• Percival Puggina
  • 13/05/2016
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OLHO NO TESOURO!

 Em tempos bicudos, governos medíocres, tímidos, sem coragem, buscam novas fontes de receitas para atender a expansiva demanda por gastos. Políticos sabem, por experiência própria, que impostos são pagos "no coletivo" e que o dinheiro arrecadado vai beneficiar indivíduos concretos. O bônus eleitoral da despesa é superior ao ônus eleitoral da receita.

 Pois eu quero sugerir ao novo governo um outro modo de ver a situação. Não se resolverá o problema fiscal do país fazendo dinheiro aparecer, mas impedindo que ele desapareça. As fendas através das quais vaza estão por toda parte. Algumas podem ser mais difíceis de serem identificadas, mas para localizar a maioria basta um exame acurado nos orçamentos dos centros de despesa.

Já houve matérias a respeito na mídia impressa e em programas de TV. Uma verdadeira colmeia de pouco mel e muita zoeira política se armou no Brasil através de organizações não governamentais que vivem às custas do erário. Dou um exemplo. Há alguns anos, o PT acabara de chegar ao poder federal, encontrei-me na rua com um conhecido petista. Paramos para conversar. Curioso em saber qual era sua posição no governo do partido pelo qual tanto militava, perguntei-lhe: "E tu, o estás fazendo?". Evidenciando não ter a menor intenção de explicitar detalhes ele respondeu: "Tenho uma ONG". Não duvido que fosse o melhor dos mundos.

Esse é um exemplo dentre milhares de organismos a serviço da causa petista, custeado com recursos orçamentários. Eles se juntam a subsídios culturais de inequívoco interesse ideológico, isenções desnecessárias, viagens e diárias de utilidade duvidosa, mordomias inaceitáveis, privilégios remuneratórios incompatíveis com as carências do "Tesouro", despesas publicitárias cujos fins são avessos ao que determina a lei, e por aí vai numa lista infindável. Ela inclui, até mesmo, dinheiro grosso para manter militantes em movimentos sociais e custear suas manifestações com carros de som, ônibus, mortadela, cachaça e demais suprimentos.

Soou para o Brasil a hora de o setor público e privado brasileiro pararem de olhar o Tesouro como se fosse isso mesmo.