• Percival Puggina
  • 25/04/2015
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PIOR QUE O DÉFICIT DAS CONTAS PÚBLICAS

 

 O Rio Grande do Sul enfrenta um déficit superior a R$ 5 bilhões em suas contas. Essa é a quantidade de dinheiro que vai faltar para o atendimento das necessidades básicas do Estado em 2015. O número era conhecido desde meados do ano passado e vinha crescendo durante os quatro anos de gestão do governador Tarso Genro. É bom lembrar que a governadora Yeda Crusius transferiu o governo com as contas em ordem e dinheiro em caixa. Mas o PT não se submete à essa "lógica neoliberal" e gastou a rodo. Prefixou aumentos salariais que se estenderão, por força de lei, até o ano de 2018. Em quatro anos, quebrou o Estado.

Diferentemente de Dilma, que fez mais ou menos a mesma coisa e ganhou a eleição, Tarso perdeu. Cabe, agora, a seu opositor, conduzir o governo em meio ao desastre fiscal que ele caprichosamente produziu. Ninguém sabe o que vai acontecer nos próximos meses e anos, afora o fato de que a situação se tornará caótica para servidores e para os serviços públicos.

No entanto, pior do que o déficit das contas públicas é o déficit de compreensão sobre as causas do problema. É a dificuldade de entender que o Estado não pode gastar mais do que arrecada. Que o Estado não fabrica e não pode fabricar dinheiro. Que o Estado não gera riqueza. Pior do que o déficit é a multidão de cidadãos eleitores para os quais a contenção de despesas constituirá ônus do atual governador. É antever que a conta política será paga por ele e não por seu antecessor. Pior do que o déficit é imaginar que após quatro anos de encenações oposicionistas, em 2018, com a casa posta em ordem à custa de muito sacrifício, o ex-governador, ou alguém por ele, se apresentará para prometer mundos e, novamente, malbaratar fundos.