• Alex Pipkin, PhD
  • 04/10/2023
  • Compartilhe:

O tétrico show das falácias e da irracionalidade

 

Alex Pipkin, PhD


       Escassez foi, e ainda é, a condição primária dos seres humanos. Evidente que os recursos que estão presentemente disponíveis são insuficientes para o atendimento de todas as necessidades materiais e para os ilimitados desejos do bicho-homem.

Neste sentido, a tão propalada igualdade é uma quimera. Qualquer reflexão factualmente racional demonstra que os seres humanos são distintos entre si, possuindo características distintivas, e habilidades e competências diferentes.

Ainda que se possa impô-la por lei, a desigualdade sempre existiu e, pragmaticamente, continuará se apresentando.

A sedutora profecia irrealizável da igualdade, pilar central das narrativas falaciosas de coletivistas, anda mais forte do que nunca. Similarmente, na atual sociedade do espetáculo e da pós-verdade, os sinalizadores de virtude gritam pelos quatro cantos, digitam e se digladiam ativamente nas redes sociais pela tão desejada “justiça social”.

Não há como discordar que desigualdades perduram. contudo, objetivamente, nenhum governo é capaz de viabilizar o sonho da igualdade, visto que esse não tem condições de controlar todas as variáveis e as circunstâncias de milhares de indivíduos com necessidades, desejos e planos de vida distintos. A tentativa - fracassada - nesse intento, compulsoriamente, ceifa as liberdades individuais das pessoas de qualquer espaço social. A igualdade de resultados é um alvo inalcançável.

Por isso, nosso mundo real alimenta, cada vez mais, a psicose social e o aprofundamento da divisão social, da mentira, da “antimoral”, da escassez de liberdades e, por consequência, do agravamento das tão faladas desigualdades.

Parece-me que nunca houve tanto estímulo e incentivos das instituições ao emburrecimento e a irracionalidade individual e coletiva. Especialmente os mais jovens, idealistas por natureza, mas claramente de mãos dadas com os de mais idade, são impulsionados a viverem enclausurados em suas cabeças, sob os fantasmas da opressão, das impossibilidades e das desigualdades. Isso os conduz ao destruidor vitimismo e aos pensamentos instintivos e tribais, demasiadamente embasados em emoções e em sentimentalismos.

Triste. A vida por natureza é dura. A dessa gente mais infeliz ainda. Dia a dia, todos nós somos bombardeados por estímulos, em especial os midiáticos, que acionam gatilhos mentais nefastos, dificultando o processo do pensar reflexivo por parte dos indivíduos, aquele com base nos fatos, dados e evidências. Tal situação restringe o pensamento crítico em nível individual, obstando que as pessoas tenham, ao menos, uma chance de escapar da prisão mental da opressão, do pensamento mágico e da escassez de racionalidade.

A turma que dorme e acorda do “travesseiro opressor”, sofre de delírios de perseguição. Esses foram treinados por marxistas inspiradores que planejaram o paraíso terreno, completamente utópico e inviável de acontecer na realidade objetiva.

Esses partem de premissas equivocadas, de sonhos e de desejos impraticáveis, e são dotados de mentes absolutamente repletas de muitos instintos, mas de muito pouca e genuína lógica.

Infelizmente, alguns até possuem lapsos de racionalidade e de realidade, porém, rapidamente são arrefecidos pela necessidade de pertencimento e pelo comportamento “me too” partilhado em suas respectivas tribos. A “grande mídia” é exímia em os empurrar de volta para a caverna da opressão e da irracionalidade.

Hoje aparenta inexistirem conhecimentos, fatos e evidências que os demovam de suas fantasias e de risíveis mentiras. Sistematicamente, eles retroalimentam um ciclo vicioso de invenção de histórias e de falácias, a fim de justificar a psicose da criação de mais fantasias e de falsos argumentos para jogarem a culpa de seus fracassos sobre os ombros de outros.

Esses que sofrem de mania de perseguição nunca se sentem na condição de serem responsáveis por seus atos, realizações e condições.

Incontestavelmente, sempre, os causadores de todos os seus males, e da sociedade, são os outros, em especial, os malvados capitalistas, “comedores de adultos”.

Segundo os residentes da caverna da opressão, a única verdade verdadeira, é a ilógica da total dominação, da marginalização e de suas próprias “fake news”, criadas e compartilhadas com suor e ódio nas redes sociais.

O futuro, sendo realista, parece-me sombrio. As razões são singelas. Os essenciais incentivos institucionais se encontram de cabeça para baixo, e os interesses mercantilistas e escusos da grande pequena mídia abundam.

Claro, os “poderosos” verbalizam a música que esses desejam ouvir, porém, agem totalmente em desacordo com aquilo que alegam defender.
A hipocrisia dos engenheiros sociais, que efetivamente desprezam as pessoas comuns, tem batido verdadeiros recordes.

As redes sociais deram voz alta para os “cheios de amor” no coração, para o incremento do racha social e da falta de coesão e, em especial, para o ápice da irracionalidade, mesmo diante dos mais objetivos fatos e dados.
Não imagino que se tenha uma saída de curto e/ou médio prazo desta UTI psiquiátrica. Caminho pavimentado para a continuidade do processo de emburrecimento e da evasão da lógica.

Bom senso, diálogo franco e aberto, suportado por argumentos válidos, realidade objetiva e a verdade da vida como ela é, escafederam-se. Transparente.

A “verdade das massas” - tribais - reina livre, leve e solta. O coletivo enganado, agrupado por sentimentalismos grosseiros, travestidos de verdade, substituiu o pensamento crítico individual, reflexivo e, portanto, lógico.

Atualmente é artigo de luxo enxergar e/ou ouvir indivíduos autônomos empregando, verdadeiramente, cognição racional e vontade própria.
O tétrico show da irracionalidade, da mentira e das falácias, das “fake news” e da desagregação social não tem data para findar.

Penso que muitos adoentados até desejariam o seu final, porém, a turba de mentirosos contumazes logo dá um jeitinho de os fazerem retornar para o reino das fantasias e da irracionalidade individual e coletiva.

É o que se tem neste momento. Triste.