• 17/02/2022
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MORO QUER APARECER ATACANDO A POLÍCIA FEDERAL!?

 

Percival Puggina

 

NOTA OFICIAL DA POLÍCIA FEDERAL

Em entrevista concedida na segunda-feira (14/02) à Jovem Pan, o ex-ministro Sergio Moro fez descabidos ataques à Polícia Federal. A bem da verdade, consideramos importante esclarecer:

Moro mente quando diz que "hoje não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção". A Polícia Federal efetuou mais de mil prisões, apenas por crimes de corrupção, nos últimos três anos.

Neste mesmo período, a PF realizou 1.728 operações contra esse tipo de crime. Somente em 2020, foram deflagradas 654 ações - maior índice dos últimos quatro anos.

Moro também faz ilações ao afirmar que “esse é o resultado de quantos superintendentes eles afastaram e que estavam fazendo o trabalho deles”.

O ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. Tampouco qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração.

Vale ressaltar que a Polícia Federal vai muito além da repressão aos crimes de corrupção. Em 2021, bateu recorde de operações. No total, foram quase dez mil ações, aumento de 34% em relação ao ano anterior.

O ex-juiz confunde, de forma deliberada, as funções da PF. O papel da corporação não é produzir espetáculos. O dever da Polícia é conduzir investigações, desconectadas de interesses político-partidários.

Moro desconhece a Polícia Federal e negou conhecê-la quando teve a chance. Enquanto Ministro da Justiça não participou dos principais debates que envolviam assuntos de interesse da PF e de seus servidores.

Com o intuito de preservar a imagem de umas das mais respeitadas e confiáveis instituições brasileiras, a Polícia Federal repudia a afirmação feita pelo pré-candidato Moro de que a corporação não tem autonomia.

Por fim, a PF - instituição de Estado - mantém-se firme no combate ao crime organizado, à corrupção e não deve ser usada como trampolim para projetos eleitorais.

COMENTO

Um antigo e saudoso amigo, com quem tive o privilégio de conviver durante muitos anos, o Dr. Wilson Farina César, usava uma expressão eloquente quando alguém aparecia com ideias mirabolantes: “Isso é um ninho de égua!”, dizia.

Há veículos que se posicionam como peritos em análise política e discorrem sobre cenários eleitorais como quem operasse bolas de cristal de última geração. No entanto, são useiros em conceber ninhos de égua. Sérgio Moro como terceira via é um desses disparates. Perante tantas evidências, já considero, desnecessário justificar o que afirmo.

A nota acima, com sua contundência, apenas põe mais luz sobre o irremediável desastre a que certas empresas de comunicação são conduzias por seus próprios delírios. Há uma fatalidade que acompanha as coisas impossíveis: elas simplesmente não podem acontecer.