• Percival Puggina
  • 18/10/2022
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Tempos bárbaros, de censura e de investidas contra a cultura

 

Percival Puggina

         O período eleitoral expõe aos olhos de todos a intolerância vigente contra opiniões e posições conservadoras e liberais. Bate às portas dos tribunais superiores o apartheid de toda divergência. Ele já é padrão de conduta dominante na aparelhada e instrumentalizada cadeia improdutiva da educação, nos corpos disfuncionais das carreiras de Estado e nas trevas dos ambientes ditos culturais. Agora, petições propondo cancelamentos, censura, bloqueios, quebras de sigilo chegam às cortes em carrinhos de mão e fazem fila.

Ontem à noite (17/10), assisti à live do Brasil Paralelo (BP) relatando que os advogados do PT haviam ingressado contra a empresa demandando tudo isso e mais um pouco. O produto final, na análise dos advogados, se atendido pelo TSE, representaria o encerramento das atividades do BP!

Eu vi essa empresa nascer e crescer, conheço seus diretores, sei que seu sucesso é produto de gestão competente, responsabilidade em relação aos conteúdos que produzem, qualidade técnica e, claro, virtudes humanas que provocam reações em personalidades habituadas ao som de suas próprias vozes. Brasil Paralelo é um brilhante e raro foco de luz no breu do ambiente cultural brasileiro. Quase 400 mil assinantes ativos dão prova do que afirmo. Nenhum dos grandes jornais brasileiros alcança esses números. O BP não recebe um centavo sequer do setor público.

Mais de quatro dezenas dos principais jornais, revistas, sites, canais, páginas que atuam em ambiente digital são alvo, também, dessa oportunista arremetida que se vale do momento proporcionado pelo tipo de atuação que cabe ao TSE em período eleitoral.

Não estou criticando o direito de peticionar, em que pese meu convencimento de que se trata de manobra abusiva. Estou fazendo algo mais importante: mostrando que essa investida está direcionada a quem não participa do clubinho ou do clubão, do grupinho ou do grupão. Seus alvos são os mesmos que, de modo cotidiano, sofrem o apartheid, o bullying, o cancelamento, nos tantos espaços da vida social acima mencionados.

Os veículos da velha imprensa, contra os quais nada é feito, passaram os últimos quatro anos prestando serviços, afofando colchas e travesseiros do leito político oposicionista. Então, essa investida é test drive ensaiado por aqueles que falam em “regulação da mídia”. Lembre-se disso no próximo dia 30.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

 


Auro Ferreira Koch -   24/10/2022 08:31:08

Parabéns senhor Puggina e abaixo a censura

Mario S rgio da Costa Ramos -   21/10/2022 06:22:41

Tempos sombrios. A ministra Carmen Lúcia em seu voto flagrantemente inconstitucional, nem ruborizou as fases.

FERNANDO A O PRIETO -   19/10/2022 05:02:45

Mais uma vez, parabéns! Que esta coluna, e outras, continuem sempre a ser uma luz na escuridão que assola o mundo! Estamos na Idade das Trevas... Deus nos socorra! Continuemos a lutar, a ser a "vox clamantis in deserto".

Antonio Bastos -   18/10/2022 20:56:39

Se a sociedade brasileira organizada não reagir, logo logo estaremos vagando na escuridão das trevas e sem uma luz no final do túnel.

carlos edison domingues -   18/10/2022 14:34:45

PUGGINA ! O que eu tenho é vergonha do momento que estamos atravessando. Rogo a Deus para que me conserve a saúde, o entusiasmo e a combatividade, até o próximo dia 30. Carlos Edison Domingues O.A.B. RS nº3.626

Menelau Santos -   18/10/2022 14:26:31

Como fizeram com o Terça-livre. Parece que nos Brasil é cada vez mais difícil falar a verdade. Temos alguns luminares: Prof. Puggina, Prof. Angueth, Padre Paulo Ricardo e o bravíssimo Pingos nos Is e uns outros raros. A esperança agora é Bolsonaro...