Nahum Sirotsky

25/11/2008
No Oriente M?o, religi? mitos e historia s?coisa muito s?a. Mas a equipe de Obama para rela?s exteriores j?em contornos de um plano que, confiam, resultar?a paz. Esquecem o que pode ser o maior obst?lo: que o sacro n?se submete ao profano mesmo defendido como o racional. N? h?relativismo para os crentes. A quest??omo convenc?os. Na tradi? mu?mana, onde Maom?isou ?erra sagrada. O Profeta pisou em Jerusal? e, por extens? a ?a do Estado de Israel ?agrada. Hamas e Hezbollah n?escondem o compromisso program?co de destruir o Estado judeu. Para os judeus, a Terra de Israel inclui a Cana?Cisjord?a), que Deus reservou para o povo que escolheu como mensageiro de suas revela?s feitas a Mois? o profeta, tradi? aceita por grande percentual dos crentes crist?. As 12 tribos de hebreus, descendentes de Jac?ugitivas do Egito, entraram na Terra por Jeric?xistente at?oje, que disputa com Damasco o titulo de mais antigo centro habitado do mundo. Ambos afirmando serem local de nascimento de Ad?e Eva, tamb?reclamado por Hebron como escrito no T?o dos Patriarcas e reafirmado na cidade de Kiriat Arba (Quatro Colinas), em mem? de Ad? Abra? Isaac e Jac?ue, por tradi?, ?o local do qual as preces v?diretamente a Deus, pois ?nde est? t?o do primeiro homem com quem se comunicou, Abra? Na Cisjord?a, a Cana??ica, reconquistada na guerra de 1967, cerca de 400 mil judeus, os israelenses, descendentes da tribo de Jud? de Benjamin, assentaram-se. Sobreviveram ao desaparecimento de dez delas na hist?, a expuls?pelos romanos h?ais de dois mil anos, a Inquisi? e ?matan? de seis milh?pelos nazistas na II Guerra Mundial. Na tradi?, foi Davi o conquistador de Jerusal?h?.500 anos. Na tradi? crist?Jesus vem de Davi, de cuja Casa, os judeus insistem, vir? Messias. O Velho Testamento ?ncompar?l literatura. Conta como os primeiros monote?as - crentes em um s?us - Abra? fam?a e tribo, vieram do que ?oje o Iraque. Em Hevron, em terras compradas aos habitantes, Abr?construiu o t?o da sua fam?a pela eternidade: Sara, a mulher, Isaac, Jac?ebeca, Lea, Rachel (a mais amada, isolado pertode Bel? onde morreu de parto) e tamb?a cabe?de Esa??st?oberto de um templo judeu e uma mesquita. E Hevron, venerada h?ais de 4 mil anos - antes, portanto, que Jerusal?fosse conquistada por Davi, h?erca de 3.500 anos. Em Hevron viviam judeus at?928, quando foram expulsos numa revolta ?be. Voltaram depois da guerra de 1967. Cerca de 700 judeus nela se assentaram no meio de 100 mil mu?manos e permanecem mesmo depois de ter sido entregue aos palestinos mu?manos. E 400 mil se assentaram na Cana??ica. Minorias fundamentalistas religiosas e ultranacionalistas j?emonstram que n?sair?por argumento algum, pois alegam que seria profana? e pecado maior abandonar terras sagradas recebidas de Deus. Segundo Shimon Peres, presidente de Israel, o pre?da paz pode ser uma guerra civil.

Gilberto Simões Pires

25/11/2008
Sem a m?ma inten? de ser ir?o, at?orque o assunto exige o m?mo de respeito e aten?, o fato ?ue a greve do magist?o ga? (CPERS) que est?m curso, n?significa qualquer tipo de preju? para os alunos das escolas p?cas do RS. Pelo que informa o resultado do ENEM – Exame Nacional do Ensino M?o de 2008, divulgado na semana passada, ir ou n??escolas p?cas do RS n?faz diferen?alguma para a forma? educacional dos alunos. Esta observa? se imp?esmo levando em considera? que o RS tenha sido o melhor Estado na avalia? nacional. Convenhamos: a nota obtida pelo RS (4,5) foi pra l?e med?re, ainda que tenha ficado acima da rid?la m?a nacional (4,1). ?curioso e por demais preocupante que alguns jornais ga?s, ao inv?de fazerem uma an?se s?a do fracasso do nosso ensino, preferiram estampar que o RS ficou no topo. Topo? Ah, sim: topo da falta de respeito com os alunos, pais de alunos e os contribuintes. O que preocupa, diante desta enorme trag?a, ?ue a indigna? do povo ??a indigna?. Como que anestesiada, a sociedade s?z que est?nconformada, mas n?grita nem exige mudan? O povo trata de se esconder do fracasso dizendo, alto e bom som, que o importante ?er otimista. Pessimismo, para os inconformados, n?traz felicidade. Ah, bom! Uma coisa ?neg?l: n?h?a?que possa vencer, em hip?e alguma, com este grau de ensino e conhecimento revelado pelo ENEM. Com todo o otimismo poss?l, este estado de coisas ?ue faz um pa?ser eternamente subdesenvolvido.

www.obramissionaria.org.br

25/11/2008
“O que vos digo, digo a todos: Vigiai!” O tema da vigil?ia aparece muitas vezes nos santos evangelhos. O que significa vigiar? ?estar atento, pois algo pode acontecer e nos surpreender. Na estrat?a militar o uso de vigilantes ?undamental para que o inimigo n?consiga chegar ao seu objetivo. Na aplica? b?ica vemos v?as vezes este verbo e nesta passagem do evangelho, a vigil?ia toma uma conota? mais forte. No caso que Jesus nos apresenta devemos estar vigilantes para a hora inesperada da chegada do patr? Tudo o que temos nos ?mprestado para fazermos o bem. N?somos propriet?os de nada. Devemos utilizar todo o tempo necess?o para praticarmos o bem neste curto espa?que temos em nossa vida. A nossa exist?ia ?m constante “desafio administrativo” em rela? ao amor imenso que Deus deposita em cada um de n?Como criaturas d’Ele, d evemos nos esfor? o m?mo para correspondermos ao que nos pede. Tudo ?ra? Nossa colabora? ?ecess?a para concretizarmos o plano de Deus na hist?. Estar preparado significa em primeiro lugar concretizar a vontade de Deus dentro da contradi? da hist?. Como crist? sempre seremos ridicularizados. Isto devido ao que vamos assumindo dos valores de Cristo que n?se equipara com o que a sociedade valoriza. Assim como o azeite n?se mistura com o vinagre. Os valores da sociedade n?se misturam com os do Reino de Deus. Por esta raz?a pr?ca do amor, que ? grande ideal crist?sempre ser?m grande desafio. N?podemos seguir a Cristo por medo do que nos possa acontecer. Devemos ter muita coragem de aceitar seu plano de amor e justi? Seguimos a Cristo porque queremos sua proposta de verd adeira realiza? que se difere das alegrias moment?as que o mundo se alimenta. A fonte da verdadeira alegria est?a descoberta da vontade de Deus e de nossa capacidade de concretiz?a em nossa vida. Jesus ? nosso salvador e amigo, sua proposta sempre nos trar?ais felicidade do que o imediatismo oferecido pelo individualismo contempor?o. Estar vigiando, ?star atento aos sinais dos tempos. Perceber que o mundo est?oltado para as rela?s comerciais acima das rela?s afetivas. Jesus veio nos ensinar o amor que vai libertando o homem em sua totalidade. O batismo que recebemos ?m processo de amoriza? de nossas vidas. O mal s?der?er combatido pelo amor. Hoje encontramos muitos sinais de morte que nos assustam tremendamente. Muitos seres humanos est?sendo impedidos de nascer e outros morr em em conseq?ia da fome e da mis?a. A guerra ?romovida para alguns terem riquezas particulares. H?m grande n?o de dependentes qu?cos que est?nas fileiras da morte. Tudo isto s?der?er transformado pela pr?ca do amor que os crist? dever?efetivar na realidade. Devemos estar preparados na utiliza? de todos os meios para praticarmos o bem acima de tudo. Em todas as ?as de nossa vida devemos estar colocando os valores de Cristo para transformarmos este mundo. Sermos, atrav?de nosso testemunho, um sinal de salva? para toda a humanidade. “Senhor Jesus, olhai para cada um de n? fim de que n?nos desviemos do caminho do bem”.

