• Omar Ferri
  • 19/10/2014
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CARTA DE UM EMINENTE PEDETISTA A JOSÉ IVO SARTORI

Porto Alegre, 12 de outubro de 2014.


 Prezado amigo Sartori

 Sou filiado a uma agremiação política, cujos vultos principais foram Getúlio, Pasqualini, Jango e Brizola. A eles devemos a mudança de um país rural, medieval e atrasado para uma nação industrializada, com conotações para o desenvolvimento social, seguido de legislação que concedeu amplas garantias aos trabalhadores em geral.
 A história nacional nos relata que ao tempo de Getúlio Vargas, poderosas forças do retrocesso interromperam nossa caminhada para o futuro. Naquele tempo se morria pela Pátria e pelos ideais comuns. “Getúlio saiu da vida para entrar na história”.
 Em seguida surgiu no cenário da política nacional um homem de grandeza incomensurável que pretendeu modificar as estruturas sócio-econômicas do país valendo-se de um plano trienal arquitetado por Celso Furtado, acrescido de uma dezena de providências conhecidas como Reformas de Base.
 Novamente as forças e os interesses contrários às metas populares desencadearam-se contra o presidente João Goulart.
 Jango morreu no exílio. Restou-nos Brizola, que com seu ímpeto de caudilho dos pampas entendeu de lutar em favor da libertação cultural do país, principalmente pela atenção que dava ao ensino público que, com a colaboração de Darcy Ribeiro, culminou com o projeto das escolas de turno integral.
 Embora o PTB/PDT, com seus homens e suas idéias representassem os anseios da nação, nos últimos 12 anos os dirigentes petistas, com ciúmes e muito recalque (porque as idéias não eram deles) sepultaram nossos propósitos e cooptaram muitos de nossos líderes (que com o correr do tempo se apequenaram). A resultante dessa situação foi a despersonalização do partido, paralelamente à implosão do cunho de autenticidade que dava essência às aspirações populares. Estes fatos transformaram muitos de nossos “líderes” em mambembes reféns que passaram a trotear e andar à reboque da mais corrupta administração da história de nossa Pátria.
 Por estas razões e através da presente manifestação, estou demonstrando o meu inconformismo em relação à política desvairada e alucinante do Lulla-Petismo e, ao mesmo tempo, minha rebeldia à posição de neutralidade do PDT nesta campanha política em que o amigo é candidato a governador.
 Impossível entender como o PDT foi tomado de tanta cegueira em face da corrupção, como também, das mentiras e dos desmandos do governo Petista, lá e cá.
 Observo que a presidente Dilma usa como trunfo de seu proselitismo político, as supostas medidas que trombeteia estar tomando contra as denúncias de corrupção publicadas pela imprensa brasileira, especialmente, com relação ao desmantelamento da Petrobras.
 Sua postura não passa de balela, pois algum tempo atrás, conforme denúncia da “Folha de São Paulo”, ela convocou Michel Temer e Ideli Salvatti, ocasião em que ambos receberam ordens para impedir a formação da CPI da corrupção da Petrobras.
 Dilma falta com a verdade.
 Como Lulla, ela é peça fundamental e usa de todo seu poder no sentido de encobrir toda corrupção do governo do PT.
 Com Tarso as coisas não são diferentes. Anote, prezado amigo, como ele é tergiversante e politicamente hipócrita.
Por exemplo.
Quando eleito prefeito de Porto Alegre, Tarso afirmou que seria prefeito até o final de seu mandato.
Tarso faltou com a verdade.
Como Ministro da Justiça declarou que os boxeadores cubanos, por vontade própria deliberaram em retornar a Cuba.
Todavia, ao chegarem em Havana logo asilaram-se numa embaixada européia.
Tarso faltou com a verdade.
Afirmou que Cezare Batistti foi condenado na Itália dada a sua condição de ativista político, quando na verdade, a Justiça Italiana o condenou por crime comum (4 assassinatos).
Tarso faltou com a verdade.
E, dentre outras ambigüidades participou da sanção da lei que concedia vencimento básico para o magistério nacional, para, após, na condição de governador, deixar de cumpri-la.
Mais do que ambigüidade este fato comprova a precariedade de seu caráter, pois ele sequer honrou a própria assinatura.
Concomitantemente, Tarso vem sustentando seu proselitismo político numa incessante fuzilaria contra antigos governadores, como se o amigo fosse culpado de supostas irregularidades de tempos passados.
Ele não cansa de repetir a fábula do Lobo e do Cordeiro.
Necessário, portanto, que se devolva com verdades suas aleivosias Proponho-me, à vista destes sucessos, relatar-lhe algumas irregularidades e prejuízos causados pela administração Dutra/Tarso.

