• Ernesto Caruso
  • 11/10/2023
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Pior do que está vai ficar, se esta nação mestiça se curvar

 

Ernesto Caruso

         Ninguém precisa financiar a presença de quem reside na cidade x, y ou z. Basta combinar local, hora e cada um lá estará, com a sua camiseta verde-amarela, portando a sua Bandeira do Brasil e a sua faixa externando o seu pensamento em respeito à liberdade de expressão. Ao menos, com um apito... em passeata aos milhões em ação, pacificamente. Assim, tem sido.

Deu certo no “fora Dilma”, “fora Collor”;

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, por seus integrantes, precisam sentir a presença da NAÇÃO MESTIÇA nas ruas e ouvir o seu clamor, em especial os seus presidentes que detêm a responsabilidade sobre os seus ombros, na condução dos destinos do país, no atual cenário de submissão ao Judiciário, deputado Arthur Lira e senador Rodrigo Pacheco.

O Brasil precisa gritar, agir, escrever, propagar, se reunir, caminhar, se manifestar pelas redes sociais, pelas avenidas e praças. Se cada um considerar que o outro vai e assim, “eu” não preciso ir, ninguém vai.

Por certo, há quem não possa comparecer por mil razões. No entanto, motivos não faltam para se afirmar que a vontade do povo deve prevalecer contra a perseguição e prisão do cidadão por ‘ações antidemocráticas’ imaginárias e livrando quem cometeu crime. Nomes não faltam para ilustrar o lado coagido da sociedade e o contemplado com as benesses da justiça com a balança mal regulada.

Como raiz, entender que essa Nação Mestiça deve nos unir em contraposição aos que tentam fracioná-la, enfraquecê-la, alimentando narrativas, como se coubesse ao cidadão renegar um dos componentes da sua ascendência, do indígena sulamericano, do branco europeu, do negro africano, a que se juntaram os sangues de orientais e do branco africano. A ideologia cega essa gente? Abomina o sangue da própria mãe, do próprio pai, do avô, da avó?

Das origens mais antigas, dificilmente, alguém deste torrão pode dizer sou 100% branco ou sou 100% negro, pouco importando essa característica na resultante do pilar étnico que se aglutina ao pilar linguístico e ao pilar territorial, a formar o Estado Brasileiro, de expressão mundial, em extensão, em população e riquezas naturais. Motivo para ser subvertido e ser mantido na condição de provedor de matérias primas e alimento às grandes potências.

De todas as cunhas para solapar esses pilares, a ameaça maior está na demarcação de terras indígenas, para fatiar o território e criar enclaves dotados de recursos minerais, administrados por gente inculta e pobre e a serem mantidas como reservas para exploração futura. No bojo mais um tempero na questão racial para dividir, manter atritos e alimentar a luta de classes.

A Nação verde-amarela está perplexa, não só diante dos questões econômicas, número de ministérios incompatível com os princípios básicos de administração (quase 40 do Ali Babá) a engordar o tamanho mastodôntico do Estado (p.ex., 82 assessores de senadores!!!), crescimento das contas públicas, aumento de impostos, como também no cerceamento das liberdades democráticas, prisões arbitrárias e em questões que caberiam ao Congresso Nacional, como criar e alterar as normas legais, assumidas pelo Supremo Tribunal Federal como anular o marco temporal constitucional e estabelecer um intervalo aberto à direita indefinidamente, para a criação de reservas indígenas.

Disciplinam outros temas sensíveis como aborto, imposto sindical, identidade de gênero, banheiros mistos, liberação das drogas, dos mais graves males para subverter a sociedade, o que fatalmente vai disseminar ‘cracolândias’, com famílias desestruturadas, meninos de rua, soldados do tráfico, em bola de neve a criar trapos humanos e sobrecarregar o sistema de saúde que não atende o cidadão como devia ser.

Na supremacia desse poder paralelo, saiu aquela do GDuro (...só para lembrar do GDias) com as suas palavras semitonadas, macias, incensando o ‘a.b.o.r.t.o’, o empoderamento da mulher sobre o ‘seu corpo’, entra outro coroado no absolutismo monárquico com sussurros mais aveludados e expressão congelada, a esfolar o que resta das tradições judaico-cristãs. A se admirar e dizer, “eu sou o sol a iluminar essa sociedade obscura, medieval”.