Percival Puggina

23/11/2008
Os parlamentos brasileiros, ?om lembrar, est?constitucionalmente impedidos, em todos os n?is, de propor medidas que determinem acr?imo na despesa p?ca. O pr?o Congresso Nacional n?pode ter iniciativas que criem ? para a Uni? No entanto, nesta federa? de araque, o primo rico federal – pasmem! – se sente autorizado a propor leis que geram gastos para os primos pobres, como fez ao editar a Lei nº 11.738/08 que criou o piso salarial para o magist?o. Por que n?para todos os servidores? Junto com outros nove estados, o governo ga?, coerente com a alma federativa do Rio Grande do Sul, arg?a inconstitucionalidade da norma. E encaminhou ?ssembl? Legislativa projeto propondo que aquele piso n?seja base para avan? e promo?s na carreira. Conseq?ia? Greve. Nestes meus 63 anos j?i greves esdr?as. J?i greves de estudantes, greves de solidariedade, e at?reves de protesto sobre assuntos da pauta pol?ca internacional. Mas ainda n?tinha visto greve contra a tramita? de um projeto de lei. Isso ?oisa t?nova quanto absurda. Sabe por qu?Porque um projeto de lei ?penas isso mesmo, mera proposi? sobre a qual haver?elibera? posterior, sendo o parlamento o foro democr?co adequado para as press?e contrapress?das partes. Embora sempre reste aos eventuais prejudicados o recurso ao Poder Judici?o, seria poss?l cogitar de uma greve ap? aprova? da lei. Nunca, por? de uma greve que promete cessar quando o projeto for retirado da Assembl?. A hist? da apropria? da Educa? p?ca pelo sindicato da categoria j? bem antiga no Rio Grande do Sul. Paradoxalmente, suas pautas voltam-se, quase sempre, contra o interesse dos professores. O magist?o ?ma categoria valiosa e numerosa, cujas possibilidades de melhor remunera? andam na contram?das suas reivindica?s habituais (mais professores, mais funcion?os, menos alunos na sala de aula, menor carga hor?a). No entanto, qualquer professor de matem?ca ensinar?s lideran? da categoria que quanto maior o denominador (n?o de servidores) menor o quociente (recursos dispon?is para ganhos salariais). Na medida em que a lideran?sindical foi se fazendo mais pol?ca, partid?a, ideol?a e corporativa, pior foi se tornando o desempenho nas salas de aula, com dano ao interesse p?co. A defici?ia educacional de uma gera? compromete o futuro social, pol?co e econ?o de todo o Estado. A Educa? n???ca por ser comandada pelo Estado (e menos ainda pelos professores), mas por estar dispon?l a todos. Tal oferta pode ocorrer de v?os modos e o nosso ? pior poss?l. A educa? de ensino b?co, por exemplo, ser??mais p?ca quanto mais municipal se tornar. E tender? maior qualidade quanto mais estreitos forem seus la? com a comunidade e menores as press?pol?cas sobre ela. O modelo adotado para a Educa? p?ca no Brasil faliu. Ele ?ede de um jogo de poder pol?co e ideol?o que s?tisfaz os interessados no pr?o jogo. E s? mant?intoc?l por um reacionarismo que se expressa na f?la “est?udo errado, mas n?mexe”. Especial para ZERO HORA

Jarbas Passarinho

23/11/2008
Guardo a li? de Franklin Delano Roosevelt quando expressou serem as liberdades fundamentais sintetizadas em n?ter fome, n?ter medo, livre culto religioso e o respeito ?rivacidade das pessoas. A liberdade de n?ter medo embasa-se no direito de expressar livremente o pensamento. N?lutaram as fac?s comunistas pela democracia, mas por ditadura do proletariado, segundo a cartilha marxista. Protestou, indignado com a mentira, Daniel Aar?Reis, ex-guerrilheiro, preso e exilado, hoje professor universit?o. ?paradoxal o defensor do partido ?o invocar honestamente direitos humanos que nega, se no poder. O ministro Vanucchi foi militante da A? Libertadora Nacional (ALN), liderada por Marighella que defendeu o terrorismo, em seu manual. Ou?que teve um parente morto na luta armada e cuja fam?a j?ecebeu indeniza? por ter perdido a guerra! Racionalmente, julgo-o um revanchista que tamb?perdeu a guerra e ?oje ministro de um presidente que n?foi guerrilheiro. Antecessor seu na Comiss?foi outro militante de guerrilha comunista vencida, como todas. Mas o objetivo deles tem sido muito claro: ?ueixar-se de torturas na luta armada e esconder o crime tamb?hediondo do terrorismo que praticaram. Falta-lhes, pois, subst?ia moral para queixa mesclada de ?. Se evidenciamos n?poder ser juiz quem ?accioso, insinuam que defendemos a tortura. Cal?, mas eles defendem o terrorismo. S? indeniza?s j?eferiram mais de R$ 2 bilh?a beneficiados. Nem um centavo para fam?as dos mortos e mutilados no atentado terrorista no aeroporto de Recife em 1966, primeiro ato da luta armada que desencadearam. Pens?vital?a, remunera? por atrasados e emprego livre de imposto de renda foi obtido por um dos terroristas que lan?am carro-bomba contra o quartel do Ex?ito em S?Paulo e estra?haram o corpo de um soldado de sentinela. Os filhos do povo, vigilantes de bancos, seguran? de embaixadores, os oficiais estrangeiros mortos ?rai? (e at?or engano!), esses n?tinham pais, nem m?, nem esposas e nem filhos. Reconhecendo lisamente que houve excessos de ambas as partes na luta armada, a anistia incluiu na gra?os crimes conexos, assim tidos pelo Congresso em 1979 como a tortura e o terrorismo. Mas depois de terem os bolsos recheados de indeniza?s, atrasados e emprego vital?o, cresceu-lhes a ambi?. Apareceram juristas que descobriram n?ser a tortura prescrit?l. Nenhuma palavra sobre o terrorismo. Caluniam o ent?major L?o Maciel, que cumpriu a Conven? de Genebra. Prendeu Jos?eno?, sem praticar viol?ia. Falto de algemas, mandou amarr?o numa ?ore enquanto perseguia guerrilheiros. Tortura!, gritam os energ?os. Baleado trai?iramente ao atender a uma guerrilheira ferida, por pouco n?morreu gravemente ferido. Orgulha-me t?o comandado na Aman. O Ministro amea?demitir-se (que perda para o pa?) se o parecer da AGU reconhecendo a anistia para os crimes conexos for mantida. Pensando constranger o presidente, publica declara? dele que claramente se reporta aos cad?res dos desaparecidos h?0 anos, no clima quente e ?o da Amaz?. As For? Armadas salvaram o Brasil da tirania comunista, pela qual lutaram todas as fac?s esquerdistas na luta armada. T?seu car?r forjado nos princ?os da trilogia: p?ia, honra e dever. Diante da agress?armada dos comunistas, de 1967 a 1974, os militares cumpriram seu juramento: defender a p?ia com o sacrif?o da pr?a vida. Venceram, e porque venceram apoiados na opini?p?ca, os vencidos almejam trat?os como r?obos, num governo conquistado democraticamente por um sindicalista que n?foi guerrilheiro nem terrorista, e ?oje o comandante supremo das For? Armadas. Institui?s permanentes cultuam os que morreram nos p?anos do Paraguai, nos montes gelados da It?a e na Floresta Amaz?a, defendendo a p?ia. Nossa juventude castrense norteia-se pelo exemplo hist?o de seus chefes. Recentemente, os jovens aspirantes a oficial, graduados pela Academia Militar de Agulhas Negras, julgaram a Hist?. Tomaram como patrono de sua turma o general e presidente Em?o M?ci.

Rogério Mendelski

22/11/2008
Desde que um padr?de ideologia foi imposto aos brasileiros pela esquerda nacional, discordar desse padr??icar rotulado de “direta intransigente”. O patrulhamento intensificou-se de tal maneira que nem mesmo uma opini?contr?a aos mandamentos da esquerda passou a ter direito de ser divulgada na m?a, sob pena de o ve?lo de comunica? ser execrado “por leitores que suspendem a assinatura ou por ouvintes-telespectadores que v?mudar de esta?”. Trata-se apenas de uma quest?de compet?ia do pensamento esquerdista que supera em mobilidade a maioria silenciosa que n?gosta de se expor ou mesmo n?pratica o ativismo do patrulhamento. Os exemplos s?muitos, mas valem os mais recentes. A greve do magist?o, por exemplo. Pais e alunos prejudicados, se criticam a posi? ideol?a do Cpers, s?rotulados de “atrasados” ou de “contr?os a uma justa reivindica? dos trabalhadores em educa?”. Sequer podem questionar os motivos que levaram o Cpers a determinar uma nova defini? para essa sagrada profiss?conhecida por muitos s?los como “professor”. Este colunista quando escreve que a profiss?de professor ?ais adequada para quem leciona do que “trabalhador em educa?” recebe mensagens de cr?ca e at?om ofensas do tipo “parece que nunca tiveste um em tua forma?”. A resposta eu mando de maneira singela: “Tive sempre excelentes professores e professoras e, por sorte, nunca fui ‘ensinado’ por um trabalhador em educa?”. Quem sabe se minha forma? escolar fosse estruturada por “trabalhadores em educa?”, talvez estivesse hoje me recordando dos meus mestres com nost?icas lembran? das “tias e dos tios” que me mostraram os caminhos e os rumos da vida. Felizmente nos meus tempos de bancos escolares s?ve professores que me ensinaram a respeit?os e a admir?os. Quando tirava uma nota ruim, nunca me passou pela cabe?acertar um soco ou uma voadora naquele mestre que com sua aferi? desagrad?l me estimulou a uma supera? na pr?a prova. Os leitores que tamb?viveram esse tempo de respeito, dignidade e rever?ia, haver?de lembrar que quando o professor (a) entrava na sala de aula, n?odos levant?mos em sinal de respeito. Esse comportamento da classe estava impl?to pela distin? que t?amos por aquele mestre que estava ali para levar uma luz ?trevas. Luz ?trevas era tamb?o s?olo daquele singelo anel com uma estrela prateada na pedra preciosa da j?que o professor ostentava com orgulho num dos dedos anulares. Se hoje um aluno agride fisicamente um professor de quem ? culpa mesmo? Ser?penas dos pais que n?lhe deram uma educa? adequada em casa, ou tamb?h?m componente de culpa de quem n?se faz mais respeitar em sala de aula? A tentativa ideol?a – sim ideol?a! – de se estabelecer uma “igualdade” entre alunos e “trabalhadores em educa?” s?deria levar ao que estamos vivendo hoje em nosso sistema educacional. Outro ponto nevr?ico s?as paralisa?s do magist?o que jamais foram greves porque greve ?m assunto muito s?o para que se exija como pauta de reivindica?s “o pagamento dos dias parados.” Sabemos todos, por lament?is experi?ias anteriores, como s?recuperadas as aulas que n?foram dadas nos dias de paralisa?. Uma velha tese que venho expondo h?0 anos nos meus espa? jornal?icos come?a ganhar status por parte de quem tem responsabilidade com a pol?ca educacional no RS. E ela ?ingela: greve ? paralisa? de uma atividade produtiva. Quando a produ? para, os preju?s s?de quem ? dono da produ? e de quem trabalha nela. Sem produ?, n?h?eceita, sem receita n?h?omo pagar os dias que n?foram produtivos. D?ara entender ou o colunista precisa desenhar?

Roberto Fendt

21/11/2008
O Estado de S?Paulo** de hoje traz mat?a dizendo que China e ?dia, “fortalecidas pela recess?nos pa?s ricos, n?abrir?seus mercados e ser?os pa?s industrializados que ter?que fazer concess?para permitir um acordo comercial at? fim do ano”. Trocando em mi?: ?dia e China est?jogando a p?e cal no que j?eria uma tarefa herc?, terminar pelo menos a negocia? das linhas gerais de um acordo na Rodada Doha da Organiza? Mundial de Com?io (OMC). O par?afo 2º do comunicado emitido ap? t?ino da reuni?do G20 afirma taxativamente: “(...) devemos criar as bases de reformas para ajudar a assegurar que uma crise global, como essa de agora, n?ocorra novamente. Nosso trabalho ser?uiado pela vis?compartilhada de que os princ?os do mercado, com?io aberto, regimes de investimento e mercados financeiros efetivamente regulados estimulam o dinamismo, inova? e empreendedorismo que s?essenciais para o crescimento da economia, emprego e redu? da pobreza”. Evidentemente, a manuten? a que o comunicado se refere ? compromisso dos pa?s signat?os de n?impor barreiras ao com?io internacional em seus respectivos pa?s, incluindo barreiras ?exporta?s (como o faz a Argentina, por exemplo). Quanto ?odada Doha, talvez o poss?l seja uma reafirma? do compromisso de retomar as negocia?s a partir da nova reuni?do G20, programada para abril do pr?o ano – quando o novo presidente do principal ator das negocia?s, os EUA, j?star?evidamente empossado. * Vice-presidente do IL

Prof. Hermes Rodrigues Nery

21/11/2008
Corporeidade e espiritualidade fazem parte da dimens?integral da pessoa humana, da?ue ?reciso defender a sua dignidade em meio ?apreens?dos riscos de manipula? da vida e as possibilidades promissoras dos avan? biotecnol?os “?preciso reconhecer que, definitivamente, nos encontramos diante de uma nova realidade e com repercuss?sobre a natureza dos seres vivos. ?com este horizonte de fundo que hoje se fala sempre mais em biopoder. Quem tem o dom?o dos segredos da vida pretende dominar a pr?a vida”.1 Muitos cientistas, euf?os com os avan? da biotecnologia, acreditam que as in?as interven?s artificiais, hoje poss?is com as tecnologias dispon?is, poder?trazer grandes benef?os, especialmente no combate ?doen?, garantindo assim uma melhor qualidade de vida, sob muitos aspectos. Em meio ?uforia, h?uitas apreens? “As possibilidades que surgiram atrav?do dom?o t?ico do mundo criaram tamb?novas categorias do mal”.2 ?certo que h?ossibilidades promissoras, como tamb?riscos de manipula? da vida e tantas outras formas de viol?ia de causar assombro. De todas as agress? a mais grave ? que atenta contra a dignidade da pessoa humana. “Um ser humano n?pode ser, em hip?e alguma, tratado como um meio, para qualquer fim, nem mesmo no caso em que esse fim fosse prolongar a vida de um semelhante”..3 Como Igreja que somos, cremos que a pessoa humana, ?uz da f?at?a, n??onstitu? apenas de c?las, mol?las e genes, que podem ser manipulados sem provocar altera?s nos outros componentes, inclusive transcendentes, que a caracterizam como ser vivo, dotado daquele “algo mais” que supera todas as demais manifesta?s de vida no planeta. “A dignidade da pessoa depende do esp?to ou alma espiritual, que informa e qualifica a corporeidade do indiv?o humano singular”.4 H?a pessoa humana um n?l de sofistica? (em termos de mem?, linguagem, intelig?ia e percep?) superior a todas as formas vivas existentes. Por isso a Igreja rejeita “as manipula?s da corporeidade que alteram o seu significado humano”. 5 Ensina-nos o Catecismo da Igreja Cat?a que “por ser a imagem de Deus, o indiv?o humano tem a dignidade de pessoa: ele n??penas alguma coisa, mas algu? ?capaz de conhecer-se, de possuir-se e de doar-se livremente e entrar em comunh?com outras pessoas, e ?hamado, por gra? a uma alian?com seu Criador, a oferecer-lhe uma resposta de f? de amor, que ningu?mais pode dar em seu lugar”. 6 A identidade de cada pessoa ?nica e insubstitu?l, express?de uma realidade feita para se afirmar com suas pr?as caracter?icas por toda a eternidade. A dimens?da pessoalidade ?have fundamental para o entendimento e a aceita? daquilo que a Igreja anuncia como valor de vida. “O princ?o da dignidade inviol?l da pessoa humana desde a concep? at? seu fim natural, em qualquer fase ou condi? em que se encontre, fundamenta a reflex?crist? 7 A dimens?integral da pessoa humana Com o cristianismo foi poss?l vislumbrar um conceito de pessoa humana mais abrangente e profundo que o de outras culturas ao longo da hist?, novidade esta (uma boa nova), de alcance filos?o e teol?o at?nt?desconhecido pelos pensadores da Antig?de. “A revela? crist?rojeta uma nova luz sobre a identidade, sobre a voca? e sobre o destino ?mo da pessoa e do g?ro humano”.8 Trata-se da resposta ?quest?fundamentais: “Quem sou eu? Donde venho e para onde vou? Por que existe o mal? O que ?ue existir?epois desta vida?” 9 Julian Mar? explica que “o cristianismo parte de duas no?s fundamentais: a primeira, que a outra vida tem a ver com esta, isto ?que a continua como vida da mesma pessoa; em segundo lugar, que esse desenlace e extremo, a suma felicidade ou a suma infelicidade, e que em alguma medida depende da pr?a pessoa”.10 E ressalta que “podemos imaginar esta vida como a escolha da outra, a outra como a realiza? desta; se pensamos que tudo aquilo realmente querido, ser?que nos condenamos a ser de verdade e para sempre o que quisermos, ent?aparece a conex?entre este mundo e o outro, sua unidade radical por refer?ia a mim, j?ue mundo ?empre o mundo de algu?. 11 A vida de cada pessoa humana ?ada como um bem perene, e que s?m sentido na inter-rela? de todos entre si e de cada um com o Criador. Esta vida foi dada para sempre como promiss?de plenitude, mas que somente alcan??ua plena realiza? na outra vida, a partir das op?s feitas nesta vida. “Minha vida ?inha, a de cada um, ?a e irrepet?l, e ?ela de que se trata, a que interessa”. 12 ?vida prometida, mas n?entregue conclu?, pois exige constru?a como algo nosso, pois “a raiz ?ma da pessoa humana ? que chamamos voca?.. Sentimo-nos chamados a fazer algo e, mais ainda, a ser algu? As limita?s, os acasos, as interfer?ias, s?obst?los para que a voca? se cumpra inteiramente”. 13 O que se quer salvar ? pessoa inteira: “O homem ?ma realidade imperfeita, inconclusa, in via, se ?omo viator, o termo da viagem tem que ser a plenitude de suas possibilidades, a maturidade e integridade do projeto em que consiste. Entende-se, cada um sem perda da peculiaridade de cada vida. Esse ou essa que fomos, que somos ?uem h?e salvar-se e viver para sempre. A ressurrei? da carne d?ua ?ma consist?ia a esta interpreta?. Nossa realidade pessoal, inteligente, amorosa, carnal, ligada ?formas hist?as, feita de projetos de v?a sorte, articulados em trajet?s de desigual autenticidade, ? que h?e perpetuar-se, transfigurar-se, salvar-se”. 14 A corporeidade e espiritualidade da pessoa humana fazem parte da realidade a ser salva, pois s? alcan?a vida plena na glorifica? da dimens?integral da pessoa humana. “A salva? crist? para todos os homens e do homem todo: ?alva? universal e integral. Diz respeito ?essoa humana em todas as suas dimens? pessoal, social, espiritual, corp?, hist?a e transcendente”. 15 No ?ito individual, a pessoa humana est?onstitu? por uma alma e corpo que “formam uma unidade din?ca, sendo a alma o elemento determinante. (...) N?h?ustaposi? de dois elementos irreconcili?is, como aparece na id? da alma prisioneira do corpo que suspira pela liberta?. (...) A natureza humana n??ma casa com diversos compartimentos, a alma n?habita o corpo”16, mas ?arte integrada ao corpo que forma uma mesma realidade, cuja uni??undamental para a aut?ica express?da vida humana. Na discuss?sobre quando exatamente come?a vida humana est?oje todo o x da quest?no debate bio?co que envolve diversos segmentos do conhecimento, onde bi?os, fil?os, religiosos e juristas buscam um consenso para que prevale?uma ?ca em defesa da vida humana. “O sujeito, cuja identidade humana tentamos definir, costuma designar-se habitualmente pelos termos embri?