• Alex Pipkin, PhD
  • 23/06/2022
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Retórica com ignorância econômica

 

Alex Pipkin, PhD

O populismo, o bom-mocismo desarrazoado e, especialmente, a ignorância econômica, são características marcantes da “humanística” esquerda partidária.
O grande mote desses “humanistas” é a distribuição de renda, porém, eles esquecem que a renda, a riqueza, não dá em árvore, ela precisa ser criada. Quem a cria são os “malvados capitalistas”.

O coletivismo, segundo todas as experiências pragmáticas, só conseguiu distribuir aquilo que plantou, ou seja, pobreza e fome. Não obstante, é a coqueluche latino-americana.

É lamentável constatar que sistematicamente não é só a turma canhota benevolente que crê em crenças e em fantasias, e sofre de insuficiência de conhecimento econômico comprovado.

Já escrevi várias vezes sobre o tema, mas sempre me deparo com sujeitos razoáveis que caem na tentadora falácia do “compre do Brasil, compre do RS”. Kahneman e Thaler têm razão, poucos acionam o sistema 2…

Desafortunadamente, esse lema é um tremendo equívoco - comprovado, verdadeiramente um protecionismo causador de inúmeros estragos a saúde econômica, física e mental dos gaúchos e dos brasileiros.

As políticas nacional-desenvolvimentistas, introvertidas, que verificou-se nos governos petistas, por exemplo, são enganosas e burlescas, e conduziram o país a investimentos errados, redundando em produtos e em serviços mais caros e de pior qualidade.

Será que é necessário, por exemplo, lembrar o que aconteceu com os investimentos no polo naval de Rio Grande, durante a era petista?

Em 1776, Adam Smith já enfatizava os benefícios do livre comércio e da troca de produtos por meio da especialização. Ninguém, tampouco nenhum país, pode ser “tudo para todos”.

Poucos atentam para o fato de que a importação é uma forma de produção indireta, tendo normalmente uma melhor relação custo-benefício.
Iniciativas protecionistas são cobertores da ineficiência, uma vez que auxiliam empresas que não são produtivas, pois caso não haja proteção essas organizações deixam de ser competitivas.

O “compre o nosso”, auxilia intensamente apenas a parte de “empresários” brasileiros que mantêm relações nada republicanas com alguns agentes estatais, esses são os grandes beneficiários dessas políticas.

Atualmente, sentimos na carne os malefícios do grande chavão estatista nacional “o petróleo é nosso”.

Apesar de tudo isso, muitos ainda são aderentes a esse enfadonho clichê, embora a maioria perceba que não precisamos ser donos de nada, necessitamos mesmo de produtos e de serviços de qualidade a preços mais baixos, isto é, de uma melhor relação custo-benefício.

O puro conhecimento econômico nos ensina que são os mercados mais livres e abertos aqueles capazes de gerar maior crescimento econômico e social para as populações.

O que criará as condições para que os brasileiros tenham mais empregos, mais renda e mais prosperidade são políticas essenciais de abertura econômica efetiva, de uma reforma tributária simplificadora e redutora de tributos, de uma que elimine a estupenda burocracia que não agrega nenhum valor, além de uma mais profunda reforma em nível de relações trabalhistas.

Conhecimento econômico - e dado da realidade - é que mercados mais abertos e o comércio internacional trazem maior prosperidade.

Ignorância econômica, populismo - e engodo - é afirmar que comprar de produtores “locais” seja saída para a economia e para a melhoria social.

Os populistas chutadores nunca estiveram tão em voga.