Percival Puggina
Li numa coluna qualquer de O Globo:
A ministra da Saúde Nísia Trindade tomou posse nesta segunda-feira e, durante a solenidade em Brasília, anunciou que revogará medidas instituídas pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na pasta. Em seu discurso, ela deixou explícito que atuará em defesa dos direitos sexuais e reprodutivos, o que incomodou a base bolsonarista. Parlamentares reagiram a fala da ministra e culpabilizaram religiosos que votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Serão revogadas nos próximos dias, as portarias e as notas técnicas que ofendem a ciência, os direitos humanos e os direitos sexuais reprodutivos — afirmou a ministra recém-empossada.
Comento
Ser pró vida, ser contra o aborto por vontade da freguesa tem nada a ver com bolsonarismo, nem com religião, ou com qualquer dessas etiquetas que a esquerda manipula desde que o esquerdismo apareceu no universo da política.
Ser contra o aborto é ser defensor da humanidade! Ser contra o aborto é análogo a ser contra a tortura, contra o homicídio, contra a escravidão, contra as muitas formas de constrangimento e discriminação. Não há ideologia nisso. Pode essa pauta se tornar ideológica na estratégia esquerdista de produzir zonas de conflito.
Por outro lado, indecentemente política é a conduta de quem, em plena campanha eleitoral, proíbe mencionar que um dos candidatos é a favor do aborto para que esse candidato seja eleito e faça isso nomeando para o ministério da Saúde uma socióloga que no discurso de posse já deixou claro a que vem.
Percival Puggina
Para o presidente do TSE, na comunicação social de seu reino particular, as coisas se dividem assim: há uma “imprensa tradicional” e há as tais redes sociais com suas mídias digitais. A primeira, à qual tudo será permitido porque concorre para o mesmo fim, lhe rende aplausos de fazer ventania na consciência; quando não, o mais silencioso servilismo. Às demais corresponde o espaço da maldita e execrável liberdade de opinião, sobre a qual, desde cedo, fiscalização dura e porrete penal anteciparam o que estava por vir. E veio.
Veio sob forma de reduções drásticas nos compartilhamentos, censuras prévias, desmonetizações, lugar vitalício nos prepósteros inquéritos do fim do mundo e multas de arrepiar couro de jacaré. Anteontem, registrei a imposição de silêncio a Paulo Figueiredo. Não sabia, porém, que dois amigos pessoais haviam sido atingidos pelo mesmo senhor dos raios e trovões no Olimpo brasiliense.
Rodrigo Constantino e Fernando Conrado são dois competentes e influentes comunicadores, com justificado destaque nos pequenos, mas preciosos, espaços de divergência ainda disponibilizados pela Jovem Pan. Silenciá-los nas redes sociais é uma terrível amostra do porvir.
Eu não quero viver no Brasil que tornaria menos iracundo o senhor Alexandre de Moraes!
Será escabroso o percurso da oposição! O pseudo jornalismo que encanta o ministro tem todo o direito de fazer o que bem entender. Pode pegar a verdade e contorcê-la ou passar no picador de papéis. Pode selecionar o que relatar e o que ocultar. O que comentar e o que não comentar. Liberdade é para isso também. Só quero que, por mera equidade, idêntico direito seja concedido ao jornalismo digital. Este, por algum motivo ignoto, foi sugado para a alçada do censor mor da república.
Fica aqui meu abraço solidário às três vítimas de anteontem – os notáveis Paulo Figueiredo, Rodrigo Constantino e Fernando Conrado. Terão lugar de honra no Panteão destes tristes dias!
Percival Puggina
No seu editorial de hoje, em Ponto Crítico, Gilberto Simões Pires faz oito perguntas que transcrevo abaixo, para, a seguir, comentar:
1. Você contrataria os indicados para ocupar os Ministérios do novo (?) governo depois de conhecer os currículos processuais de cada um deles?
2. Você contrataria o ministro da Fazenda para cuidar das suas finanças pessoais?
3. Você contrataria o ministro da Educação para confiar a educação de seus filhos?
4. Você escolheria estas pessoas como seus guias espirituais?
5. Você apresentaria estas pessoas no seu círculo de amizades?
6. Você contrataria algum deles para ser seu advogado?
7. Você escolheria o ministro da Saúde para médico de sua família?
8. Você diria abertamente que escolheu esta opção?
Essas perguntas – e mais do que elas, as respostas que a imensa maioria das pessoas minimamente esclarecidas lhes darão – revelam o tipo de relação que tantos mantém com o Estado.
Veem-no como um ente meio etéreo, distante, onde não existe pecado e onde tudo é permitido. Aceitam que os senhores do Estado se comportem segundo regras diferentes das suas e conduzam o que consideram ser do interesse público de modo inverso daqueles que elas usam no seu reduzido círculo de relações pessoais e/ou influência.
É claro que isso não pode dar certo. No entanto, esse é o cenário cultural brasileiro, para o qual prestamos tão pouca atenção. E é dele que se valem os que usam e abusam do próprio poder.
Percival Puggina
Fatos assim, como este acontecido na Inglaterra, se repetem em estados norte-americanos, no Canadá, na Austrália, mediante leis que inibem ações pró-vida. Que todos fiquem sabendo: divergir das plataformas esquerdistas já produz restrições de direitos, multas e até cadeia em países do Ocidente.
De matéria da Gazeta do Povo que pode e deve ser lida AQUI, extraio este pequeno trecho:
Quanto ao caso britânico, imagens publicadas pela Alliance Defending Freedom (ADF) mostram a polícia confrontando Isabel, que foi acusada de violar uma Ordem de Proteção do Espaço Público por orar silenciosamente perto de uma clínica de aborto em quatro ocasiões diferentes em Kings Norton, Birmingham.
Deve ser inaceitável, para quem vai jogar numa lata de lixo a vida que carrega no ventre, ver alguém talvez rezando por si do outro lado da rua...
Em toda parte, no Ocidente, se percebe crescer a pressão contra as datas e comemorações públicas cristãs. A queima de igrejas, os atentados, os sacrilégios têm o intuito de apagar a memória e a cultura cristã, base da civilização que lhe deu forma e conteúdo.
Se você não consegue imaginar uma trajetória para o totalitarismo, se seus olhos ainda não lhe permitem ver o que acontece à sua volta, assista ao vídeo com olhos e ouvidos de ver e ouvir.
Assista nesta URL ao vídeo com o fato, a abordagem e o diálogo correspondente à imagem que ilustra esta postagem:
Ontem, no Salão Júlio de Castilhos da Assembleia Legislativa, recebi a medalha do Mérito Farroupilha das mãos do deputado Mateus Wesp, autor da proposição que levou meu nome à consideração da Mesa Diretora do parlamento gaúcho.
Embora não me julgue possuidor de méritos para tanto, honrou-me receber tal reconhecimento através do jovem e ilustre parlamentar e professor, pós-doutor em Direito, líder da bancada estadual e presidente de seu partido (PSDB) no Rio Grande do Sul.
Temos as mesmas convicções sobre as causas institucionais dos problemas políticos, sociais e econômicos brasileiros. Esse traço de união e esse trabalho quase missionário que partilhamos há décadas está certamente na razão da presença de muitos outros amigos que, naquele nobre recinto, testemunharam o ato.
Ali estavam, também, irmãos de sangue e de fé cristã, amigos do Partido Progressista ao qual dediquei um quarto de século de minha vida, membros do movimento de cursilhos, da ADCE, da ADESG, defensores, todos, da democracia, da liberdade e do estado de direito. De fato, não de rótulo ou falso argumento.
Ao agradecer a honraria, depois de exaltar a brilhante carreira profissional e intelectual do deputado Wesp, apontei a tirania instalada no país, suas causas e o histórico empenho de muitos ali presentes em promover uma adequada reforma institucional no Brasil. As atuais deficiências, gravadas na pedra constitucional, compõem terrível armadilha pela qual somos periodicamente atraídos à danosa sucessão de crises sociais, econômicas e políticas cuja culminância estamos atingindo. A íntegra do solene ato, com os dois pronunciamentos, meu e do deputado Wesp, pode ser assistido AQUI.
Encantou-me particularmente algo que de modo fortuito percebi numa das fotos enviadas para mim nestas últimas horas. Nela estão três jovens e brilhantes deputados estaduais gaúchos – Mateus Wesp, Marcus Vinícius Almeida e Guilherme Pasin –, Leonardo Paschoal, prefeito reeleito de Esteio, e o ex-vice-prefeito de Porto Alegre, Gustavo Paim. No início do milênio, quando se ensaiavam para as atividades políticas a que se sentiam vocacionados, todos foram alunos da Fundação Tarso Dutra, da qual, por sugestão de Celso Bernardi, fui organizador e presidente ao longo de seis anos dedicados à formação de tais lideranças. Um trabalho do qual muito me orgulho pelos excelentes frutos, alguns dos quais luzindo entre os melhores do cenário federal. Que Deus a todos conduza e inspire, sempre, para o bem do Brasil, minha paixão e meu chão.
Percival Puggina
Anuncia o inesgotável senador Randolfe Rodrigues:
“O ministro Gilmar Mendes acabou de acatar um pedido da Rede Sustentabilidade para tirar do teto de gastos programas de combate à pobreza e à extrema pobreza. Uma vitória contra a fome e a favor da dignidade de TODOS os brasileiros!”.
Contesta o senador eleito General Mourão:
A decisão do Ministro Gilmar Mendes, excluindo o Bolsa Família do teto de gastos é mais uma clara interferência no equilíbrio entre os poderes, buscando reduzir a pressão da votação da PEC da transição ao mesmo tempo em que ignora qualquer preocupação com o equilíbrio fiscal.
Digo eu:
Como brasileiro, tenho vergonha dessa política feita através e pelo Poder Judiciário, de onde o disparate requerido sai fantasiado de bom Direito e de Democracia.
Para certas manobras contábeis, diz-se que “o dinheiro apenas troca de bolso”. Neste caso, autoriza-se que a falta de dinheiro em um bolso, troque para o outro.
Por vezes, vislumbro espasmos de genialidade nessa gente tão nociva ao país.