(nos dois primeiros meses de exist?ia) e feto (no resto do tempo antes do tempo do nascimento). Recentemente, o vocabul?o foi-se enriquecendo com novas palavras, mas ater-nos-emos ?erminologia habitual de embri?e feto.. Mais importante que a terminologia relativa a sujeito, s?as formula?s da pergunta que pretendemos saber acerca dele, j?ue apontam para conte? diferentes. Uns querem saber quando come?a vida humana, enquanto outros se interrogam sobre o fato e o momento da humaniza? dessa vida. A preocupa? de uns terceiros centra-se sobre a pessoa: ser? embri? logo desde o princ?o, uma pessoa real ou s?tencial, isto ?s?a possibilidade de pessoa?A alguns, o que mais lhe interessa ?or de relevo a presen?da alma espiritual, questionando-se ent? sobre o momento em que tem lugar a anima?, isto ?a infus?da alma. Uma formula? mais moderna fala de status ou estatuto antropol?o, ontol?o, do embri?e do feto. A diversidade de formula?s parecem confluir numa inten? e fundo comuns a todos: o que s? ao fim e ao cabo, o embri?e o feto em rela? a essa realidade a que chamamos de ser humano? Que tomadas de posi? morais exigem de n?7 Muitos pesquisadores (influenciados pelo relativismo e materialismo) questionam inclusive a pr?a exist?ia da alma humana, numa vis?reducionista da pessoa. Diante da falta de consenso entre os especialistas, principalmente entre os cientistas, o Direito deve assegurar a prote? da vida, em todas as circunst?ias, por isso a Igreja afirma que “o ser humano deve ser respeitado e tratado como pessoa desde o instante da sua concep?”.18 A interven? t?ica pode ferir a dignidade da pessoa humana A pessoa humana n??penas um design que se pode redesenhar e moldar segundo a l?a de uma engenharia gen?ca que visa alterar a estrutura, a forma e a fun? dos ?os que comp?o todo em sua constitui? original, para fins puramente utilit?os. A pessoa ?m todo integrado, em que a a? da t?ica (por melhor que seja a inten?) pode significar uma interven? artificial capaz de ferir o que h?e mais importante na sua constitui? como ser humano (aquilo que ? sua dignidade), ocasionando assim conseq?ias, sofrimentos e danos ?ua integridade. O corpo, em nossa sociedade fortemente hedonista, tornou-se instrumento de pervers?e obsess?que atentam contra a dignidade da pessoa humana. As falsas necessidades, motivadas por um conceito estranho de felicidade, t?levado milh?de homens e mulheres a fazerem op?s a estilos de vida que contrariam a lei natural e amea? o bem da pessoa. “No ?ito da investiga? cient?ca, foi-se impondo uma mentalidade positivista, que n?apenas se afastou de toda a refer?ia ?is?crist?o mundo, mas sobretudo deixou cair qualquer alus??is?metaf?ca e moral. Por causa disso, certos cientistas, privados de qualquer referimento ?co, correm o risco de n?manterem, ao centro do seu interesse, a pessoa e a globalidade da sua vida. Mais, alguns deles, cientes das potencialidades contidas no progresso tecnol?o, parecem ceder ??a do mercado e ainda a tenta? dum poder demi?co sobre a natureza e o pr?o ser humano”. 19 Parte do processo O corpo ?arte de um processo, n?? processo em si. Muitos cientistas – ao lidarem com o corpo, manipulam parte de uma realidade, e n?a realidade em sua misteriosa totalidade e transcend?ia. A materialidade da realidade terrena tamb?faz parte daquele conjunto de contextos e mist?os que comp?o universo da pessoa humana e contribuem para a sua realiza? integral. Tanto ?ue a ressurrei? da carne vem restabelecer a dignidade da pessoa humana em sua totalidade. O corpo ressuscitado (e glorificado), “?ssa carne, regada de sangue, sustentada por ossos, entremeada de nervos, entrela?a de veias; uma carne que nasceu e que morre, indubitavelmente humana”20, mas que ser?ransfigurada. Como crist?, cremos que a alma humana “se une naturalmente ao corpo, pois ?ssencialmente forma do corpo”21, ela “?aturalmente parte da natureza humana”. 22 Como lembra o papa Jo?Paulo II, “corpo e alma s?insepar?is: na pessoa, no agente volunt?o e no ato deliberado, eles salvam-se ou perdem-se juntos”. 23 Certas experi?ias da biotecnologia s?resultado de uma interfer?ia em parte da realidade, dissociando-a de v?ulos essenciais, para que esta parte se complete no todo. Os cientificistas n?levam em conta a possibilidade do homem ser mais que sua realidade f?ca, por isso v? com naturalidade as interven?s t?icas que visam reproduzir indiv?os por meios artificiais. “O cientificismo considera tudo o que se refere ?uest?do sentido da vida como fazendo parte do dom?o do irracional ou da fantasia”. 24 A pessoa humana, quando n?concebida em sua dimens?integral, vista apenas sob o enfoque de sua realidade f?ca, se torna objeto manipul?l, reduzido em sua signific?ia, podendo ser aviltada em sua voca? original, transformando-a naquilo para o qual ela n?est?estinada a ser, em algo inteiramente estranho ?ua natureza, deformando-a e asfixiando suas verdadeiras potencialidades. Como lembra Mario Stoppino, em obra organizada por Norberto Bobbio: “a manipula? ?m fen?o un?ca e insofismavelmente negativo. Entre todas as formas de poder, ?la que acarreta mais grave condena? moral. Tem-se afirmado, por exemplo, que ela constitui a face mais ign? do poder e a forma mais inumana de viol?ia, ou quem dela ??ma ?spoliado da alma”25, nesse sentido, “a manipula? ?empre um mal; nega radicalmente o valor do homem”26. A dimens?integral da pessoa humana se manifesta na pessoalidade, isto ?na qualidade espec?ca da pessoa humana que a torna um ser que pensa, sente e se relaciona com o outro – e toma decis?morais – e cuja rela? perfeita a ser atingida ? comunh?amorosa com o outro; pois ?sta a pr?a rela? de Deus com cada criatura humana que criou. “Ser pessoa ?magem e semelhan?de Deus comporta... um existir em rela?, em refer?ia ao outro eu, porque Deus mesmo, uno e trino, ?omunh?do Pai, do Filho e do Esp?to Santo”. 27 A dimens?natural e sobrenatural determina a condi? humana, mist?o pelo qual a pessoa ?hamada a viver e a constituir uma hist?, a partir do conjunto de elementos que comp?a sua realidade existencial. “Voca? n?? que temos que fazer na vida, ? que temos que ser. (...) Trata-se de ser eu mesmo, de encontrar minha modula? pessoal na ordem das coisas, de uma certa maneira de situar-me no mundo e de tratar com o outro”28. ?o que P?aro expressara em sua m?ma po?ca: “torna-te aquilo que ?. N?se ?essoa satisfazendo apenas um ou outro aspecto da sua dimens?como um todo, mas cumprindo as exig?ias da corporeidade e da espiritualidade. A Igreja reconhece “a verdade integral da pessoa humana enquanto ser espiritual e corp?, em rela? com Deus, com outros seres humanos e com todas as demais criaturas”.29 O corpo como utopia Vivemos hoje sob a ?de da transgress? Muitas de nossas atitudes s?movidas por imediatismos e se tornam escapismos em busca de sensa?s que mais iludem do que garantem um bem-estar aut?ico. O estresse, a ang?a, um vazio existencial, a falta de um sentido de vida verdadeiramente humano, s?resultados concretos da cultura transgressora do nosso tempo. O corpo perfeito tornou-se a utopia da p?odernidade.. Muitos n?sonham mais com uma sociedade ou um reino de bem-aventuran? e paz que valham a pena alcan?. A cultura transgressora e permissiva dos dias atuais levam homens e mulheres a empreenderem esfor? para garantirem o m?mo de prazer. Em nome do conforto tudo ?ustific?l, inclusive a imoralidade, desde que praticada com sutileza e ast?. “Para milhares de brasileiros, incentivados pela publicidade e pela ind?ia cultural, o sentido da vida reduziu-se ?rodu? de um corpo. A possibilidade de inventar um corpo ideal, com a ajuda de t?icos e qu?cos do ramo, confunde-se com a constru? de um destino, de um nome, de uma obra. Hoje, eu sei que posso tra? meu pr?o destino, declara um jovem freq?ador de academias de muscula?, associando o aumento do seu volume muscular ?onquista de respeito por si mesmo”.30 O corpo ut?o, como express?m?ma do individualismo, substituiu a utopia dos valores solid?os. Tudo se volta para o corpo, como fim ?mo de uma concep? de vida sem transcend?ia. “O corpo ?m escravo que devemos submeter ?igorosa ind?ia da forma (enganosamente chamada de ind?ia da sa? e um senhor ao qual sacrificamos nosso tempo, nossos prazeres, nossos investimentos”. 31 O corpo ficou ent?prisioneiro de artif?os que pouco contribuem para a sua real fun? socializadora. Para o cr?co portugu?Jos?ragan? “o corpo ut?o implica n?s?substitui? do mundo pelo corpo, mas uma crise do pr?o corpo, que explode e se dissipa ao tomar o lugar do mundo. Um corpo que resume em si todas as esperan? e amea?, que traz a chave da felicidade, mas se precipita para a destrui?, um corpo problem?co”. 32 Com o desmoronamento das ideologias temporais (que desejaram edificar sociedades perfeitas), emerge como um sintoma do desespero p?oderno a utopia do corpo perfeito. “A promessa de viver melhor, que congrega os homens e os induzem a se submeterem ?limita?s que a cultura imp?declara como direito o bem-estar do corpo, o desenvolvimento f?co e a felicidade sensual”. 33 Um cap?lo a preceder o “pecado final”? ?neste contexto e clima cultural de crasso materialismo, perverso hedonismo, em meio ao nevoeiro do relativismo, desesperan?no transcendente, hiper-individualismo, e os extremos do niilismo, que se insere “as quest??cas decorrentes das novas biotecnologias”34, em que se imp? “impressionante multiplica? e agravamento das amea? ?ida das pessoas e dos povos”. 35 Multiplicam-se ent?as interroga?s: que extraordin?as possibilidades trar?este tempo promet?o? Estaremos vivendo uma nova tenta? ad?ca, como um cap?lo a preceder um pecado final, que poder?rovocar uma queda ainda mais dolorosa de condi? da vida humana, a um maior absurdo e ang?a? Como salvaguardar e defender a pessoa e a dignidade da vida humana, em meio a tantas amea?? Como intervir de forma construtiva para afirmar a cultura da vida num panorama de t?grandes apreens?e tamb?promiss? “As interroga?s radicais, que acompanham desde os in?os o caminho dos homens, adquirem, no nosso tempo, ainda maior signific?ia, pela vastid?dos desafios, pela novidade dos cen?os, pelas op?s decisivas que as atuais gera?s s?chamadas a efetuar. O primeiro dentre os maiores desafios, ante as quais a humanidade se encontra, ? da verdade mesma de ser-homem. A fronteira e a rela? entre natureza, t?ica e moral s?quest?que interpelam decisivamente a responsabilidade pessoal e coletiva, em vista dos comportamentos que se devem ter em face daquilo que o homem ?do que pode fazer e do que deve ser. Um segundo desafio ?osto pela compreens?e pela gest?do pluralismo e das diferen? em todos os n?is: de pensamento, de op? moral, de cultura, de ades?religiosa, de filosofia do progresso humano e social. O terceiro desafio ? globaliza?, que tem um significado mais amplo e profundo do que o simplesmente econ?o, pois que se abriu na hist? uma nova ?ca, que concerne ao destino da humanidade”. 36 O que se teme n?s?as promessas biotecnol?as. Espera-se at?ue elas tragam benef?os ?ida humana. A quest?est?o furor da hybris, na aus?ia de crit?o ?co a regular estas possibilidades; no abuso da liberdade que poder?scravizar o homem e a mulher a uma situa? de conting?ia, de p?umanidade, onde n?ser?ais poss?l respirar as maravilhas de Deus. E ent? derrotado em seu orgulho, a consci?ia humana clamar?or aqueles dias em que o afeto e o discernimento permitam liames que davam sabor ?ida, humanizando-a em meio ?viol?ias que amea?am a express?da pessoalidade, em suas rela?s naturais. “O homem de hoje parece estar sempre amea?o por aquilo mesmo que produz, ou seja, pelo resultado do trabalho das suas m? e, ainda mais, pelo resultado do trabalho da sua intelig?ia e das tend?ias da sua vontade. Os frutos desta multiforme atividade do homem, com grande rapidez e de modo muitas vezes imprevis?l, passam a ser n?tanto objeto de aliena?, no sentido de que s?simplesmente tirados ?eles que os produzem, como sobretudo, pelo menos parcialmente, num c?ulo conseq?e e indireto dos seus efeitos, tais frutos voltam-se contra o pr?o homem. Eles s?de fato dirigidos, ou podem s?o, contra o homem. Nisto parece consistir o ato principal do drama da exist?ia humana contempor?a, na sua dimens?mais ampla e universal. Assim, o homem vive mergulhado cada vez mais no medo. Teme que os seus produtos, naturalmente n?todos nem a maior parte, mas alguns e precisamente aqueles que encerram uma especial por? da sua genialidade e da sua iniciativa, possam ser voltados de maneira radical contra si mesmo”. 37 O medo e o desespero levam a pessoa humana ferida em sua dignidade a descrer na vida como um dom e um bem. Fica ent?mais vulner?l aos estilos suicidas que destroem n?apenas as possibilidades concretas j?xistentes dos sinais de esperan? como aquele olhar para a frente e para o alto, que permite vislumbrar perspectivas renovadas de vida. “O tema da morte pode tornar-se, para todo pensador, um severo apelo a procurar dentro de si mesmo o sentido aut?ico da pr?a exist?ia”..38 O absurdo ? aus?ia de um sentido pessoal de vida, portanto, de desumanidade. Por isso, uma via suicida.39 O “psiu” da serpente persiste dizendo: “sereis como Deus” “A liberdade ? condi? mesma da pessoa humana. (...) O homem, por n?estar feito, por ser autor de si mesmo partindo de sua realidade dada, recebida, n?se pode predizer, nem dominar, nem regular. Pode imaginar, inventar, descobrir novas realidades ou novos modos de entend?as; pode, certamente, errar, pode dizer sim ou n? at?esmo ao pr?o Deus que o criou. A liberdade ?erigosa, se n?se ama a condi? pessoal, se a v?om desconfian?e hostilidade”..40 Se a pessoa humana “n?tivesse que escolher quem pretende ser, com risco de erro, n?seria um homem, e sim outra realidade, que n?? que Deus quis criar”. 41 O pecado final insere-se no mesmo contexto e drama narrado no G?sis. Com as obsess?e possibilidades biotecnol?as, podemos estar revivendo a mesma trag?a ad?ca. “Proibindo ao homem de comer da ?ore da ci?ia do bem e do mal, Deus afirma que o homem n?possui originariamente como pr?a esta ci?ia, mas s?rticipa nela atrav?da luz da raz?natural e da revela? divina, que lhe manifestam as exig?ias e os apelos da sabedoria eterna”.42 Algo, por? continua a insistir, como o “psiu” da serpente, a nos tentar a fazer o que n?devemos, mesmo tendo ao alcance tantas possibilidades. As perspectivas gen?as podem permitir ao homem repetir o orgulho ad?co, n?aceitando Deus como seu criador e buscando, ele mesmo, obter o controle total sobre a vida, voltando as costas 1uele que lhe deu o “sopro vital”43. Cometido o pecado final, a pessoa humana poder?star exilada de vez da pr?a humanidade e, portanto, da sua verdadeira felicidade. A Igreja em meio a esta dura e nova prova? Que respostas podemos dar, como crist?, a t?grandes desafios? A Igreja sabe que “Jesus Cristo ? caminho de salva? e a resposta para os graves problemas que nos afligem”44, pois, “a decis?incondicional a favor da vida atinge em plenitude o seu significado religioso e moral, quando brota, ?lasmada e alimentada pela f?m Cristo”. 45 H?inais de esperan?nestes tempos convulsivos. Muitas iniciativas t?surgido no seio da Igreja e da sociedade – her?s e prof?cas – como tamb?dos poderes p?cos, da iniciativa privada, enfim, dos mais diversos segmentos sociais que sinalizam outra perspectiva e querem afirmar os valores que permitam construir uma civiliza? que cultive a vida, em todos os aspectos. Faz parte da miss?bimilenar da Igreja n?transigir com o mal, apesar de muitos daqueles que se dizem crist? (ainda por conveni?ia) estarem coniventes com o mal, minando a s?outrina, por dentro das estruturas. Mesmo perseguida, n?compreendida e constrangida pela loucura dos homens, a Igreja n?deixar?e contar com a prote? d1uele que a instituiu para ser a via de salva? dos homens. Em meio a tudo isso, a Igreja ?hamada a ser sempre sinal de contradi?. Por isso sua voz clama em todo o mundo como um alerta e um clamor para um renovado empenho em favor da dignidade da pessoa humana. “A todos os membros da Igreja, povo da vida e pela vida – conclamou o papa Jo?Paulo II, em sua enc?ica Evangelium Vitae – dirijo o mais premente convite para que, juntos, possamos dar novos sinais de esperan?a este nosso mundo, esfor?do-nos por que cres? a justi?e a solidariedade e se afirme uma nova cultura da vida humana, para a edifica? de uma aut?ica civiliza? da verdade e do amor”. 46 Bibliografia: Evangeliza? e Miss?Prof?ca da Igreja. Novos Desafios (Doc. 80 da CNBB). S?Paulo: Paulinas, 2005 [p. 105]. Joseph Ratzinger, O Sal da Terra – O Cristianismo e a Igreja Cat?a no Limiar do Terceiro Mil?o – Um Di?go com Peter Seewald , Ed. Imago, 1997, P? 31. (Dom Geraldo Majella Agnelo, Em Defesa da Vida Humana, artigo disponibilizado no site da Confer?ia Nacional dos Bispos do Brasil, em 18 de agosto de 2004). Dom Elio Sgreccia, L?con, termos amb?os e discutidos sobre fam?a, vida e quest??cas, Pontif?o Conselho para a Fam?a, Edi?s CNBB, 2007, p. 53. Papa Jo?Paulo II, Enc?ica Veritatis Splendor, 50 – Edi?s Paulinas, 1993, p. 83). Catecismo da Igreja Cat?a, 357, Editora Vozes, Edi?s Paulinas, Edi?s Loyola, Editora Ave Maria, 1993, p. 92. Evangeliza? e Miss?Prof?ca da Igreja. Novos Desafios (Doc. 80 da CNBB). S?Paulo: Paulinas, 2005 [p. 110]. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Ed. Martins Fontes, 2000, p. 9. Jo?Paulo II, Enc?ica Fides et Ratio, 1, Libreria Editrice Vaticana, 1998, p. 4. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Ed. Martins Fontes, 2000, p. 9. J?n Mar?, Problemas do Cristianismo, Editora Conv?o, 1979, p. 38. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Ed. Martins Fontes, 2000, p. 80. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Ed. Martins Fontes, 2000, p. 84. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Ed. Martins Fontes, 2000, p. 83-84. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, Pontif?o Conselho “Justi?e Paz”, Edi?s Paulinas, 2005, p. 35. Dom Valfredo Tepe, O Sentido da Vida – Psicologia e Ascese Crist?Editora Vozes, 1993, p.p 34-35. Francisco Javier Elizari, Quest?de Bio?ca, Editora Santu?o, 1996, p. 41. Gaudium et Spes, 51 – Francisco Javier Elizari, Quest?de Bio?ca, Editora Santu?o, 1996, p. 45. Jo?Paulo II, Enc?ica Fides et Ratio, 46, Libreria Editrice Vaticana, 1998, p. 72. Tertuliano, De Carne Christi, 5. S?Tom?de Aquino, Suma Contra os Gentios, Volume II, Livros IIIº e IVº, EDIPUCRS em co-edi? com Edi?s EST, Porto Alegre, 1996, p. 877. S?Tom?de Aquino, Suma Contra os Gentios, Volume II, Livros IIIº e IVº, EDIPUCRS em co-edi? com Edi?s EST, Porto Alegre, 1996, p. 877. Papa Jo?Paulo II, Enc?ica Veritatis Splendor, 49, Edi?s Paulinas, 1993, p. 81. Papa Jo?Paulo II, Enc?ica Fides et Ratio, 88, Libreria Editrice Vaticana, 1998, p. 134. Mario Stoppino, Verbete “Manipula?”, do Dicion?o de Pol?ca (Org. Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino), Editora Universidade de Bras?a, p. 728. Mario Stoppino, Verbete “Manipula?”, do Dicion?o de Pol?ca (Org. Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino), Editora Universidade de Bras?a, p. 728. Papa Jo?Paulo II, Carta apost?a Mulieris dignitatem, 7: AAS 80 1988) 1664; Comp?io da Doutrina Social da Igreja, Pontif?o Conselho “Justi?e Paz”, Edi?s Paulinas, 2005, p. 33. J?n Mar?, Problemas do Cristianismo, Editora Conv?o, 1979. Papa Jo?Paulo II, Carta enc. Veritatis Splendor, 13.50.79: AAS85 (1993) 1143-1144; Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 75, p? 52. Folha de S?Paulo, Mais, p. 12, 25 de mar?de 2001. Folha de S?Paulo, Mais, p. 12, 25 de mar?de 2001. Folha de S?Paulo, Mais, p. 12, 25 de mar?de 2001. Stefano de Fiores e Tullo Goffi, Dicion?o de Espiritualidade, Corpo, Paulus, 2ª edi?, 1993, p. 205. Evangeliza? e Miss?Prof?ca da Igreja. Novos Desafios (Doc. 80 da CNBB). S?Paulo: Paulinas, 2005 [p. 105]. Papa Jo?Paulo II, Enc?ica Evangelium Vitae, 3. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 15, Pontif?o Conselho “Justi?e Paz”, Edi?s Paulinas, 2005, p. 23. Jo?Paulo II, Enc?ica Redemptor Hominis (4 de mar?de 1979), 15: ASS 71 (1979), p. 286. Papa Jo?Paulo II, Fides et Ratio, 48, Libreria Editrice Vaticana, 1998, P? 75. Em O Mito de S?fo, Albert Camus come?a sua obra afirmando: “S?iste um problema filos?o realmente s?o: ? suic?o. Julgar se a vida vale ou n?a pena ser vivida ?esponder ?uest?fundamental da filosofia”. Editora Guanabara, 3ª edi?, p. 23. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Martins Fontes, 2000, p. p. 121-122. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Martins Fontes, 2000, p. 122. Papa Jo?Paulo II, Veritatis Splendor, 41, Edi?s Paulinas, 1993, p. 68. Gn 2, 7. Evangeliza? e Miss?Prof?ca da Igreja. Novos Desafios (Doc. 80 da CNBB). S?Paulo: Paulinas, 2005 [p. 22]. Papa Jo?Paulo II, Enc?ica Evangelium Vitae, 28. Papa Jo?Paulo II, Enc?ica Evangelium Vitae, 6. * Prof. Hermes Rodrigues Nery ?oordenador da Comiss?Diocesana em Defesa da Vida e Movimento Legisla? e Vida, da Diocese de Taubat?

