• Percival Puggina
  • 13/10/2022
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A curiosa arte de reescrever a história

 

Percival Puggina

       Não foi só Stalin que  ciou o “photoshop’ manipulando imagens incluindo ou excluindo deles parceiros e adversários. Também aqui tem lugar e hora um trabalho de criar um Lula inocente, incorruptível, digno e probo. Na campanha eleitoral, seus advogados trabalham para que seu passado só seja invocado para receber elogios...  

O TSE impôs nova restrição à campanha de Bolsonaro. Está terminantemente proibido chamar Lula de ladrão. Fatos comprovados por três instâncias do Poder Judiciário e que valeram ao ex-presidente condenação a mais de 12 anos de prisão, dos quais cumpriu 580 dias, saem do mundo real e vão para o mundo etéreo e cerebrino de estranhas decisões judiciais.

E ficam ali, produzindo efeitos práticos e imediatos, mesmo que ministros do STF reconheçam que os crimes aconteceram.

Em sua decisão, o ministro afirma (Jornal da Cidade Online, de 13/10):

“Verifica-se que, como alegado, a campanha eleitoral impugnada é ilícita, pois atribui ao candidato a conduta de ‘corrupto’ e “ladrão’, não observando a legislação eleitoral regente e a regra de tratamento fundamentada na garantia constitucional da presunção de inocência ou não culpabilidade”.

Em 10 de junho, Uol Notícias noticiou: “O ministro Luiz Fux, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), disse hoje que as decisões judiciais que anularam processos da Lava Jato foram tomadas por "questões formais". Por outro lado, o magistrado, que participou de um evento em homenagem aos 75 anos do Tribunal de Contas do Pará, também defendeu que "ninguém pode esquecer" que houve corrupção no Brasil.”

Em tentativas de reescrever a história, há quem parece querer que o povo esqueça.