• 02/12/2014
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ESTUPRO LEGISLATIVO


Percival Puggina


 O que acontecer hoje, durante a sessão do Congresso Nacional, pode jogar uma pá de cal em cima dos usos e abusos que o governo fez dos recursos públicos, em ano de eleição, infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. Pode acontecer isso, sim. O ocorrido poderá sair do mundo dos fatos. E também pode jogar uma outra pá de cal sobre a dignidade dos deputados e senadores que votarem favoravelmente à medida.

 É tão vexatória a situação que, na tentativa anterior de perpetrar esse estupro legislativo distante dos olhos do público, o Congresso passou cadeado nas portas. Hoje, a militância do governo (certamente sob as ordens do comandante em chefe dos movimentos sociais, ministro Gilberto Carvalho), desenvolve simulacros de protesto contra o transporte coletivo, bloqueando as vias de acesso a Brasília. Com isso, as caravanas que se dirigem ao parlamento brasileiro para acompanhar a votação não estão conseguindo chegar.

 Teremos uma noite muito reveladora. Confiando em que dispõe de um Congresso para chamar de seu, o governo deseja que investimento público não seja visto como despesa e que responsabilidade fiscal seja uma obrigação de todos, menos dele, governo.