Assim, vale trazer a lume o passado das palavras registradas que o tempo, objetivos e interesses, sob a combinação entre o mimetismo e a metamorfose, não enrubescem a fria expressão facial dos seus autores. Mentalidade uniforme, monolítica, padronizada, do barrento pegajoso, escorregadio a tijolo formatado em diversas fornadas, como pedras da lei em difusão orquestrada.

Dentre outros votos, proferidos por seus pares: “Quem puder observar que os números da atuação da 13ª Vara federal de Curitiba são muito impressionantes, foram 179 ações penais com 553 denunciados, houve 174 condenações em primeira instância, confirmadas em segunda instância, celebraram-se 209 acordos de colaboração e 17 acordos de leniência, foram devolvidos aos cofres públicos 4,3 bilhões de reais que haviam sido desviados e os valores previstos para serem recuperado atinge 12,7 milhões de reais. Foi uma operação que revelou um quadro impressionante e assustador de corrupção de norte a sul e de leste a Oeste no Brasil. Um quadro de corrupção estrutural sistêmica e institucionalizada.

Compravam-se maiorias políticas com a corrupção; almejavam-se cargos públicos para desvio de dinheiro e financiava-se a política e o próprio bolso, com dinheiro público desviado. Além de estrutural era uma corrupção sistêmica e que uma engrenagem alimentava a outra.

Não foram falhas individuais ou pequenas fraquezas humanas. Eram esquemas profissionais de arrecadação e distribuição de dinheiro desviado. A obra superfaturada irrigava o pagamento do marqueteiro. A propina na obtenção do financiamento público irrigava o caixa 2 da campanha; tudo lavado em offshores, não declaradas em sucessivas camadas de empresas de fachada para disfarçar a corrupção.

Saque do estado brasileiro; em última análise saque do povo brasileiro. Criouse um mundo paralelo de esperteza e desonestidade que naturalizou as coisas erradas no país. Quem se dispuser a ler o livro da Malu Gaspar, ‘A organização’, verá a fotografia aterradora de um país que se perdeu na história. Está tudo lá, o PT e seus próceres, o PSDB e seus próceres, o PP e seus próceres, o PMDB e seus próceres, com os valores das propinas e, em muitos casos, com os nomes das contas não declaradas em paraísos fiscais.

E não se fale, presidente, em criminalização da política. Levar percentuais em contratos públicos; cobrar pedágio e empréstimos públicos e receber suborno pra dar isenção tributária a quem não merecia ser desonerado, ou cobrar propina para não convocar empresas ou indivíduos para comissões parlamentares de inquérito, não é política, é crime mesmo, presidente...”. (destaques pessoais em negrito)

A bifurcação está posta. À esquerda o cenário que demonstra às claras o caminho da submissão, o gado tangido pelo capataz, apartados os touros bravos, indomáveis, confinados, patriotas, “bolsonaristas”; à direita o muro de Berlin, inimaginável na Terra de Santa Cruz, a cada dia mais resistente, organizado, armado, à moda da Venezuela, amadurecido e protegido por cães de guarda.

O tiro de misericórdia/facada jurídica na direita, tem como alvo Jair Bolsonaro, pois foi o único a peitar com firmeza o sistema, que não admite liderança fora do padrão cartola/ PSDB ou macacão/PT. E o isentão vai continuar em busca do oásis da 3ª via. Até quando?

Pelas ‘beiradas’ do mingau (vale tudo para o G.1), foi descoberto um grupo para substituir os “black blocs”, os kids pretos, fritando militares da ativa, generais, menosprezando as Forças Armadas, desmilitarizando as forças policiais fardadas.

Pensar e pensar, fazer e fazer, na certeza de que refugiado não tem diploma, não recebe pensão, nem proventos.

Quem fica se acostuma à TARJETA DE RACIONAMIENTO BOLIVARIANA ou despertou antes de acontecer.

*        Publicado originalmente no jornal Inconfidência Nº 324 de OUT/2023

**      O autor é Coronel, Administrador e Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil