• O Implicante
  • 07/06/2016
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VERGONHOSO: FAB DEIXA DE LEVAR ÓRGÃOS PARA TRANSPLANTE PARA VOAR COM “AUTORIDADES”

 

(Publicado originalmente em oimplicante.org)


De 2013 a 2015, 153 órgãos que poderiam ser transplantados foram simplesmente perdidos por falta de transporte aéreo. Motivo: a FAB precisava voar com políticos.

Este país é uma grande vergonha, disso todos sabemos. Uns acham mais, outros acham menos, mas é praticamente impossível encontrar alguém que discorde. Alguns, por cinismo, podem até tentar negar. Mas os fatos estão aí para atropelar qualquer encenação.

Somos, sim, uma vergonha. Somos o auge do patético.

E serve de exemplo o lamentável fato de que a Força Aérea Brasileira deixou de transportar órgãos que iriam para transplante para carregar políticos em suas viagens. Em três anos (de 2013 a 2015), 153 órgãos que seriam transportados foram simplesmente perdidos por falta de transporte aéreo.

Só mesmo nesta desgraça de país para algo do tipo acontecer. Notem, não foi algo que ocorreu uma ou duas vezes, mas sim CENTO E CINQUENTA E TRÊS. A razão? Ora, nossas “autoridades” não abrem mão de suas regalias.

Mesmo a coração valente Dilma Rousseff, como já relatamos aqui, não quis saber de voar com aviões comerciais. Mas isso, justiça seja feita, acontece com todos. Muito raramente algum político abre mão desses vôos.

Nossa classe política ainda insiste nesse comportamento tacanho. Isso é ridículo e inaceitável a esta altura da história humana. Políticos são funcionários públicos e, como tal, estão a serviço da população, não o contrário. Não são aristocratas, nem parte de uma nobreza ou coisa que o valha.

Já passou da hora de o Brail deixar de lado esse tipo de mordomia. Se não pelo óbvio, ao menos porque órgãos para transplante estão sendo perdidos para transportar os integrantes de nossa “corte”.

No mais, os que tiverem estômago fiquem com a (ótima) reportagem de Vinicius Sassine, pulicada no jornal O Globo, que revela um pouco mais deste nosso Brasil profundo, patético, eterna e vergonhosamente colonial.