• Maria Lucia Victor Barbosa
  • 03/02/2009
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VERDADE, HONRA, VERGONHA - Enviado ao site

Nosso relativismo moral vem de longe. ?obra cumulativa de s?los. A acachapante aprova? nacional de Lula da Silva, sem contar com sua elei? e reelei?, demonstra que j?hegamos aos p?aros das conseq?ias hist?as com requintes de caos. E diante do que se passa na atualidade, lembremos de Greg? de Matos e Guerra (1636-1696), advogado e poeta, alcunhado Boca do Inferno ou Boca de Brasa. Em Ep?gos, ele retrata a paisagem moral de Salvador, Bahia, nossa capital na ?ca colonial. Mudando a palavra cidade para pa? teremos a paisagem moral atual em alguns dos versos do poeta: “Que falta neste pais? Verdade. Que mais por sua desonra? Honra. Falta mais que se lhe ponha? Vergonha”. “O demo a viver se exponha, Por mais que a fama o exalte, Num pa?onde falta Verdade, honra, vergonha”. Nunca nos faltou tanto verdade, honra, vergonha. Convivemos alegremente com “mensaleiros”, sanguessugas, transportadores de d?es em cuecas e at?s reelegemos. Somos antiamericanistas doentes, mas volta e meia vamos aos Estados Unidos para fazer turismo, comprar, estudar, trabalhar, cuidar da sa? al?dos milh?de brasileiros que partem em busca da Am?ca, Am?ca e l?ermanecem clandestinos, mas ganhando o que jamais ganhariam aqui. Odiamos os judeus porque preferimos o Hamas dos Palestinos. Como bons latino-americanos somos de esquerda e por isso idolatramos Fidel Castro, n?importando ser ele um ditador implac?l que nunca respeitou os direitos humanos. Se Lula da Silva, o grande pai de seu povo, p? Brasil de joelhos diante de Hugo Ch?z, Evo Morales, Rafael Correa, Fernando Lugo, Cristina Kirchner, nos inclinamos tamb?perante as lideran? populistas que infestam a Am?ca Latina sempre imersa em sua mentalidade do atraso, em suas mazelas, em seus fracassos. A corrup? faz parte de nossa hist? e aprovamos governos corruptos ao dizer que se estiv?emos l?ar?os as mesmas coisas. Afinal, somos espertos, malandros e nossa satisfa? em passar os outros para tr?n?tem limites. Indiferentes ou ignorando o que ocorre no Congresso Nacional, ou no ?ito da Justi?seguimos cantando o samba de Zeca Pagodinho que nosso presidente da Rep?ca tanto aprecia: “Deixa a vida me levar”. Futebol, carnaval e Big Brother s?nosso alimento espiritual. Acreditamos que o MST ?m movimento social pac?co que n?esbulha propriet?os rurais destruindo maquin?o, roubando gado, pilhando, queimando sedes de fazendas. Do mesmo modo admiramos as sanguin?as Farcs, idealizadas como her?s e defensoras do povo colombiano. No momento dois fatos empolgam os notici?os. O primeiro diz respeito ao caso do terrorista Cesare Battisti, que a It?a quer de volta, mas que j?oi perdoado por nosso ministro da Justi?com o acordo de Lula da Silva. N?devolveremos Battisti de jeito nenhum, o criminoso ?osso. Aplausos para a Justi?brasileira, pois aqui o crime compensa. Do jeito que a coisa vai, pode ser que Lula da Silva crie o Minist?o do Terrorismo e convide Osama Bin Laden para ministro. Seria mais uma vez delirantemente aplaudido e seu prest?o subiria como atestado em pesquisa. O segundo fato ?elativo ao F? Social Mundial, que ocorre em Bel?do Par?O governo investiu milh?na festividade, inclusive, em camisinhas. Tudo pago com o dinheiro do contribuinte, ou seja, estamos financiando a esb?a que atrai pessoas de todo o Brasil e do exterior. Presentes no festival Lula da Silva, ministros, assessores, figuras como Jo?Pedro St?le, al?dos caudilhos Hugo Ch?z, Evo Morales, Rafael Correa. Fernando Lugo, que fazem Lula sonhar com outro mandato poss?l. N?faltar?ao evento, al?das camisinhas, muita cacha?e folia. Naturalmente os participantes se posicionar?contra o capitalismo que os sustenta, contra a liberdade que permite o Encontro, contra a riqueza que almejam para si. Dizem que no globalizado F? ser?ada oportunidade aos participantes, de perceberem que os problemas que assolam o mundo derivam da competi? pelo poder e do ac?o de bens materiais. Ou seja, tudo que eles mesmos fazem ou desejam. Em suas utopias delirantes as esquerdas clamar?pela volta do socialismo, nem que seja o do s?lo XXI. E enquanto a crise avan?sobre o planeta, em Bel?do Par?e dan?? carimbo, pois o tal outro mundo poss?l nunca foi definido nesses f?s onde acontece de tudo, menos id?s. Sem d?a esse F? Socialista faz recordar as prof?cas palavras de Ortega y Gasset em A Rebeli?das Massas: “A vida toda se contrair?A atual abund?ia de possibilidades se converter?m efetiva m?ua, escassez, em impot?ia angustiante, em verdadeira decad?ia. Porque a rebeli?das massas ? mesma coisa que Rathenau chamava de ‘a invas?vertical dos b?aros”. No Brasil essa invas?come? faz tempo, mas diante dela nos quedamos indiferentes porque nos falta verdade, honra e vergonha ou, talvez, porque sejamos n?s b?aros. * Soci?a.