• Percival Puggina
  • 02/12/2015
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O CASO DO DEPUTADO JARDEL (E SEUS INCRÍVEIS ELEITORES)

 


Os desvios de conduta e as acusações que pesam contra o ex-jogador de futebol Jardel, hoje deputado estadual pelo PSD/RS, trazem à superfície uma questão política mais importante do que o submundo pessoal das drogas, do alcoolismo e da vida libertina com que ele reiteradamente se envolveu.

Jardel recebeu mais de 40 mil sufrágios, ou seja, teve eleitores em número suficiente para lotar a maior parte dos estádios brasileiros. A pergunta que se impõe é esta: os eleitores de Jardel, em vista de sua vida pessoal, votariam nele para presidente do seu clube? Para tesoureiro? Para diretor de futebol? Claro que não! Entretanto, julgaram que ele, entre centenas de outros nomes, era figura certa para ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa e ali deliberar, entre outros temas, sobre finanças públicas, Educação, Saúde e Segurança de todos nós. Jardel tem graves problemas pessoais e merece comiseração. E seus eleitores têm o quê?

Se Jardel deve um pedido de desculpas ao povo gaúcho, e responder na Justiça pelo que fez, seus 41.227 eleitores também precisam ser convocados, em sua consciência cívica, a refletir sobre a precariedade de seus critérios de voto. A inconsciência do eleitor produz deputados como Jardel. E leva o país a governantes como os que conduzem a nação à alarmante realidade destes últimos anos.