• Alex Pipkin, PhD
  • 21/06/2025
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O Antissemitismo do Bem

(Ou: Como ser antissemita e sair aplaudido)
 

Alex Pipkin, PhD

           O novo antissemitismo não usa suásticas. Usa hashtags. Desfila por universidades e fóruns internacionais sob o disfarce de empatia e justiça social. Criticar Israel virou o último refúgio dos intolerantes que se acham virtuosos. O humanitarismo virou performance.

Hoje, não é mais preciso gritar “morte aos judeus” para ser antissemita. Basta entoar “Palestina livre do rio ao mar”, um slogan que não clama por coexistência, mas pela eliminação do Estado de Israel. E ele é repetido por jovens ativistas ocidentais que ignoram (ou fingem ignorar) história, geopolítica e geografia.

Em 2000, no Acordo de Camp David, o premiê israelense Ehud Barak, com apoio direto de Bill Clinton, ofereceu a Yasser Arafat 91% da Cisjordânia, Gaza, controle de Jerusalém Oriental e compensações territoriais. Arafat recusou. Porque o objetivo nunca foi a criação de um Estado Palestino. Foi o fim do Estado judeu. E a resposta foi uma nova Intifada. Mais sangue. Mais terror.

Mas essa realidade desapareceu dos campi universitários, hoje dominados por slogans e cancelamentos. Israel — uma democracia plural, com árabes no Parlamento e no Judiciário — virou “opressora”. Gaza, que é controlada por uma teocracia homofóbica, antissemita e misógina, virou símbolo de resistência. Não é solidariedade. É ignorância militante. Não é empatia. É ódio moralizado.

Enquanto isso, no mundo real, o adolescente israelense Daniel Boaron, de apenas 16 anos, conquistou o ouro no Grand Prix de Jiu-Jitsu, na Itália. Mas foi impedido de subir ao pódio. Recebeu sua medalha nos bastidores, às escondidas. A justificativa oficial foi “segurança”. A verdade? Um judeu premiado publicamente virou risco político.

Em 1936, atletas judeus foram silenciosamente removidos das Olimpíadas de Berlim. Em 2024, um adolescente israelense é removido do pódio europeu. Mudaram os símbolos. Não o gesto. O antissemitismo agora fala baixo, se veste bem e posa como defensor dos direitos humanos.

E o Brasil, o que dizer? Participa do G7 representado por Luiz Inácio da Silva, que já comparou Israel a Hitler e ao Holocausto. Um escárnio diplomático. Uma vergonha histórica. Enquanto os líderes do mundo livre reafirmavam o direito de Israel à autodefesa, Luiz Da Silva se alinhava — mais uma vez — com o Eixo do cinismo: Irã, Rússia, China.

Não se trata de diplomacia. Trata-se de covardia moral.

As universidades do Ocidente — outrora templos do pensamento livre — tornaram-se centros de censura disfarçada de inclusão. Estudantes judeus são perseguidos. Professores pró-Israel, silenciados. A liberdade de expressão protege todos, menos os judeus. O campo do saber virou campo de caça.

E tudo isso para quê?

Para que adolescentes entediados se sintam moralmente superiores por um dia? Para que ativistas de boutique multipliquem curtidas? Para que líderes decadentes arranquem aplausos fáceis da imprensa engajada?

Como disse August Bebel: “O antissemitismo é o socialismo dos idiotas”. Hoje, é o ativismo dos vaidosos.

Essa farsa performática não salva vidas. Alimenta terroristas, sabota a paz e fortalece regimes que odeiam judeus, mulheres, gays e qualquer traço de liberdade. Mas é aplaudida porque oferece uma ilusão de justiça instantânea. Barata. Pós-moderna. Instagramável.

Nós, judeus, já vimos isso. Sentimos o cheiro da fumaça da história.
Não aceitaremos mais que nossos atletas sejam escondidos. Que nossos mortos sejam relativizados. Que nossos filhos sejam chamados de colonos enquanto fogem de foguetes.

O lugar do judeu não é nos bastidores da história. É no palco da verdade!
Se o mundo quiser repetir os erros do passado, que o faça sem a nossa conivência.

Desta vez, estamos vivos, lúcidos — e de pé.