund?as. Importantes, claro. Que se devem buscar, sem d?a. Mas a ?a que nunca pode faltar, a ?a substancial ?o? de pena, e que, portanto, ?rincipal, ? puni?. O Catecismo mesmo ?lar?imo: A pena tem como primeiro objetivo reparar a desordem introduzida pela culpa, Quando essa pena ?oluntariamente aceita pelo culpado tem valor de expia?. Assim, a pena, al?de defender a ordem p?ca c de tutelar a seguran?das pessoas, tem um objetivo medicinal: na medida do poss?l, deve contribuir ?orre? do culpado. (Cat., 2266) Vejam que a Igreja admite os outros fins da pena, mas o primeiro objetivo, a fun? primordial, substancial, ? repara? da ordem, ou seja, a puni?. A CNBB, por sua CF 2009, contraria o Catecismo. Mais uma vez... O segundo ponto que me chama a aten? ?enunciar a gravidade dos crimes contra a ?ca, economia e gest?p?cas. Sim, s?graves. Mas ultimamente tem se dado muita aten? a esses crimes. S?graves? Sim. Mas bem menos graves do que o estupro, o latroc?o, o homic?o, o aborto, o atentado violento ao pudor, a corrup? de menores, o roubo, a extors?mediante seq?ro etc. Todavia, setores da CNBB infectados pela id? de que os delitos contra o Estado s?mais graves do que os delitos contra os indiv?os (id? totalit?a e marxista) acham que n? Claro que os crimes contra a Administra? P?ca s?graves (nem todos). Por? quais os mais graves? Peculato e corrup? ativa ou homoc?o e estupro? E se homic?o e estupro s?mais graves, por que, ao denunciar certos crimes, escolhem-se justamente os menos graves? Se ?ara denunciar alguns, por que denunciam os menos graves? Perde-se uma excelente oportunidade de discutir, DE VERDADE, pol?cas de seguran?p?ca que fa? a popula? se livrar dessa onda de estupros, homic?os, roubos, seq?ros... Mas, n? o que importa ? peculato, a concuss? a corrup? ativa e passiva... Evidente que a CF iria errar em seguran?p?ca. A CNBB n??a ?a! Impressionante, ali? como alguns sacerdotes da CNBB n?entendem sequer do SEU RAMO (teologia, liturgia, direito can?o), e querem dar palpite no MEU! N?sabem doutrina cat?a e ainda querem apitar em temas como criminalidade? Enfim, o melhor seria que n?houvesse esse tema, mas j?ue h?ue o trabalhassem direito. Nem isso foi feito, contudo. Uma pena. Mais uma CF a lamentar. Ah, e o aborto n??rime? A CNBB n?deveria ser a porta-voz do nascituro? Em vez de denunciar o aborto, quer denunciar a concuss?.. Ali? ser?ue os padres coordenadores da CF sabem o que ?oncuss? ? at?evem saber. Contudo, da import?ia do latim na liturgia, do que significa obedi?ia ao Papa etc, talvez n?saibam... Desculpem o desabafo policial. Mas ?ose! Antes que alguns apressados me acusem de acobertar crimes pol?cos, n?estou falando que n??rave um delito desse tipo, nem que n?se o deva discutir. O problema NÏ ?sse. O que considero equivocado ?ue a CNBB elegeu somente ALGUNS CRIMES para sua den?a. Ora, se elegem alguns apenas, esses alguns devem ser os mais graves. E quais ela elege? Concuss? peculato, corrup? etc. Crimes contra a Administra?, crimes contra o Estado. Querem discutir esses crimes? ?imo, ent?n?fa? uma sele? e discutam todos! Mas se querem eleger s?guns e debater s?bre eles, ent?esses alguns devem ser os mais graves: homic?o, tr?co de drogas, estupro, roubo, latroc?o. Se a CNBB quer escolher alguns, os mais graves, e escolhe peculato e n?estupro, concuss?e n?homic?o, ?inal de que, para a CNBB, um estuprador ?m criminoso menos perigoso do que um corrupto. Como policial, sei bem que um corrupto ?agabundo. Mas mil vezes pior ?m assassino, um latrocida, um estuprador, um violentador de crian?. O Estado ?ais importante do que o indiv?o? Isso ?otalitarismo! PS: Em nenhum momento eu disse ser contra as CFs, nem contra a abordagem dos temas sociais. A Igreja deve, sim, influenciar positivamente os ambientes temporais. Trata-se do velho tema do Reinado Social de Cristo. Minha cr?ca ?o modo como as CFs historicamente tratam os temas, e ao conte?da CF 2009 especificamente. J?pontei dois erros entre os objetivos. * Delegado de Pol?a