Olavo de Carvalho

21/11/2008
Menos de duas d?das atr? o mundo horrorizava-se ao saber que o governo chin?punia severamente os m?cos e outros agentes de sa?que, por motivos morais ou religiosos, se recusassem a praticar um aborto. Agora, um projeto de lei do governo Bush que visa a proteger esses profissionais contra discrimina?s nos EUA ?ecebido com express?de horror e protestos carregados de ?, mostrando que, para a opini?dominante da grande m?a americana, n?pensar como um comunista chin?tornou-se um defeito moral insuport?l, uma virtual modalidade de crime hediondo. Houve ?cas e situa?s quase paradis?as, nas quais os termos direita e esquerda podiam designar t?somente diferen? de ?ase – ou de estilo – dentro de um cen?o pol?co normal e est?l fundado na devo? comum ?iberdade e ?rdem p?ca. ?uma ilus?perigos?ima acreditar que essa direita e essa esquerda possam existir hoje em qualquer pa?do mundo. Tal como previu Anatolyi Golitsyn, ?ueda da URSS seguiu-se, n?a extin? do movimento comunista, mas a sua expans?irrefre?l em escala mundial, com um perfil mais difuso encobrindo uma viol?ia e uma intoler?ia redobradas. Hoje em dia, s?que h? a esquerda revolucion?a, cada vez mais arrogante e prepotente, cada vez mais extremada nas suas exig?ias de transforma? radical, cada vez mais impaciente com qualquer relut?ia do advers?o em ceder-lhe sem discuss?a totalidade do terreno pol?co, social, moral e cultural. A distin? entre esquerda moderada e esquerda radical ?oje, em toda parte, nada mais que um instrumento cir?co com que se extirpa da sociedade o que possa restar de direita, colocando-se em lugar dela os esquerdistas “moderados” e concedendo, mesmo a esses leais companheiros, cada vez menos espa?para o que quer que ultrapasse os limites do fingimento ?. A muta? afetou profundamente os pr?os direitistas remanescentes, obrigando-os a ajustes e acomoda?s imposs?is, dos quais emergem cada vez mais desfigurados, acovardados e debilitados, for?os a pedir desculpas pelos princ?os e valores que ainda ontem lhes pareciam sagrados e inegoci?is. Se diss?emos, quinze anos atr? que o direito ?bje? de consci?ia seria varrido da face da Terra e que nem mesmo o governo da na? supostamente mais livre teria o poder de defend?o no seu pr?o territ?, ser?os considerados loucos furiosos com mania de persegui?. Hoje, quando essa transforma? macabra se desenrola diante dos nossos olhos, aqueles mesmos que ontem nos chamavam por esses nomes s?os primeiros a acomodar-se covardemente, j??nos rotulando de paran?s, mas de rebeldes, desajustados e at?esmo terroristas. Na medida mesma em que o r?do e esquem?co perfil ideol?o do comunismo sovi?co se descaracterizou at?iluir-se por completo, o radicalismo mais violento e intolerante p?se apossar livremente de toda a esquerda mundial, aproveitando-se da sonsa estupidez de um advers?o que j??consegue reconhecer a presen?comunista nem mesmo quando ela se apresenta explicitamente com esse nome, agitando bandeiras vermelhas e exigindo a supress?imediata do livre mercado, da liberdade de consci?ia, da religi?e de tudo quanto pode tornar a exist?ia terrestre suport?l. O espa?para a defesa desses valores e princ?os diminui a olhos vistos e as tentativas mais honestas de descri? objetiva desse estado de coisas s?cada vez mais estigmatizadas como express?de fanatismo ideol?o, ao passo que o aut?ico fanatismo, com todo o seu policialismo cego e intolerante, ?ada vez mais aceito, mesmo entre os que o odeiam, como fatalidade natural e irrevers?l, contra a qual s?ucos ousariam continuar lutando. Desde que compreendi que a l?a revolucion?a ?ma invers?psic?a dos dados da experi?ia, venho sendo cada vez mais for?o a admitir que a expans?do seu dom?o sobre as mentes humanas n??m fen?o s? ordem pol?ca, j?ue afeta todas as dimens?da vida, e n??em mesmo uma crise da civiliza?, pois n?h?iviliza?, cultura ou sociedade que hoje escape ?ua infec? galopante. ?um fen?o de propor?s planet?as, uma crise antropol?a que se manifesta sobretudo pela perda coletiva, em velocidade alucinante, das capacidades intelectivas mais elementares, substitu?s pela dupla e complementar embriaguez passional do ? camuflado em belos ideais e do terror p?co travestido em prud?ia, sabedoria e at?st? maquiav?ca. A pressa sol?ta e obscena com que os mais amea?os pela situa? arrumam pretextos para fingir que tudo est?ormal, que a modera? e o direito imperam, que n?h?enhuma transmuta? revolucion?a em marcha e que os dem?s do fanatismo s?apenas recorda?s de um passado extinto, ?la mesma a prova de que sabem que est?mentindo para si pr?os, t?paralisados de terror que j??ousam erguer os olhos para ver a imensid?do perigo que os cerca. Neste momento em que, sob o pretexto c?co de “mudan?, os mastodontes da era Clinton v?voltando todos alegremente ?asa Branca, n??espropositado comparar os dois fins de governo, o de George W. Bush e o de seu antecessor. Enquanto Bush devota os seus ?mos dias na presid?ia ?efesa da liberdade de consci?ia religiosa contra o dogmatismo feroz dos abortistas ortodoxos, Clinton aproveitou seu fim de festa para retribuir velhos favores de campanha, libertando da pris?o estelionat?o Marc Rich e os agentes da espionagem at?a chinesa que ele n?tinha, malgrado todos os seus esfor?, conseguido proteger contra os olhares intrometidos do FBI. Alguns jornalistas reclamaram um pouco de Clinton, na ocasi? mas n?despejaram sobre ele um cent?mo da f? que agora se volta contra o projeto de Bush. A diferen??ais que simb?a, ?id?ca.