• Percival Puggina
  • 19/07/2016
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NOVA CARGA DE BANDALHEIRAS - A DELAÇÃO PREMIADA DE EDUARDO CUNHA

 

 Alvoroçou-se na tarde de ontem a imprensa nacional com a notícia de que Eduardo Cunha, deputado afastado, formalizou perante a Procuradoria Geral da República seu pedido de delação premiada. A cúpula da PGR teria dito que aceita a delação.

 Para que isso se concretize haverá que seguir uma etapa de negociação, na qual o ex-presidente da Câmara dos Deputados e a PGR negociarão os termos dessa delação e Cunha apresentará um consistente sumário das novidades contidas em seu estoque de bandalheiras próprias e alheias. Denúncia antiga, "manjada", contra pessoas já sob investigação ou indiciadas, não vale nesse tipo de entendimento.

 Em contrapartida, alguns analistas entendem que a Procuradoria talvez prefira examinar o pedido de Cunha sob uma outra ótica: não seria ele mesmo uma das jóias da coroa no conjunto das investigações, alguém cuja presença maligna na cena das influências políticas está a exigir um efetivo cumprimento de pena de prisão?

No meu entendimento, essa pergunta faz sentido. Para Eduardo Cunha, um recolhimento em prisão domiciliar, como o obtido por Sérgio Machado em sua mansão de Fortaleza, seria um prêmio. Para a sociedade, uma frustração. Para o senso de justiça um absurdo.