1. Eles adquiriram de um companheiro do PT de Campinas, sem licitação, dois incineradores de lixo, que não puderam ser instalados, embora tivessem sido pagos praticamente à vista.

2. Intervieram desastrosamente, nas empresas de Transporte Coletivo de Porto Alegre, causando enormes prejuízos ao erário municipal.
3. Fraudaram licitações pelo sistema de fracionamento de valores.
4. Espantosamente para o povo, e constrangedoramente para o PDT, eliminaram o regime de funcionamento integral para escolas públicas de Porto Alegre.
Na condição de vereador indaguei ao Tarso, qual era a razão para tão inexplicável cancelamento. Sua excelência contestou-me dizendo que considerava o sistema elitista.
Hoje ele afirma, hipocritamente que, caso eleito (que Deus não permita), ele irá por em prática o funcionamento integral.
Depois de tantas inverdades, dá para acreditar?
Afirmações falsas juntadas à hipocrisia publica definem com perfeição o caráter desairoso de certos políticos.
Por estas razões todas, além de não votar na Dilma e no Tarso, conclamo os verdadeiros Trabalhistas, que moldaram seus ideais inspirados nas sagas de Getúlio, Jango e Brizola, que não votem no atraso, no Brasil virtual, na desordem social, nos cupins (como disse Britto), nos petelhos (como disse Jockman), nos cafetões da miséria, nos especialistas em difamar os adversários, na intoxicação intelectualoide do PT, que nos faz chafurdar na confusão moral e na anarquia social.
Chega de assembleísmos, de participatites, de aparelhismo dos órgãos públicos, defeitos da ideologização que fazem parte da genética destrambelhada do PT.
Lulla disse antes do “nunca antes” que existiam 300 picaretas na Câmara Federal, inobstante, depois de eleito transformou o Brasil no país da picaretagem, pois foi no governo do PT que foi institucionalizada a corrupção, que não é outra coisa senão o saque nos dinheiros públicos (Relatório da Polícia Federal), para formar o “Caixa 2” e distribuir o botim aos políticos do PT et caterva.
Acontece que quem não pertence ao PT e recebe dinheiro roubado dos cofres da Nação é conivente. E, coligação nesta circunstância significa co-autoria.
É o caso do PDT.
Que vergonha para nós, que somos obrigados a nos perguntar: como o Lulla e a Dilma ao longo de 12 anos nunca souberam e nunca adotaram qualquer providência em relação ao escândalo dos Correios, do resseguros, dos dólares na cueca, dos sanguessugas, dos R$ 1.700.000,00 encontrados em um hotel de São Paulo (coisa de aloprado), do mensalão (Ali Babá e os 40 ladrões), em relação à aquisição da Refinaria Pasadena, justamente na época em que a presidente dirigia o Conselho da Petrobras. Somente a velhinha de Taubaté acredita que Dilma não sabia. E, quanto aos aditivos contratuais, que beneficiaram, praticamente, todas as empreiteiras brasileiras? Não podemos deixar de mencionar os superfaturamentos das obras públicas, dos vampiros da Saúde, da Operação Navalha na Carne, enfim, da generalizada gatunagem legal.
O senador Simon não mediu esforços para criar a CPI dos Corruptores. Nada conseguiu. O Congresso está contaminado.
Antes de terminar pergunto se somos obrigados a conviver com vigaristas de toda espécie?
Não! Não somos!
Para esta empulhação generalizada só existe uma solução:
FORA DILMA e de lambuja, que leve junto do PT.
O Brasil está sofrendo de falência múltipla dos órgãos, particularidade que faz com que a Nação chafurde na confusão moral e na anarquia social.
Há! Eu ia me esquecendo, enquanto o Lulla era dedo-duro e fiel servidor da ditadura, Dilma assaltava cofres particulares. Agora, ambos evoluíram: os cofres públicos são mais acessíveis.
Enfim! Que o PDT não se recolha ao silencio. Ele deve proclamar sua soberania e sua linha de fidelidade aos princípios que sempre o nortearam e assim retomar seu lugar na história política da Nação.
Até breve prezado Sartori. Vou votar no Senhor. Porque como Cezar o Senhor é um homem honrado.
Receba um abraço afetuoso do amigo
OMAR FERRI